Of course indeed (sequela)

CAFÔFO METE LANÇA EM ÁFRICA

FRIAMENTE E SEM RUÍDOS

Mal Paulo Cafôfo dá um passinho cá na Tabanca, chovem notícias na establishment comunicação a empurrar-se umas às outras ao alto das páginas. Pois hoje, que o Mayor funchalense dá um passo de gigante até ao Sul do outro Hemisfério, zero de informação. 

O engodo utilizado pelo consórcio para a
diáspora à custa do nome Funchal.

O Mayor vai ao mercado comprar cebolas e a televisão é capaz de fazer um directo com isso, enquanto a propaganda escrita não desdenha fazer um suplemento a propósito, se possível for. Tudo isto, claro, ao abrigo das bulas com que o principal edil do Funchal, com o nosso dinheiro, afaga as mãos do negócio comunicacional.

Ora, se o Mayor é notícia por andar 50 metros, dos Paços do Concelho à Av. Arriaga, para provar o licor numa barraquinha da feira, por que diabo começa ele hoje uma visita aos confins de África, bem no sul do outro Hemisfério, e a 'establishment comunicação' ignora o assunto - quando tem tudo para propagandear o evento? Tem tudo, não tem?

Será que este novo 'roadshow' que o consórcio madeirense itinerante leva pelas Áfricas do Sul não é para muita gente ver? Convém, por razões insondáveis, não haver muito ruído à volta desta passeata de negócios, que começa pela Namíbia? Será que desta vez é melhor não 'queimar' depressa demais o engodo careca que o consórcio escolheu para cativar o peixe graúdo que procura?

Bem: que tratem de se cuidar os nossos conterrâneos radicados por aquelas paragens a quem ainda os prospectores de banca e negócio imobiliário não levaram tudo. 

Não sabemos se procurámos bem, mas, pelo que vimos, até o site da CMF, palco privado das exibições presidenciais diárias e das suas rotas semanais em moto-, nem uma linha dedica à certamente decisiva viagem do sua excelência municipal!

Não fora o texto de 'The Namibian' que nos enviaram há já uns dias, que nos permitiu então 'denunciar' a viagem, 'of course indeed', e julgaríamos que o Mayor acabou de ser raptado, tal é o vazio de notícias municipais na comunicação de hoje.

É que costumam ser às 5 e às 6 as notícias diárias de cunho autárquico, na propaganda regional. A dizer que o Cafôfo tem um tapete de flores muito bonito no Mercado (a Festa da Flor tem um que vai da Sé à Rotunda e não houve cagaçal); notícias a dizer que a CMF vai apoiar o Summer; que a CMF vai a Lisboa ensinar os cubanos a fazer praias para invisuais; que a Câmara já ganhou um baixo-relevo de Briullov e que, mais hora menos hora, vêm aí os russos cheios de cultura; que a geminação do Funchal com Angra vai ditar novas estratégias no Atlântico e arredores; que o Cafôfo foi à laurissilva apresentar mais um chorudo ecotrail; que o Funchal tem a melhor mobilidade do mundo.

Pois: sobre a porcaria em que se movimenta o trânsito, os estacionamentos que as motas ganharam aos carros e que estão vazios ao fim-de-semana, o atraso nas obras privadas, os vergonhosos muros das ribeiras, as esplanadas que não deixam os peões andar (a tal mobilidade), a irritação que dá nos munícipes quando saem de casa para descer à cidade, sobre essa ninharias, quais notícias! 

Vamos passar a consultar 'The Namibian', que parece mais vocacionado para trazer notícias de que o consórcio empresarial, incluindo a Câmara, não gosta.

Mas há uma notícia sobre o futuro desta promiscuidade que um dia havemos de ler na necrologia das ambições. Nada é eterno.