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sábado, 18 de novembro de 2017



O MERCADO DOS LAVRADORES 



Eduardo Abreu


É confrangedor ver a situação a que chegou o Mercado dos Lavradores e toda a sua envolvente. Aquilo que devia ser um ex-líbris da nossa Cidade, transformou-se numa autentica Feira da Ladra (sem desprimor para este espaço existente em Lisboa), com estacionamentos envolventes indiscriminado de motorizadas, espaços sujos, esplanadas mal dimensionadas , pombos em todo o sitio, completa desorganização interior, com atribuição de espaços sem qualquer critério (mistura-se artesanato (?) com talhos e venda de frutas e hortícolas ), ausência completa de qualquer estética, regulamentação inexistente, vendedores sem estarem devidamente identificados e sem traje adequado (no mínimo, uma bata), equipamentos(?) em estado lastimável, amontoados de caixas por todo o lado, multiplicam-se os espaços para vender exactamente a mesma coisa (frutos secos, por exemplo) e não falamos das camaras frigorificas e outros espaços de armazenamento porque não nos foi dado ver. Tenho muitas dúvidas que uma acção inspectiva da nossa ARAE não produzisse “danos avultados” a todos os níveis.


Sabemos, e pasme-se, que não obstante as condições oferecidas, as rendas atingem valores exorbitantes, e que muitas vezes os adjudicatários deixam de as pagar porque não geram meios para satisfazer os seus compromissos, mas que apenas a ânsia desenfreada em obterem um espaço a qualquer preço (inflacionando os demais) leva a situações catastróficas. 

O Mercado é um espaço que deve ser gerido com as mais modernas técnicas de gestão (é um verdadeiro centro comercial), recorrendo a estratégias de comunicação e marketing, privilegiando o estética e criando uma nova imagem, mais apelativa e harmoniosa, que privilegie a coexistência entre o mundo rural e a nova realidade comercial, que tenha uma enfase muito forte no produto e na produção regional,  onde a qualidade, no mais amplo sentido, deve imperar.

A criação da Figura do Gestor do Mercado e duma equipa de gestão, integrados numa estrutura autónoma que fosse auto-suficiente, com competências em vários domínios, implicaria a adopção dum novo modelo de gestão do Mercado dos Lavradores, muito mais próximo dum novo CENTRO COMERCIAL, com características próprias e indissociáveis duma realidade bem nossa, mas que precisamos revolucionar para podermos preservar a sua identidade.

É preciso revolucionar o mercado, recriar todo o espaço, manter o que é tradicional com um cunho de modernidade e qualidade, elaborar novos regulamentos para evitar especulações nas rendas (por exemplo, obrigatoriedade de constituir uma garantia bancária de valor equivalente a uma determinada percentagem da renda), articular com o estacionamento do Almirante Reis, limpar as redondezas reservando espaços apenas para carga e descarga (incluindo os privados) por tempos muito limitados, usar em períodos nocturnos ou festivos o espaço para eventos ( o espaço deverá/poderá ser polivalente), isto é, rentabilizar o espaço. Aliás, estes espaços, a nível Nacional, têm vindo a ser recriados, como é o caso do Mercado da Ribeira ou o Mercado do Bom Sucesso, no Porto.
Obviamente, isto dá trabalho, mas seria por uma boa causa. Portanto, mãos à obra. 

Mercado Bom Sucesso



Mercado da Ribeira

11 comentários:

Anónimo disse...

Este parece que é um discípulo do Iglesias. O Mercado precisa é de trazer os barraqueiros de frutas e os legumes com renda melhores e acabar com aquela pouca vergonha das floristas, bastam dois toques e já está seus malandros!

Anónimo disse...

Pois a modernidade a que esta a destruir o mercado.

Anónimo disse...

mais um da trupe do Iglesias que quer destruir o mercado e fazer um centro comercial com muita tasca

Anónimo disse...

Praticamente todas as (boas) ideias que refere já foram ou são executadas. Novos conceitos aliados à venda tradicional de produtos agrícolas (o mercado está sempre cheio às sextas e sábados, apareça lá mais vezes), oferta também pensada a pensar nos turistas que fazem do mercado o sítio mais visitado da Madeira, os espaços de restauração e confeitaria sempre cheios, qualificação do espaço que será ainda mais visível com as novas bancas de floristas, nos concursos já é obrigatório caução de 6 meses de renda. Sobre os aspetos negativos os espaços de venda de marroquinaria foram lá postos no tempo do PSD, portanto tem a quem agradecer a mistura entre as couves e cenouras, e refere os piores exemplos possíveis a nível nacional. O mercado do bom sucesso no Porto é praticamente um centro comercial, sem nada de tradicional, e o mercado da ribeira é uma praça de restauração. Temos um dos melhores mercados tradicionais de Portugal, e que continua a encher todos os dias. Não é perfeito, é preciso que se trabalhe para melhorá-lo.

Anónimo disse...

O Mercado dos Lavradores é, sem dúvida, um ícone indelével da identidade funchalense, quer do ponto de vista arquitectónico quer no que se refere a sua operacionalidade tradicional de comercialização dos frutos da terra e do mar.
Mudam-se os tempos e, obviamente,mudam-se os hábitos e rotinas sociais e individuais.
Daí que se impõe uma adaptação ás novas necessidades e expectativas de comerciantes e de consumidores. Há de encontrar um equilíbrio dinâmico entre a tradicionalidade e a sustentabilidade comercial e financeira dos investimentos em presença.
O Dr. Eduardo Abreu, homem reconhecidamente experiente na área, tocou nos pontos fundamentais para a definição clara das premissas da estratégia que se deseja para o Mercado dos Lavradores.
Só espero, enquanto funchalense, que os poderes instalados (municipais e/ou governamentais)saibam com inteligência aproveitar as sugestões enunciadas.

Anónimo disse...

Uma coisa que não se vê na praça do peixe sendo obrigatória - a etiqueta:
https://www.acope.pt/peixe-a-mesa/informacao-sobre-a-etiqueta.html

Anónimo disse...

Sem Dúvida que o nosso Mercado está descaraterizado. As medidas por tornalo um pólo atrativo para os cidadãos e o turismo estão enviesadas.
Este gestão camarária está a destruir o Mercado que já não é dos Lavradores, mas de uma amálgama de coisas e artesanatos sem mínimo de tradição e qualidade, com rendas exorbitantes e impossíveis de concretizar dada a fuga dos compradores para as grandes superfícies e lojinhas de produtos agrícolas. Análise bem enquadrada do Dr Eduardo Abreu, um homem com provas dadas e desde a primeira hora com Albuquerque, foi recentemente convidado a sair por um dos incompetentes deste governo mal renovado.
O desastre continua.

Anónimo disse...

Desde que eu me lembro, o Mercado dos Lavradores foi sempre um local mal gerido ao nível dos seus espaços, e com uma envolvência exterior suja e caótica para quem circula apeado ou de carro. Esses pequenos problemas podem ser minimizados, contudo o maior perigo para Mercado dos Lavradores é a solução apresentada pelo Sr. Eduardo Abreu, que é transforma-lo num "bazar" com zonas de restauração tipo shopping center, cheios de má comida, acrílicos com publicidade por todos os lados. Os dois exemplos que indicou foram bastante infelizes. Deus nos livre se ele passa de mercado a cantina do pizza HUT e de bolos do caco de meia tigela, iguais aos que abundam numa rua ali perto.
Enfim, é o nosso Mercado e é assim que nós e os que nos visitam apreciam. Creio que os turistas não vão gostar do tipo de mercado que o autor do artigo idealiza.

Anónimo disse...

A soluçào está bem vista com Zona agrïcola e espaço de restauração com conceito e design proprio, e nao ao sabor de cada um.
E sobretudo uma ligação a um parque de estacionamento favorável em termos de desconto para compradores, pois os centros comerciais concorrem com tudo incluido, o que deixa o mercado em grande desvantagem..
Aliás a noite do Mercado é já uma noite de animação e nao um centro de compras como outrora dada a maçada de ir para os copos com sacos e cestos nas maos.

Anónimo disse...

O Mercado necessita dum toque de uma pessoa que saiba preservar o genuíno, não é preciso inventar nada. O Cafofo e a sua camarilha deram cabo do espaço, até esplanadas já existem lá dentro. E de quem foi a ideia de licenciar uma banca de vender fruta em frente do Mercado?

Anónimo disse...

Continuo a dizer que mais nada me surpreende, então não são os mesmos gajos que licenciaram o Savoy?!? Por isso dar cabo do Mercado é uma coisa de nada!
Nós estamos nas mãos de uns palermas que só vêem o um palmo a sua frente ou o seu bolso, a estrageirada o que quer é o tradicional como era "antes", se quiserem um centro comercial vão ao "La Vie" (se repararem a configuração arquitectónica do La Vie é como o Mercado dos Lavradores, anéis com uma praça ao meio).
Os funchalenses estão entregues à bicharada! De um lado os Cafofianos de o outro lado o "regressado" Grande Chefe Bokassa.