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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Delírios da Madeira Nova



UM SUSTO QUE VEIO DO PORTO MONIZ


No meio de cabras e vacas, o chefe disse: regime que não funciona deve ser substituído. Ora, cuidado que nem todos são fortes de coração





Dispensava-se perfeitamente a injustiça de nos obrigarem a começar a semana com um susto. A Feira Agropecuária do Porto Moniz, com os seus odores a vacas e porcos, à mistura com música dos brinquinhos e ambiente de comes-e-bebes, inspirou chefe das Angústias para uma discursata de meia hora com as mensagens a diluírem-se umas nas outras.
Entre os conceitos repetidos talvez de há pouco mais de 30 anos para cá, ouvimo-lo sugerir mudanças que sinceramente não nos interessam - confessamos o egoísmo.
Afirmou mesmo a celebridade mediática da Madeira Nova que, se os regimes políticos não funcionam, então é preciso substituí-los por outros.
Acabámos por entender o que ele arengava, mas, entretanto... que sobressalto!

Ora, um caso daqueles reside precisamente nas Angústias: ali vegeta um regime que, se funciona, é para levar a Madeira ao abismo.
Por momentos, chegámos a pensar que o homem, afectado pelo ambiente de cabras e vacas, debitava um acto de contricção passível de penitência deliberada: fingir-se cansado e abrir vaga para um regime novo capaz de funcionar pelo bem da Madeira.

A Madeira sem ele existiria, mas não seria a mesma coisa

Rapidamente, percebemos que não se tratava, nem por sombras, de um impulso de consciência da craca que se agarrou à rocha das Angústias no tempo em que os animais falavam. Afinal, o homem não se referia a si próprio. Mas o susto ficou. Por uns momentos, vimo-nos privados de um regime que a todo o instante nos dá motivos para rir, chorar, gritar, abananar, fugir, endoidecer, abrutalhar... e escrever.
Que sentido teria este viver ilhéu sem o regime da crápula que o povo sempre sufragou nas urnas?!
Como diz o anúncio, a Madeira, sem o jardineirismo e competente cáfila de mercenários oportunistas que ganharam e ganham a vida com dinheiros públicos, existiria, mas não seria a mesma coisa. Seria uma terra normal, portanto desinteressante.

Queremos defender este nosso posto de trabalho. Precisamos dos buracos financeiros deste regime para podermos escrever, denunciando-os. Não dispensamos as calinadas e as contradições do carismático chefe do governo e da Igreja madeirense, nem os nossos leitores as dispensam, estamos certos.

Encarecidamente, pedimos ao nosso velho companheiro Paulo Pereira e à mocidade contratada para o ramo comunicacional das Angúsias que façam ver ao chefe o inconveniente destes discursos ambíguos, polvilhados de frases cujo sentido não se percebe à primeira.
O nosso coração não é de ferro.

O chefe referia-se, claro, ao regime de Lisboa, que não funciona e deve ser substituído por outro.
Ele vê bem ao longe. Mas às vezes esquecemo-nos de que, ao perto, não enxerga um boi. Ainda ontem, só se apercebeu do sítio onde estava pelos mugidos.
Talvez perdido no ambiente, chegou a dizer que desconhece na História algum caso em que a um regime político responsável pelo descalabro de um país seja dada a hipótese de continuar no posto para o tentar recuperar.

A Madeira não é um país, mas apresenta-se como exemplo demolidor de um regime que, quanto mais erra, mais palmadinhas recebe dos eleitores.



2 comentários:

Anónimo disse...

Ele tem saudades do Salazar e Marcelo Caetano ! Tem saudades da sua juventude de apoiante escriba e lambe bota do antigo regime .

jorge figueira disse...

Interessante a correcção ao Sr. padre celebrante que teve a ousadia de pedir melhores preços para os produtos regionais. Surgiu de imediato a explicação para isso não ser possível. Os padres devem limitar-se ao mister.. e compreender que vão criar-se novos produtos. Falo de memória e posso falhar mas deveremos ter na forja (como sugeria o Jô Soares) o Alfa-toma um produto para saladas onde se junta num só alface e tomate. Tem grande produção não precisa de água aduba-se com mentiras