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domingo, 1 de julho de 2012

Estilhaços de Madeira



COELHO OBRIGA JORNAIS NACIONAIS A MOSTRAR DÉFICE DEMOCRÁTICO NA MADEIRA








O líder do PTP na Madeira, José Manuel Coelho, acusou este domingo a PSP de, em vez de defender o povo, a autonomia e a democracia, pôr-se ao lado dos fascistas e da Flama.
Reforçando a medida da oposição de boicotar a sessão do Dia da Madeira realizada em S. Vicente, Coelho esteve no local da cerimónia com os outros dois deputados trabalhistas, Raquel Coelho e José Luís Rocha, exigindo tempo de intervenção na cerimónia.
Como se sabe, os partidos ficaram fora do alinhamento de intervenções, limitadas ao convidado constitucionalista, Jorge Bacelar Gouveia, e ao presidente do parlamento.

Expulso da tenda onde decorria a sessão, junto ao campo de futebol dos Juncos, Coelho resistiu aos agentes da polícia que cumpriam, não se sabe porquê, a ordem de José Miguel Mendonça, assistindo-se a uma sucessão de cenas lamentáveis, sem nada a ver com a democracia ou a autonomia que pretensamente se comemorava.

Para obrigar o país a dar-se conta do que se passa na Madeira, em termos de défice democrático, é que José Manuel Coelho levou a cabo mais esta iniciativa pública, presume-se.

De facto, durante 30 anos, jornalistas e políticos da oposição regional chamaram as atenções nacionais para o estado de ditadura em que a Madeira sempre viveu desde a ascensão do PPD ao poder. Porém, nem a comunicação social continental, grosso modo, correspondeu lguma vez aos apelos, nem os órgãos institucionais tiveram a coragem de enfrentar a realidade, receosos do fácil verbo escatológico do chefe regional.

Assim, a solução dos pequenos partidos entretanto lançados na política regional foi abanar a opinião pública com acções políticas surpreendentes e vistosas.
Os incidentes deste Dia da Região provocados pelos deputados do PTP tiveram indiscutivelmente esse propósito e seguiram tal estratégia.
Os resultados não podiam ser melhores. Jornais e televisões nacionais evidenciam, a estas horas de domingo, textos e imagens comprovativos de que a democracia na Madeira sempre foi uma ficção puerilmente contada ao país pelo chefe da tribo e aceite como real por cobardia de presidentes da República, de S. Bento, de governos e de partidos.

Esta noite, há provas irrefutáveis disponíveis na comunicação social, e tão à vista que ninguém pode afirmar ignorá-las.

Ao mesmo tempo, ninguém pode dizer também que desconhece o boicote da oposição em peso a uma sessão regional como a de S. Vicente, feita para o laranjal brilhar. Estarão todos os partidos oposicionistas enganados?
Um tema para o país reflectir.









No caso da imprensa diária na Madeira, obviamente que apenas o DN tratou do tema.





Em S. Vicente, Coelho deixou a mensagem que levava contra uma cerimónia monocolor e acrescentou-lhe a denúncia do comportamento que criticou ao corpo de intervenção da PSP, ao expulsar violentamente de uma sessão parlamentar um deputado eleito pelos madeirenses.

Cenas lamentáveis que exigem consequências.
Coelho, em plena acção, explicava os porquês do que ia sucedendo.



"A polícia portuguesa está ao serviço da Flama e dos fascistas ."



"Em vez da defesa da autonomia, do povo madeirense e da democracia nesta terra, a polícia defende os que atacam o estado de direito."


"Isto é uma vergonha. Fui humilhado, empurrado e agredido pela polícia de Portugal!"



"Isto é uma sessão plenária, os partidos da oposição deviam usar da palavra."



"A polícia defende a Flama, a canalha que envergonha a Madeira com a ditadura nesta terra há 38 anos, dirigida por um fascista e flamista, o dr. Alberto João, que não é doutor, é licenciado."



"...E a polícia continua ao serviço dos gatunos do PPD!"





Cenas proporcionadas pela tirania reles do rei das Angústias.
À tarde, a polícia, dando razão às palavras de Coelho, posicionou-se estrategicamente junto da Sé, para guardar sua excelência, que a essa hora rezava dentro do templo, no recolhimento de circunstância, agradecendo a Deus as possibilidades concedidas para fazer o bem pelos seus conterrâneos.



À beira da Sé e em pleno dia, o Mercedes de sua excelência, estacionado à frente do VW da bófia, esteve devidamente guardado por polícias armados até aos dentes...

...Com outra brigada bem posicionada, metros abaixo.



Mais longe, diante da Junta Geral, tudo a postos para o caso de algum louco querer gastar munições num atentado.

No interior do templo, rezava-se a bom rezar, pela estabilidade social e pelo amor ao próximo.


Desta vez, o bispo até reparou haver desemprego nesta próspera terra.

Sua excelência não deve ter gostado, mas deixou passar. Terminado mais aquele comício, ao estilo Re(li)gião Autónoma da Madeira, o rei da tabanca meteu-se no Mercedes onde esvoaçava a bandeirinha com os dizeres "Das ilhas as mais belas e livres"...


...E percorreu meia cidade protegido por batedores de moto pagos pelo povo, com as sirenes ligadas num domingo feriado sem um carro na rua, percorrendo a longa distância até ao 'centro de dia das Angústias'...



...Onde o rei se deve ter espreguiçado com um charuto e um uísque, satisfeito por mais um dia à sua medida e com a consciência de, apesar dos tempos difíceis, conseguir manter a sua terra na mais completa estabilidade democrática.

10 comentários:

Aires disse...

Linda a gravata aplicada ao rafeiro Rocha.

Anónimo disse...

O Mercedes do rei estava mal estacionado e não havia policias nas redundezas para multar??? Aonde anda a policia quando é necessário aplicar o longo braço da lei??? LOL..

Anónimo disse...

"Democracia" é fazer tudo o que o senhor Coelho exige, que não é mais do que uma tentativa de sabotar e de aparecer?
Não, não vivo da teta do PSD nem tenho nada a ver com política. Sou um simples madeirenses ENVERGONHADO com Coelhos, PTPs, PSDs, Jaimes Ramos e restante escumalha.
Gostaria de opinião dos autores deste blogue sobre isto. É que se por um lado CONCORDO que há muita coisa a corrigir na nossa região, por outro não percebo como estes actos do senhor Coelho são tão aplaudidos e apoiados... só porque é "contra" o sistema. Sistema que mesmo assim lhe permite fazer estas palhaçadas.

Luís Calisto disse...

A nossa opinião consta da peça escrita no blogue, mas com todo o gosto a resumimos aqui.
Durante 30 anos, tentámos chamar as atenções do país, 'civilizadamente' - jornalistas, dirigentes partidários, cidadãos em geral, todos bradámos a plenos pulmões contra a ditadura jardineirista.
Presidentes da República, do parlamento nacional, dos governos, responsáveis de jornais, nunca alguém quis ouvir os lamentos insulares.
Pois agora parace que se descobriu a forma de lhes abrir os olhos.
Pode alguém sentir-se envergonhado, mas nenhum método surtiu tanto efeito como este.
A nossa opinião assenta nesta lamentável realidade... provocada pelo país surdo e cego.
Se os responsáveis actuarão ou não, desconhecemos. O que não podem é continuar alegando desconhecimento.
É isto que pensamos. Uma opinião como tantas outras.

Anónimo disse...

Pois amigo Luís, mas porquê o senhor Coelho é expulso? bem sei que do outro lado -no Parlamento- é igual ou pior, mas não será mais pela forma que pelo conteúdo? a senhora Rubina Leal não precisa de fazer estas cenas para atacar de forma inteligente o governo e o partido do poder. E será que não há outras formas de passar a mensagem?
Desculpe, mas não concordo com nada disto. Se "isto" é Democracia, se "isto" é a alternativa a Ramos e companhia limitada, se "isto" só é bom porque é do contra... desculpe, mas não haverá "Fénix" nenhuma.
Já CHEGA de palhaçadas dos dois lados.
O senhor Coelho diz que "só assim se passa a mensagem..", mas QUAL MENSAGEM?!?!?
LAMENTÁVEL.

Luís Calisto disse...

Também penso que será difícil a Fénix renascer das cinzas, mas por isso mesmo há que trabalhar, e em todos os segmentos desta sociedade submetida a anestesia total.

jorge figueira disse...

Insurgem-se contra o Coelho,terão razão.Pergunto que diferença faz a ridicularização da "casa de loucos" avançada pelo deputado coelho relativamente à linguagem bronca do JR? Pensam o quê dos puxões de orelhas de MM ao Coelho face ao silêncio perante JR? Tivesse MM, desde o principio, contido JR e Coelho não teria tido espaço para roer esta apetitosa cenoura que lhe ofereceram de mão beijada.

Luís Calisto disse...

O problema, caro Doutor, continua nisto: a muitos interessa confundir as causas com os efeitos.
Ora, quem transformou a Madeira numa terra malcriada, sem princípios?

Fernando Vouga disse...

Caro Luís Calisto

Posso?

A palhaçada começou quando a "maioria" decidiu não incluir intervenções dos partidos da oposição, como era seu dever. Não o fazendo, spezinhou cobardemente a democracia.
A partir daí, passaram a ser legítimas todas as outras formas de a oposição se fazer ouvir.
A actuação de Coelho foi, a meu ver, correcta, corajosa e oportuna.

Luis Silva disse...

JMC é um produto, ele próprio, de um regime do "quero, posso e mando". A actuação de JMC está em linha com o estilo implantado, aprovado e vomitado até à exaustão por AJJ. Por isso, porque tanta surpresa!? AJJ literalmente "pariu" JMC. A dita autonomia tem tudo o que merece: uma assembleia medíocre, um regime medíocre, um líder medíocre. O resto do País tem o direito de perguntar-se: para que serve? Vale a pena? O que é uma "Autonomia"? Mas a JMC reconhece-se uma virtude: AJJ deixou de ter os focos da imprensa "cubana" sobre si, tão "hóstil" a si. Agora compete com o "pata-rapada". E o Coelho patita chamou a atenção do País, do Portugal continental e insular, para o que se passa neste território autonomizado. AJJ tem razão quando diz que a Madeira vai sobreviver. Vai de facto. Mas sobrevive e não há-de cair só porque ele está cá para nos "salvar". Vai sobreviver porque simplesmente este regime chegou ao fim. Lentamente se desmorona, cai de podre. Acreditem o fim deste regime não é nem será o fim da Madeira.