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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Madeira ao Vivo




JARDIM MAIS UMA VEZ VERGADO PELO MONSTRUOSO DESPORTO QUE ELE PRÓPRIO CRIOU



Para se salvar do imbróglio, chefe não hesitou em enxovalhar na praça pública um secretário e um director regional. A demissão de Jorge Carvalho é a saída mais digna


"Os políticos que mentem devem ser presos", atacou Rui Alves em directo, quarta-feira, referindo-se a Jaime Freitas e Jorge Carvalho (à direita).


O recuo do governo regional na questão dos dinheiros para o Marítimo e o Nacional deixa o secretário da Educação de rastos e evidencia mais ainda o resvalar de Jardim pelas suas fragilidades abaixo


Em qualquer sociedade normal, um chefe jamais desautorizaria um membro do seu governo por maiores que fossem as pressões que sentisse num caso como o dos dinheiros para o futebol profissional cá no burgo.
Em qualquer sociedade normal, se acaso o chefe se atrevesse a desautorizar um membro do seu governo, ainda por cima depois de o ter mandado avançar, obviamente que esse membro desautorizado apresentaria imediatamente a sua demissão.

Jorge Carvalho será pressionado
para continuar, mas ao
 menos já abalou o sistema.
Acontece que esta não é uma sociedade normal. Mas felizmente ainda existe quem exija ser tratado normalmente. Foi o que aconteceu com Jorge Carvalho, que deu a cara publicamente por um modelo desportivo destinado a travar um pouco a loucura de dinheiros públicos gastos no sector, para depois ser sumariamente ridicularizado, assim como o secretário da tutela, por um presidente do governo que não aguentou a pressão do líder do Nacional, Rui Alves.

Ausência de Carvalho na reunião do Madeira alertou

Esta manhã de sexta-feira, conhecido que era o 'golpe de rins' de jardim, deu-se pela falta do representante do governo regional na assembleia geral do Madeira Sad Andebol (femininos), de que fazem parte Infante, Académico e CS Madeira. E quem era o representante do Governo? Jorge Carvalho.
Os presentes palpitaram o que se passava. E acertaram. A essa hora, já Carvalho avisava o secretário seu superior, Jaime Freitas, de que partia 'para outra'.

O que se sabe é que o caso agita os meandros do governo. Parece que todos os esforços estão a ser feitos, por Jardim e Jaime Freitas, para tentar aplacar a convicção que Jorge Carvalho colocou na reacção às afrontas. Recorde-se que, em pleno directo televisivo, Rui Alves, na presença do director regional, chamou "desonestos" aos autores do modelo. Além de pedir cadeia para os "políticos que mentem".

Desconhecemos o fim que será dado a este episódio. Mas, para já, quem fica sem a menor condição para continuar é o secretário, tamanha lição levou do seu director regional.
Jaime Freitas esteve no conselho de governo, quinta, e não conseguiu suster Jardim na ânsia de voltar atrás com mais 340 mil para Marítimo e Nacional. De facto, não é fácil resistir à teimosia do chefe. Mas Rui Alves consegue-o. Porque fez o chefe mudar um plano que aprovara previamente, conforme informações divulgadas por Jaime Freitas.
O mais estranho é que Rui Alves disse várias vezes que o plenário do governo rectificaria os planos da secretaria da Educação, aumentando as verbas. Como o adivinhou, com tanta segurança?
O mais lógico é que Jardim já lhe passara palavra. Nas costas dos que davam a cara pelas loucuras que ele, Jardim, tem feito no desporto da Madeira, onde se meteu indevidamente.


Diz-se que o Coronel Morna discutiu com Jardim

Jorge Carvalho, embora não se saiba se mantém a demissão, já granjeou simpatias espontâneas. Genro do Coronel Morna, é um professor que fez parte do conselho directivo da Jaime Moniz. Foi director regional de Juventude, assumindo o Desporto há cerca de um mês, quando da extinção do IDRAM.
Nas conversas com os colaboradores, não esconde a situação gravíssima em que se encontra o financiamento do desporto na Madeira. Gastou-se 'à louca' e ele percebeu-o depressa. Até porque agora não há dinheiro. Há custos não contabilizados. Dinheiros saídos com base em resoluções, mas não há contratos-programa que os justifiquem quando o Tribunal de Conta os pede. Logo, não há forma de pagar subsídios que ficaram 'no ar'.
Podia ter o IDRAM um orçamento de 12 milhões para subsídios. Mas na prática estava comprometido com 15 ou 16 milhões.
Um caos.
Perante as piruetas de Jardim nesta matéria, conta-se que o Coronel Morna, seu amigo, o procurou para lhe dizer o quanto discordou da sua atitude, que 'enxovalhou' secretário e director regional.
São especulações que não conseguimos confirmar.


Ainda aqui vamos...

Há quem comece a fazer paralelos... para meditar sobre os insucessos de Jardim no seu relacionamento com o desporto, ou no aproveitamento que eleiçoeiramente sempre dele pretendeu tirar
Quando quis 'esticar a corda', rebentou-lhe nas mãos o caso da fusão, com vaia em 1997.
Agora, quando não há pão em casa, vêm cobrar-lhe contas 7% dos madeirenses, que são aqueles que vivem do incrível fenómeno desportivo insular, criado por decisão unilateral e livre do chefe das Angústias.
União, CAB e outros clubes com modalidades profissionais já perguntam: mais 340 mil para Marítimo e Nacional? E nós?
As associações revoltam-se: O quê? Retirar da miséria que nos dão para contentar os clubes profissionais?!


Demissões também no andebol

Rui Alves disse que jamais voltaria a participar num programa de televisão onde estivessem dirigentes desportivos que são funcionários públicos. Percebe-se, estes não têm senão de 'engraxar' o regime, fugindo à realidade.
Mas no Andebol chegou-se à prática. O presidente da Associação, Emanuel Alves, pôs críticas num comunicado, acusando aqueles que submetem o desporto à partidarite - mais palavra, menos palavra. Para mais, Alves não gostara de o terem convidado para o programa de TV mas para ficar fora do painel principal, onde sentariam o presidente do Madeira. 
Resultado: ouvimos dizer que Rafaela Fernandes e Rui Coelho, que encaixaram o recado da subserviência (são figuras conhecidas do PSD), se demitem dessa Direcção do andebol.

São informações em catadupa que a seu tempo se confirmarão ou não.



Mas isto é só o começo da hecatombe social-financeira que se desenha já sobre as Desertas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Rui Alves sabe lidar com o chefe porque deve saber muitos podres dele e talvez haja alguma "fruta" pelo meio...