PAULO JARDIM SUBSTITUI VIRGÍLIO NÓBREGA NA CHEFIA DE INFORMAÇÃO DA RTP-M

Bruna Melim ascende a coordenadora

Paulo Jardim passa de coordenador a chefe.

A RTP-Madeira ultrapassou de forma um tanto desconcertante a crise aberta com a demissão em bloco da estrutura dos serviços de Informação. Afinal, os coordenadores que seguiram o exemplo de Virgílio Nóbrega, apresentando a demissão assim que o chefe de serviços o fez, continuam nos mesmos lugares - Tânia Spínola e Paulo Almada.

Com Paulo Jardim, jornalista apresentador de telejornal, situação mais surpreendente: a colocação do cargo de coordenador à disposição dos directores funcionou como a tomada de balanço para subir mais alto e ocupar o lugar daquele com quem se solidarizara.

Por outras palavras, Virgílio Nóbrega apanha sozinho com as consequências do indesmentível descontentamento geral com a Direcção, constituída por Martim Santos e Miguel Cunha. 

Paulo Jardim é o grande ganhador da reviravolta, já que sobe de coordenador a chefe de serviços de Informação. Tânia Spínola e Paulo Almada acabam por continuar nos mesmos postos.

Outra novidade igualmente desconcertante reside na promoção de Bruna Melim ao cargo de coordenadora de Informação. A jornalista transitou da RJM para a RTP, como colaboradora, e a sua ascensão na televisão pública tem sido considerável.

A nova estrutura entra em funções quarta-feira. Amanhã, com início às duas da tarde, realiza-se uma reunião de redacção para clarificação das mexidas.

Para já, podemos adiantar que a solução encontrada foi recebida com preocupadas reservas pelos profissionais do Centro da Levada do Cavalo, ainda atordoados pela notícia.

Influência de Luís Miguel de Sousa cresce

Bruna Melim, nome algo contestado
internamente, vai enfrentar uma
'prova de fogo' no mandato de
coordenadora. O futuro depende de si.

A promoção de Bruna Melim ao cargo de coordenadora de Informação vem confirmar a caminhada ascendente do empresário Luís Miguel de Sousa rumo ao controlo da RTP-Madeira.

Devido aos seus conhecimentos com o antigo membro da administração da TV pública 'Marquitos', sogro de um irmão do actual director do centro regional, Martim Santos, o chefe da Porto Santo Line foi colocado como presidente de um conselho de opinião da RTP-M, de que aliás não se conhece trabalho.

Depois, através de uma 'palavrinha' do presidente do governo regional, reuniu-se com o ministro Miguel Relvas ficando no ar a hipótese de o empresário adquirir 5% da estação regional - desconhece-se em que circunstâncias.

Seguiu-se a entrada de Miguel Cunha para a Direcção da RTP-M, falando-se insistentemente nas relações privilegiadas do ex-jornalista do DN com o grupo Sousa.

Agora, Luís Miguel consegue colocar uma jornalista muito próxima de si no quadro de responsáveis pela informação televisiva que se faz nesta terra - passando 'por cima' de valores reconhecidos e de raiz da televisão da Madeira, como Luís Miguel França, Nélio Gouveia, Luís Filipe Jardim, Basília Pita, Helena Correia, e Conceição Brito.

À nova estrutura da RTP-M depara-se trabalho delicado, sobretudo porque continuará lidando com uma direcção estranha, onde manda quem não tem conhecimentos televisivos. Para além da expectativa quanto ao poder de resistência perante as pressões do poder regional.

Recorde-se que Luís Miguel de Sousa é um 'velho' membro do laranjal jardinista.