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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

2016



UM ANO DE AUTÁRQUICAS
SEM AUTÁRQUICAS



Albuquerque costuma dizer que "a vida do mar é dura". Acrescentemos: "...E não só para os outros."




A fava de enfrentar Cafôfo ameaça Rubina Leal










Com o avançar de 2016, Miguel Albuquerque perceberá que não lhe chega distribuir doces pelos grupos parlamentares e pelos seus agentes de propaganda para levar o mandato de chefe do governo descansado e conseguir reeditá-lo nas próximas regionais. Os Madeirenses já sabem o que é que significa para o PSD, ainda no poder, as promessas de aviões cargueiros, ferries e corte de dinheiro público para jornais. As falinhas mansas no anúncio de milhões para aqui e de triliões para acolá, mais hospitais novos e atracção de investimento estrangeiro, tudo isso é chão já sem uvas.
Neste 2016 prestes a despontar por detrás dos fumos e das cores de São Silvestre, o Blue Establishment, por mais anteparos que esteja inteligentemente a erguer à sua volta, terá de trabalhar no terreno. Imagens de TV, fotografias e elogios baratos serão insuficientes quando os operacionais do novo Laranjal acordarem para a conjuntura onde terão forçosamente de se movimentar.
Julgará o actual presidente do PSD que, depois da célebre contagem dos 12 votos, ganhará mais uma vez a maioria numas legislativas se não tiver recuperado para o seu partido a Câmara da capital? Não nos parece. Essa fórmula de distribuição de poderes é agradavelmente democrática, porém, como se constata na actualidade, desagrada sobremaneira a militantes habituados a anos de domínio fácil e quase absoluto. Há tantos interesses pessoais em jogo!...
O PSD precisa muito de ganhar no Funchal. Necessidade que consubstancia um sério problema para os dirigentes da Rua dos Netos. A esta distância, pensamos até que Paulo Cafôfo só precisará de não cometer erros para tornar a ganhar. Admitindo, claro está, que com o aproximar de 2017 a vereação 'Mudança' abrandará sorrateiramente os tiques de pressionar, reprimir e 'chatear' o munícipe, já de si apertado por todos os lados com impostos, imposições, obrigações e limitações. 
Sabe-se que o Funchal sempre constituiu aquele quebra-cabeças para o PSD. E o eleitorado só em estado de desespero manda às malvas a teoria de que 'em equipa que ganha não se mexe'. Neste momento, não se descortinam sintomas de desespero na situação política concelhia - a começar pela frouxa ou inexistente oposição por parte da antiga maioria municipal.
Caso o líder socialista regional Carlos Pereira se cure dos pruridos que a auto-suficiência de Cafôfo lhe provocou, depois da vitória municipal em 2013, e contando com apoios dos partidos pequenos que resistiram à crise pós-eleitoral, os assaltantes social-democratas ao enclave do Funchal muito terão de transpirar por um resultado digno.
Miguel Albuquerque precisa de um candidato fortíssimo à frente desse combate. Não vemos muitos quadros com perfil para tão espinhosa missão. Há Rubina Leal. Não estamos a especular. Trata-se de um nome que entra nas conversas sobre o assunto a correr já nos nervosos bastidores do PSD. Rubina representa de facto um problema que Paulo Cafôfo não gostaria de encontrar no caminho da recandidatura - e estamos a partir do princípio de que o actual presidente da Câmara tenciona ir a nova luta. 
Rubina integra o elenco do governo regional. O que enfraquece tal possibilidade. A secretária da Inclusão Social arriscaria o momento de glória nas eleições autárquicas contra o trauma de voltar ao executivo na qualidade de vencida ou nem voltando, sequer. 


O ex-autarca terá mudado de opinião?


No mesmo patamar de Rubina está Pedro Calado, que na gestão municipal anterior foi n.º 2 de Miguel Albuquerque. Para Cafôfo, reside ali outra potencial ameaça. Com uma desvantagem para Calado: a sua condição profissional de colaborador bem posicionado do grupo AFA, organização empresarial habitualmente diabolizada de ponta a ponta do espectro político-partidário, com exclusão de meio PSD, em tempo de campanha. 
Pedro Calado tem peso eleitoral. Como Rubina. Com um ou outra, Albuquerque estaria a propor o máximo do partido. A menos que tenha um ás na manga para jogar à mesa, o que, francamente, não acreditamos fosse importunar a vereação actual. 
Há também outra face importante deste 'cubo mágico': a vontade, política e pessoal, dos nomes apontados - e comentados nos corredores do Laranjal.
Miguel Albuquerque poderá passear muito com os seus amigos e fugir à luta partidária, nestes meses mais próximos. Mas as fortificações contratadas não chegarão para 'meia missa' na guerra autárquica no horizonte, se ele não mostrar gente credível - daquela que há cada vez menos.
Um dos mais incómodos problemas de Albuquerque é este: se perder no Funchal, terá dificuldades acrescidas nas legislativas de 2019. Mas - outra face do cubo mágico - que dizer do seu futuro se o PSD voltar a perder, como há pouco, ainda no tempo do seu antecessor, em mais de metade das câmaras da Região?
O PP-M pode estar a derreter-se e a confundir-se com a 'direita da direita' social-democrata. Mas Teófilo Cunha ganhará outra vez a Câmara de Santana, bastando-lhe concorrer, seja como representante dos populares seja como independente. Mau lugar para o PSD perder energias.
Em São Vicente, a menos que o cenário se deixe assaltar por aventureirismos político-partidários, os eleitores continuarão 'unidos por José António Garcês'.
Apesar de oposições aguerridas, o partido JPP deixará escapar a Câmara de Santa Cruz? Não nos parece. Pior, para Miguel Albuquerque: num caso desses, os senhores seguintes não seriam social-democratas.
No Porto Moniz, a candeia alumia nas mãos do socialista Emanuel Câmara, até à data. O mesmo acontecendo no Porto Santo, onde Menezes, do PS, pode muito bem repetir o êxito de 2013. Assim como Ricardo Franco, em Machico.
Nada está ganho, nada está perdido, para nenhum dos partidos tradicionalmente vencedores. O que inclui sobretudo o PSD. Que pode recuperar algumas câmaras. Todavia, convém recordar que o Laranjal pode deixar escapar algumas das que ganhou há 2 anos. A Calheta, a Ponta do Sol, a Ribeira Brava e Câmara de Lobos sempre foram bastiões da 'social-democracia à moda madeirense'. Mas, se calhar, não o serão para o resto do século. Até porque existe outro fenómeno a ter em conta: os movimentos de cidadãos, cada vez mais influentes no panorama político. 
De modo que este 2016 prestes a entrar ao serviço não será o passeio ao qual Miguel Albuquerque se julga com direito, à custa de um saco de rebuçados e carinhos para espadanar sobre as forças vivas da Região. As autárquicas de 2017 entrarão na ordem do dia, daqui por uns mesinhos - por mais que, erradamente, interesse adiar a questão à nova e escassa maioria, sempre desejosa de paz, amor e pouco ruído.
Como costuma dizer o próprio presidente do governo e do PSD, "a vida do mar é dura". Faltando-lhe um remate: "...Mas não só para os outros."

22 comentários:

Anónimo disse...

DEPOIS DE LER ESTE ARTIGO CHEGUEI A UMA CONCLUSÃO,SERÁ A ÚLTIMA VEZ QUE O PPD M SERÁ GOVERNO NA REGIAO A MIM NÃO SURPREENDE ESPERO QUE OS OUTROS PARTIDOS TODOS TENHAM ESTES MESES EM CONTA SERÁ A ÚLTIMA OPORTUNIDADE DE MUDAR A POLÍTICA É A ARROGÂNCIA DESTES SENHORES QUE ATÉ AGORA É SÓ PROTOCOLOS
PARABÉNS PELO ARTIGO

Anónimo disse...

Para concorrer à CMF o PSD devia candidatar Sérgio Marques. Está na altura de ir a votos

Anónimo disse...

Calisto, só um reparo: Os partidos da "oposição" desapareceram em São Vicente, quando optaram pelo apoio aos "independentes" (do PSD). Na minha opinião, o vice-presidente vai assaltar o poder, candidatando-se pelo PSD. Aliás, o rapaz foi sempre visto em eventos de apoio à candidatura do Albuquerque, aquando das eleições internas do partido. E note-se ainda que nas legislativas, o PSD teve um grande número de votantes. Este é um caso herdado do Vitor Freitas, que não tinha ninguém credível para se candidatar pelo PS, e do JM Rodrigues, que mandou aquele que seria o candidato de SV do PP para o Porto Moniz.
Mais um reparo: com a questão dos tachos a familiares, do célebre caso das pescarias - "cascague pedgas", mais as ideias luminosas do Menezes (cobrança de um imposto a visitantes, etc), a juntar ao feitio de mini Kim Jong Un, o Porto Santo não será assim tão difícil de conquistar para o PSD. Vai depender do candidato.
Machico e Santana, tal como Porto Moniz, a população parece "acostumada" aos actuais presidentes.
No caso de Câmara de Lobo, Calheta e Ponta do Sol, mais uma vez só depende do candidato da oposição...

Anónimo disse...

Convenvamos k a atual governaçao e do maus fraquinho possível. Existem 2 areas k estao votadas ao abandono estratégico,saúde e educação, com equipad sofriveis e o curioso com gente afastada ou posta de parte sem razão. Isto denota ausencia de sentido governativo de kem preside e vai ter custos nas eleições. Kualker estratega começaria a pedir resultads praticos e iniciava contagem decrescente para uma remodelçao -a inglesa- a meio do mandato para não perder elan.a pergunta e será k Albuqueque tem pachorra?

Anónimo disse...

O que devia estar para breve era o Ministério Público começar a desenrolar o novelo da corrupção na RAM. AFA, Calado, Albuquerque, Cunha e Silva, BANIF, Guilherme Silva. Ia ser bom de ver.

Anónimo disse...

O Pedro Calado não tem qualquer peso eleitoral. Sempre foi eleito em lista. Rubina Leal tem a vantagem de ter feito um grande trabalho a favor de Albuquerque, especialmente nas zonas altas, e isso rende votos.
Por outro lado o interesse do Calado está nos €€€€€€€€, pelo que dificilmente trocará a sua atual situação por uma câmara.

Anónimo disse...

Com a entrega de cabazes por Rubina Leal e Calado, julgo que estarão a preparar a candidatura deste ao Funchal.
Rubina não largará o certo pelo pouco provável.
Um pequeno reparo, o Funchal não é um enclave. É uma das 7 câmaras que não são governadas pelo PSD

Anónimo disse...

Excelente artigo, Sr. Calisto!
Quanto ao caso de S. Vicente há um namoro do PSD (o Humberto tem sido o veio de transmissão) ao atual presidente, José António Garcês. Se este for inteligente como já provou que o é, saberá muito bem que não precisa do PSD para nada.
Ele tem a simpatia do povo e com uma mão no bolso ganha aquilo.

Anónimo disse...

SEM OPOSIÇÃO, A "POSIÇÃO" ATUAL GANHARÁ SEMPRE (E SEM COMBATE)
ASSIM É FÁCIL DEMAIS ...

Anónimo disse...

QUE É FEITO DO CASO CUBA LIVRE NÃO GOSTEI DA TRANFERENCIA DO PROCESSO PARA A MADEIRA,SERÁ QUE TEM A VER COM A SAÍDA DO MAC GAIVER DA AR..

Anónimo disse...

Surpresas na Altura Certa ! Para Ganhar esta Desastrosa Gestão Câmara do Funchal...basta ir aos Saldos !!!!

Anónimo disse...

Sérgio Marque para presidente da câmara do Funchal

Anónimo disse...

Vê-se que este Natal foi intensamente celebrado pelos lados do Pina.

Anónimo disse...

Caro Calisto, todos gostam de Rubina Leal, outros tantos simpatizam com Calado. Outros tantos fizeram cair ou ganhar Câmaras. Se o Rui Abreu é inteligente como parece ser, saberá aconselhar Albuquerque em primeiro lugar efetuar a Renovação que prometeu, irá desaparecer com os gamelões. Mas mais importante saberá lembrar-se que por muito bons que sejam os candidatos, se não houver o apoio das Comissões Políticas Concelhias e mais importante, o apoio das bases, até o Papa perde. As promessas hoje são mais importantes do que uma mão cheia de cabazes.

Anónimo disse...

O sr. Calisto esqueceu-se de uma coisa, para se ganhar a Câmara do Funchal há que ganhar os funcionários. E o Cafofo não ganhou isso, porque todos sabem que ele é um bluff...

Anónimo disse...

Ribeira Brava, Ponta do Sol e Calheta são uns sacos de pulgas, que foram votados ao abandono pelo Funchal, e deixados na mão de pessoas sem escrupulos, sem ideias, sem vontade de trabalhar em prol do partido, e principalmente a se borrifar para a situação que os vai mantendo encostados ao poder.
Estes 3 concelhos são eminentemente agrícolas, e a vagabundagem que vai dentro daquela secretaria, cheiinha de "Manueles Antónios" estão a fazer tudo para que corra mal, e o Vasconcelos não se dá conta. Quando caír em si, já vai ser tarde. Está a acontecer ao Vasconcelos agora o que aconteceu na Camara de São Vicente, deixou-se dominar por uma mulher, quando acordou foi tarde, foi expulso da Camara, agora a "sua braço direito" é muito torta, e vai po-lo fora novamente, e os agricultores aplaudem. O dinheirinho para a passagem do ano só chegará em Fevereiro, e se chegar. Com o Manuel António chegava sempre.

Anónimo disse...

Calisto muitos parabéns pelo artigo. Excelente visão política!! Ainda acrescentaria que o Cafofo ganha a CMF e em 2018 deixa a Câmara para o numero 2 e candidata se a Presidente do Governo Regional da Madeira em 2019 e deixa o actual Presidente do Governo Regional em apuros. Não esquecer outro forte candidato em 2019 que é o Dr. Rui Barreto. O Dr. Miguel Albuquerque nunca mais em 2019 tem maioria absoluta e vai ter de negociar com a oposição ou terá a mesma situação do Continente que é o seu partido ganha sem maioria e terá de dar o governo ao PS, Bloco de esquerda e CDU. Será 3 anos de grande espectativa. P.S: existe ainda a possibilidade, caso o Dr. Miguel Albuquerque não ganhe o Funchal, haja um congresso do PSD extraordinário e haja um novo candidato que faça o mesmo que o Dr. Miguel Albuquerque fez ao Dr. Alberto João Jardim.

Anónimo disse...

Os licores da Festa fazem dizer coisas maravilhosas.

Anónimo disse...

ESTÁ NA HORA DE SÉRGIO MARQUES. VEJAMOS: TEM PERFIL, JÁ ESTEVE PARA SER CANDIDATO E NÃO FAZ GRANDE FALTA NO GOVERNO. COM A SUA SAÍDA PARA A CÂMARA FICAM CRIADAS AS CONDIÇÕES PARA PEDRO CALADO INTEGRAR O GOVERNO. NINGUÉM PERDE, TODOS GANHAM. TAMBÉM GOSTAMOS DA ANÁLISE DO CALISTO, PERTINENTE.

Anónimo disse...


Caro Sr.º Calisto,

No Porto Moniz tem de contar com o antigo presidente Gabriel Farinha que já está a reunir apoios e irá apresentar candidatura independente.

As contas vão ser outras

Anónimo disse...

O 300 NUNCA teria coragem de se apresentar ao desígnio dos Funchalenses, tal como desistiu com o Bruno, tem certo um lugar ao governo que não largará.

Anónimo disse...

Quero ver como é que os Unidos pelo tacho (São Vicente) vão descalçar aquela bota. Cheira-me que vão continuar a ser laranjas sem camisola e com os tontos do PS e CDS a bater palmas.