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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Esquisitas estatísticas na Hotelaria


OVERBOOKING DE ORGIAS 



Uma das tradições de Natal e fim-de-ano, quase consagrada como a lapinha, a noite do mercado e os postos de fogo para S. Silvestre, é a castiça reportagem sobre a ocupação turística. Tradição que não seria tradição sem as entrevistas a hoteleiros de referência como António Trindade e a directores dos hotéis mais conhecidos.
Faz parte da tradição também dizer que "a ocupação este ano é superior à dos anos anteriores" e que "nesta quadra estão a ser batidos vários recordes no negócio hoteleiro", numa referência aos hóspedes que vêm pela segunda vez ao hotel e a montes de down grades, rooming lists e room nights.
É o que se tem ouvido nestes dias.
Mas há dois aspectos que não conseguimos atingir. 
Por um lado, a resposta negativa dos patrões aos pedidos de melhoria de salários por parte dos trabalhadores da Hotelaria. Com tanto sucesso... e só se ouve os donos 'cramarem' que o negócio está pelas horas da morte, ou seja, que alguns hotéis estão à beira da falência. Quanto maior a taxa de ocupação...
Por outro lado, uma questão matemática. Há muitos anos que andam a dizer que a taxa de ocupação é superior à do ano anterior. Ora, ao tempo que essa taxa ia nos 95, 96 e 97%, é impossível não ter passado ainda dos 100, já que a percentagem é sempre apresentada em números naturais. Os cavalheiros que trabalham com os 'bifes' têm a certeza de que a taxa de ocupação neste final de ano não vai nos 130 ou nos 140%? Queremos saber essas coisas. Não admitimos que andem a transmitir para o exterior má imagem da Madeira com ocupações hoteleiras do género 'tudo ao monte', hóspedes em cima de hóspedes ao ritmo de 10 e 15 por quarto. 
Overbooking sim, mas devagar. E com respeito.

14 comentários:

Anónimo disse...

Quem é acredita numa direção tutelada por alguém que afirma que o cais 8 nunca foi para cruzeiros?
Se o leitor for ao site da DRAmb ainda activo, em consultas públicas, histórico dos estudos de Impacte Ambiental para o ano de 2012, verificará que existiu um estudo de impacto ambiental do projecto do novo cais de cruzeiros na frente de protecção marítima do depósito de inertes criado a nascente do cais do porto do Funchal.
Para mim, quem falta à verdade escandalosamente não tem quaisquer problemas em dar um jeitinho em qualquer número tal como o desemprego ou a taxa de ocupação turística. Também admito que a afirmação relativa os cais 8 pode ser simplesmente incompetência, imbecibilidade ou credulidade...
Em qualquer das alternativas, não acredito em nada que venha da parte desse senhor Secretário ou de organismo por ele tutelado, especialmente se tal tiver impacto político.

Anónimo disse...

Hahahahahah, muito bom Sr. Calisto.É a terra do faz de conta.

Anónimo disse...

Estes srs que muito se gabam da ocupação hoteleira e que se recusam a aumentar os seus trabalhadores deviam era revelar à opinião pública os dados estatísticos sobre os impostos que efetivamente pagam na Madeira. Duvido muito que os impostos pagos por estes srs seja superior ao valor gasto pelo erário público na divulgação do destino Madeira. Sim, sei que sem a atividade turística os trabalhadores do sector estariam desempregados e logo entraria menos IRS, menos descontos para a Segurança Social, etc, haveria menos consumo e logo menos IVA mas é inadmissível que estas empresas recorram a engenharias financeiras para reduzir os lucros tributáveis em IRC ou mesmo para não os pagar cá.

amsf

Anónimo disse...

Também podiam dar ênfase à ocupação hoteleira dos Hospitais.

Anónimo disse...

Excelente. Nunca dá lucro mas dá para abrir novos hotéis em todas as partes do mundo....com a escravidão dos funcionários que trabalham horas sem remuneração tipo.... escravidão.

Anónimo disse...

A Hotelaria Madeirense está em franca recuperação desde 2013, sendo 2014 o melhor de sempre e tudo indica que 2015 será ainda melhor. As perspectivas para 2016 são para novo recorde. Os Hoteleiros nunca encaixaram tanto dinheiro como nestes últimos 2 anos e quem não o fez foi por manifesta incapacidade. Em 2010 os Hotéis começaram a ajustar-se às dificuldades, despedindo, não contratando, não pagando horas extra, baixando salários e atrasando o pagamento dos vencimentos e subsídios, substituindo trabalhadores fixos por temporários, recorrendo a mão de obra barata e mal preparada. Os trabalhadores foram cedendo e o vício ficou mas actualmente nada justifica esse procedimento que se foi tornando normal.
A promoção é toda à custa do investimento público e o investimento só acontece se houver ajuda (grande) dos fundos públicos ou europeus.
O aumento no vencimento dos trabalhadores é mais que merecido, não há aumentos à 4 ou 5 anos e são eles o garante da qualidade reconhecida deste destino turístico e seguraram os Hotéis nos tempos de crise. Não há desculpa, desde à 3 anos que os Hotéis dão dinheiro, com aumento de receitas que chegam aos 30%!

Anónimo disse...

Não entendo porque Antóno Trindade continua sendo uma referencia no Turismo Madeirense, se ele paga impostos na Holanda, tem imoveis hoteleiros resgistados em offshores (IMT IMI Etc) Essa mania de cumprimentar com chapeu alheio fica feio.

Anónimo disse...


Caro Sr.º Calisto, parabéns pelo artigo e pela oportunidade.

Ninguém fala na exploração do trabalhador da hotelaria, pois não?

Ninguém fala no " assedio laboral" que existe na hotelaria do tipo ou fazes e calas-te ou então vais para a rua e não trabalhas mais na hotelaria.

Nisto não vejo trindades a fazerem nada tudo do mesmo.

Só e com directores incompetentes que nem licenciatura têm e apelidam-se de Doutores

Anónimo disse...

E o exmo. sr. regabofe Albuquerque que isentou o FourViews dos impostos por..... txantxantxan.. serviços prestados ao TURISMO!?!?!
"Um despacho conjunto dos secretários regionais das Finanças e da Administração Pública, Rui Gonçalves e da Economia, Turismo e Cultura, Eduardo de Jesus atribui a utilidade turística e por essa coisa fora de série, um hotel ter utilidade turistica, é oferecido:

Isenção em 50% do Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), da Isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) por um período de sete anos, e da Isenção das taxas devidas por licença à Direção Regional da Administração Pública e Local e à Inspeção Regional dos Espetáculos por um período de sete anos.
A ilha está a saque.

Anónimo disse...

Os Hoteleiros têm as benesses todas do GR e apenas deixam umas migalhas aos trabalhadores.

Anónimo disse...

As famosas estatísticas dizem respeito sempre aos mesmos períodos: Festa da flor, Verão e fim de ano.
É só para jogar cinza nos olhos.
Agora, algumas cadeias têm sempre boas ocupações porque são grandes e sobretudo porque são beneficiados (sempre foram).
Os casos do Senhor do Porto Bay e do Pestana é ridículo.
Já cansa ouvir o Sr, Trindade falar que faltam aviões e balelas que tal.
Essas unidades recebem dinheiro dos nossos impostos que se supõe para promoção e mais não fazem que se promover a si próprios bem como pagar a animação incluindo dentro das próprias unidades.
E quanto a salários, já como um comentador referiu é pura escravidão...
... salários de misérias, horas e mais horas...
Existe Inspeção do Trabalho??
Onde??

Anónimo disse...

Mais um excelente artigo, Sr. Calisto!
A subir sempre uns pontos percentuais a taxa de ocupação já passou à muito dos 200%.
E há mais engraçado que é considerar turistas os visitantes de cruzeiros, meter tudo no mesmo saco e pomba, estamos no paraíso!
Para quando vamos ter o nosso maior setor económico nas mãos de amadores?
Já enoja de tanto auto-elogio infundado!

Anónimo disse...

Os turistas agora já dormem nos terraços dos hoteis....pois estão tão cheios, tão cheios, que o revpar tambem ficou em overbooking...

Anónimo disse...

ESTATÍSTICAMENTE FALANDO É UMA VERGONHA O GOVERNO DEVIA NOMEAR QUEM FAZ ESTAS ESTATISTICAS PARA TRABALHAR NO I R E, E JÁ AGORA NOS NÚMEROS DA POBREZA ATÉ PARECE QUE ESTE GOVERNO RESOLVEU TUDO (VÃO PARA CASA)