MAIS UM ESCÂNDALO
NO DESEMBARQUE
Bem podem os crânios responsáveis pelos portos arranjar os habituais argumentos. Por exemplo, dizer que afinal não é cais nenhum aquele 'Cais 7 1/2' que fica por dentro do 'Cais 8' que afinal também não é cais nenhum. Ou que o perigoso acesso a terra dos turistas esta manhã de 31 pretendeu unicamente oferecer uns 'jogos de aventura' grátis, ao jeito de promoção turística, aos passageiros dos navios ancorados ao largo e que vieram a terra viajando em baleeiras. Quem diz que o 'Cais 8' não funciona por causa das ondas provocadas pelo Lobo Marinho é capaz disso e de muito mais.
Argumentem o que argumentarem, contudo, o que se passou hoje no aterro foi vergonhoso para as inteligências que tanto obraram na Madeira Nova e pelos vistos continuam a obrar.
A meia manhã, dos 11 navios previstos para a noite de São Silvestre, tínhamos já 4 deles atracados e outros 4 fundeados ao largo. O tempo estava cinzento e caía chuva miudinha molha-parvos.
Os passageiros dos navios ao largo, porque é impossível dar acostagem a todos os paquetes, tiveram de usar as baleeiras para vir a terra.
As quais baleeiras meteram proa rumo àquele atracadouro que se calhar não é bem atracadouro, devendo servir talvez para proteger o aterro, como faz o 'Cais 8' que não é cais não é nada.
O suposto atracadouro, tremelicando dos 'fingers', animou-se e animou os mirones.
Para os passageiros, o primeiro obstáculo desta espécie de 'jogos da aventura' foi a subida pelo 'escadote' que vai do 'finger' ao alto do chão firme. Exercício demasiado perigoso para a esmagadora maioria dos turistas, acima dos 75 e 80 anos.
Já em terra firme, suspiros de alívio dos aventureiros à força. Mal sabiam eles que só haviam terminado os exercícios de aquecimento...
Estavam de facto iludidos com a pequena extensão do troço plano, bom para respirar.
Provavelmente para manter o emocionante dos exercícios, os guias apenas forneciam a identificação das camionetas que esperavam os turistas.
Nada de pormenores, pois, sobre o inesperado obstáculo seguinte. Ainda mais perigoso do que o anterior. Cidadãos locais e turistas que andavam pelo local indignaram-se. Mas os desembarcados seguiam desinformados, direitos ao objectivo.
O objectivo era uma geringonça de pedra. Com degraus demasiado altos para servir de escadaria e demasiado baixos para ser bancadas. Escada não há por ali no famigerado aterro.
Caía uma chuva miúda que mantinha o traiçoeiro piso escorregadio. Aconteceu que os... É melhor o Leitor observar as imagens. Só lhe dizemos que se notava no rosto dos idosos, ajudados por alguns guias e mirones, um misto de pânico e vexame pela situação que eram obrigados a ultrapassar. Até porque os mais novos, embora com esforço, lá pulavam o obstáculo.
A mulher de vermelho passa o 'degrau'...
...Mas falta o marido.
E vai outro 'degrau'...
As cenas multiplicavam-se, à medida que as baleeiras descarregavam 'aventureiros'. Operações demoradas.
Espectáculo digno da terceira cidade do País.
A este guia, que nos respondeu num inglês marroquino do interior, sugerimos que indicasse aos velhotes a saída mais ao mar, que faz andar um pouco mas não apresenta obstáculos perigosos. Ele continuou preocupado em indicar onde estava a camioneta da sua agência para a excursão. Indiferente, como alguns colegas, ao esforço dos visitantes e aos perigos do percurso.
Alguns felizardos avistavam essa saída mais ao mar e seguiam por lá.
Com algum jeito, era possível tornear as caranguejolas montadas para as festas de logo à noite.
...Caminhando mais um pouco...
... Eis as camionetas! As quais, como alguém referiu no local, afugentavam os turistas todos do Funchal. "Onze navios e não fica um visitante na cidade que dizem querer dinamizar", ouvimos. Mas isso é outra conversa.
Foi uma manhã de revolta - em turistas e em madeirenses. Quando regressarem, mais logo, a descida destes obstáculos ainda será mais perigosa - dizia-se em pleno aterro. Sim, porque o safari à beira-mar tinha segunda parte.
Enfim, depois de tantas peripécias em terra, os nossos visitantes regressaram às suas naves, cheios de vontade de repetir na Madeira estas experiências excitantes. Sempre há formas de promoção turística baratas. Haja criatividade.
PS - Se o Leitor Amigo ficou cansado de percorrer esta lengalenga, imagine os pobres dos turistas que cheios de boas intenções vieram assistir ao melhor São Silvestre do Mundo!
10 comentários:
Grande Reportagem "Panorâmica" das obras da Vice PresiDência Anterior-Cunha e Afins...
Será que não podem corrigir isso? Ou tem assinatura de arquiteto que não deixa mexer como é o caso das iluminações, que são iguais em qualquer parte do Mundo...sem tradição ..Mais do Mesmo.
AMIGO CALISTO NÃO FIQUEI CANSADO,MAS FICO TRISTE EM VER OS TURISTAS COM TANTA DEFICULDADDE ASSIM COMO É QUE DIZEM QUE CADA TURISTAS DEIXA NA MADEIRA CERCA DE 70 EUROS,E UMA VERGONHA TANTO DINHEIRO GASTO QUE SÓ SERVIU PARA ALGUEm RECEBER COMISSOES E CALMA JÁ FALA EM AUMENTAR A PONTINHA TALVEZ A PENSAR NO MESMO OBJETIVO JÁ QUE GRANDES OBRAS A BEIRA MAR COSTUMAM DAR MUITO LUCRO,NO QUE TOCA AO HOSPITAL EM 2020 OUTRO GOVERNO COM OUTRA GENTE E CAPAZ DE RESOLVER.
Essa Panorâmica tem muito para refletir Senhor Cunha ..As obras mal feitas com o dinheiro do povo não são responsabilizadas?
Esta longa serie de fotos e de comentários "apenas" nos faz perceber, a longa e consistente incompetência de quem governou esta região durante os últimos anos. As obras custaram, está lá escrito, 23.397.460,00€ comparticipados a 85% pela UE, com 17.632.959,42€ ( note-se o preciosismo da verba , os tais 42 cêntimos!). Ou seja dinheiro fácil, o bolo maior veio da UE e o restante pela tal LEI de MEIOS do OE do tempo de Sócrates.
Foi assim que construiu o futuro na Madeira com dinheiro fácil, mal gasto, desperdiçando tempo e dinheiro. A única razão da construção deste cais aborto, parece efectivamente ter sido financiar do outro lado da cidade, dentro em breve, a construção privada do novo SAVOY.
Excursão ou extorsão?
Questiono.me por que razão o governo de Sócrates não criou uma comissão de acompanhamento desta obra, tal como em tempos o governo da Republica fez em relação aos Açores com a vaga de sismos que destruiu parte das ilhas.
Quanto à UE, só querem saber de faturas. O que está no terreno, não interessa para nada.
Região de terceiro mundo??? Vergonha roubo e o último golpe da ex governação...
Obras so para beneficiar as grandes empresas, pagamento de favores e talvez enriquecimento dos proprios bolsos. Nesta terra ninguem do governo e responsabilizado pela imcompetencia dos seus actos, nao e nada com eles, e quem ficou no lugar deles pouco se importa!
O que faz Nuno Jesus, entusiasta de navios, na Secretaria de Eduardo Jesus? então, ele não alertou a Presidente da APRAM e o próprio Secretário, para as condições neste local? Incrível o que se passou neste local com pessoas de mobilidade reduzida.
Outro assunto, espero que o entusiasta de navios Nuno Jesus, que não nutre simpatia pela ligação ferry entre o Funchal e o Continente faça uma séria reflexão de ano novo, e aceite a ideia do ferry operar no Porto do Funchal tal como o ferry Lobo Marinho opera.
Os passageiros do ferry que efectue a ligação entre o Funchal ao Continente e vice versa, não são inferiores aos passageiros dos navios de cruzeiro.
A ideia que paira na Secretaria Regional de Eduardo Jesus, da hipotética ligação via ferry com o Continente se realizar a partir do Caniçal é puramente utópica e discriminatória.
Terceira cidade do país? O Funchal é para aí a sexta. A não ser que se refira ao número de dormidas de turistas...
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