EX-MEIO CHEFE VAI NO 6.º VOLUME
DAS SUAS MEMÓRIAS FICTÍCIAS
No eremitério do Alto Quebra-Costas desfilam memórias de 40 anos do antigo Rei da Tabanca derrubado recentemente pelo Príncipe do Blue Stablishment. O relato de tantos episódios rocambolescos da mítica Madeira Nova está sendo passado ao papel, ou ao Word, certamente moldado à enviesada maneira de ver do seu autor, como sempre aconteceu durante esse mesmo período, em que o povo via encarnado mas tinha de considerar que era verde, para não contrariar o daltonismo das Angústias de então.
De facto, contar as loucuras do 'período desenvolvimentista' tal como aconteceram seria chover no molhado, porque delas todos nos lembramos com precisão. A reinvenção de factos concretos, passando-os ao campo do absurdo, como percebemos pela amostra do que já vimos, é que terá mesmo piada. Embora - mais do que certo - a narrativa, além dos baixios de pontapés na Gramática, vá produzir um Atlântico de desmentidos. É que mesmo os que lhe serviram de tapete não têm hoje em dia medo da língua dele.
Segundo o K-Quebra-Costas, o homem nem sequer está a meter nas imaginativas memórias os discursos que fez no negro período jardinista. Isso dá uma enciclopédia à parte. Todos se lembram que aquilo era à média de 4 e 5 sermões por dia! Sem limites de tempo nem de espaço! Era nas inaugurações, nos colóquios, nas visitas às veredas e por aí adiante - tudo com direito a comunicação social, para não haver críticas sobre 'censura à obra do governo'.
Há um problemazinho, julgamos, sem querer meter foice em romances de ficção alheios: é que o ex-Meio Chefe vai no 6.º volume de memórias. Ora, com essa lentidão, nunca mais chega ao fim da obra. Que é a parte mais deliciosa.
4 comentários:
"Memórias fictícias"...
Delicioso!!!
O André Freitas, apesar de estar muito mais magro (também deve fazer aquelas passeatas matinais) está é a ficar lento como um profeta...
Oxalá o senhor conte tudo, com nomes e datas! Vai haver muitas surpresas inclusive no Blue Establishment ( não é Stablishment caro Calisto). Se ele conta mesmo tudo, tudinho, o nosso estimado bloguer também vai ter a sua parte. Foram tantas as suas romarias a aquela varanda por sobre as araras...conte à gente amigo Calisto. Também deve ter histórias para nos contar a propósito da "Tabanca" como gosta de adjetivar.
Ora, caro Pimentel
1. Como sabe, stablishment é a forma arcaica de establishment. Tratando-se de uma casta azul, monárquica, optei pela forma antiga. Para dar estatuto à dita. Mas pronto, para não confundir, e porque o povo é quem mais ordena, a partir de agora teremos o 'blue establishment'.
2. Quanto às minhas idas às Angústias no tempo de Jardim - que é a isso que se refere -, tenho a dizer que foram às centenas e se calhar milhares. O cavalheiro Pimentel insinua qualquer coisa. Se calhar, que eu ia lá com a ideia de estabelecer conversações relacionadas com os meus tachos, prebendas, sinecuras e sabe-se lá que mais tráfico de influências!
Vamos deixar o 'seu' enigma de pé, para não esvaziar as memórias que já vão no 6.º volume.
PS - Só uma notazinha, caro Pimentel. Eu ando aqui de rosto exposto, no mundo escancarado da net, com o nome à vista. Ao passo que essa de 'Pimentel' não é nada familiar, pelo menos a mim. E que tal se o nosso amigo 'Pimental' se desvendasse um pouco mais, para alargarmos as histórias da Tabanca?
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