O Banif, o Orçamento Rectificativo e a posição do Bloco-Madeira
O Banif chegou a
esta situação de liquidação iminente após três anos de intervenção do Estado com o governo PSD-CDS. Injetou 1.100 milhões de euros, passou a deter 60% do capital
e durante três anos, o anterior governo abdicou da posição dominante no banco,
deixou os privados ao leme, nada fez para encontrar uma solução que defendesse
o interesse coletivo e em particular os interesses da economia da Madeira. Pela
administração do Banif passaram ilustres dirigentes do PSD-Madeira, como
Tranquada Gomes, Paulo Fontes e Miguel de Sousa.
A solução que o Bloco sempre defendeu, a integração do Banif na CGD ou sua manutenção como banco público das ilhas, como instituição independente, terá sido autorizada pela Europa em 2013 - apesar de nunca concretizada -, em alternativa à solução então adotada e antes da concessão das ajudas do Estado, quer ao Banif, quer à Caixa.
A solução que o Bloco sempre defendeu, a integração do Banif na CGD ou sua manutenção como banco público das ilhas, como instituição independente, terá sido autorizada pela Europa em 2013 - apesar de nunca concretizada -, em alternativa à solução então adotada e antes da concessão das ajudas do Estado, quer ao Banif, quer à Caixa.
Essa
solução, sim, defenderia os interesses da Madeira e dos Açores, iria garantir
os empregos e a manutenção da atividade do banco e deixaria em aberto a
recuperação do investimento do Estado a médio prazo.
Mas o governo PSD-CDS não quis essa solução, por aversão ideológica à existência do setor público. O governo anterior não quis solução nenhuma, deixou andar durante três anos e a situação agravou-se. Uma solução poderia prejudicar a imagem da saída limpa da troika e a votação nas eleições de outubro.
Mas o governo PSD-CDS não quis essa solução, por aversão ideológica à existência do setor público. O governo anterior não quis solução nenhuma, deixou andar durante três anos e a situação agravou-se. Uma solução poderia prejudicar a imagem da saída limpa da troika e a votação nas eleições de outubro.
O atual
governo PS, disse que a opção pela CGD era a sua preferida, mas não adiantou
até onde estava disposto a ir no confronto com a Europa, para defender o
interesse do País. Sabemos bem que noutras situações as regras europeias foram
derrogadas para atender a interesses específicos de alguns países.
A solução aprovada consiste em lavar os erros da administração privada do Banif com dinheiros públicos e entregá-lo limpinho ao Santander, outro banco privado e estrangeiro. Não há qualquer garantia quanto à manutenção do emprego e do nível de atividade nas ilhas. O Santander fará o que entender e quando entender quanto ao fecho de balcões e à redução do pessoal, na óptica única da maximização do seu lucro. Não assume nenhum compromisso específico para manutenção de empregos ou de agências em localidades menos interessantes para o seu negócio e tal não foi exigido pelo governo.
A solução aprovada consiste em lavar os erros da administração privada do Banif com dinheiros públicos e entregá-lo limpinho ao Santander, outro banco privado e estrangeiro. Não há qualquer garantia quanto à manutenção do emprego e do nível de atividade nas ilhas. O Santander fará o que entender e quando entender quanto ao fecho de balcões e à redução do pessoal, na óptica única da maximização do seu lucro. Não assume nenhum compromisso específico para manutenção de empregos ou de agências em localidades menos interessantes para o seu negócio e tal não foi exigido pelo governo.
A
proteção dos pequenos depositantes – saldos até 100.000 - nunca esteve em
causa, o estado garante sempre esses depósitos. No pior cenário estariam em
causa os depósitos acima de 100.000 e na parte que excede esse valor. Seriam
afetados cerca de 7.400 depositantes.
O Bloco
pediu ao governo um compromisso forte com medidas que afastassem futuras
utilizações do dinheiro dos contribuintes para salvar os bancos privados, e na
expectativa de uma resposta positiva, o nosso Grupo Parlamentar na Assembleia
Legislativa da Madeira absteve-se no parecer positivo emitido pelo parlamento
madeirense. Depois verificou-se que o governo do PS não quis assumir esse
compromisso, pelo que Deputado da Madeira na Assembleia da República, e o
respectivo Grupo Parlamentar, não poderia ter tido outro voto que não fosse
contrário a este orçamento retificativo.
Não podemos aceitar esta chantagem eterna da “responsabilidade” de termos de aceitar um mal menor para evitar um eventual mal maior. Não podemos continuar a olhar apenas para o imediato, para caso urgente urgente, e deixar ficar tudo na mesma. É preciso mudar as regras para que isto não se repita, basta de sacrifício permanente dos contribuintes para salvar negócios privados.
Não podemos aceitar esta chantagem eterna da “responsabilidade” de termos de aceitar um mal menor para evitar um eventual mal maior. Não podemos continuar a olhar apenas para o imediato, para caso urgente urgente, e deixar ficar tudo na mesma. É preciso mudar as regras para que isto não se repita, basta de sacrifício permanente dos contribuintes para salvar negócios privados.
O
Secretariado Executivo do BE Madeira
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