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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Delícias da Madeira Nova

SUA EXCELÊNCIA NÃO TEM DE SE PENITENCIAR!





Comunicado elaborado pela redacção da 'Fénix', devidamente assinado por mão oficial, como aqueles comunicados que o chefe leva prontos para o conselho regional do PPD e os que manda já escritos para o FAMA de Gabriel Drumond divulgar:



Os adversários do nosso rei das Angústias são livres de o criticar, condenar, vilipendiar, maldizer, escarnecer, galhofar. Mas não fica bonito. Sinceramente. Não se corrigem asneiras com asneiras. O homem diz que não se arrepende da dívida? Tem razão, sim senhores. Ou não terá? Tem razão, mesmo que não haja especificado se fala da medonha dívida que temos à vista ou da tenebrosa dívida oculta. Haja coragem de falar ao povo, olhos nos olhos! Se o monarca já não fala olhos nos olhos com o povo é porque o povo não tem pachorra de ficar no adro mais uns minutinhos depois da missa. Impertinência e desconsideração que reprovamos.


Como vem pregando na sua peregrinação pelos adros, numa repetição de cassete a ver se Jaime, João, Almeida e Machadinho aprendem a doutrina de uma vez, rei monarca das Angústias tem obra feita e essa obra seria impossível sem a criação de uma dívida com ração da melhor qualidade para engorda. Sem falsas modéstias, podemos afirmar que há poucas regiões no país com um nível de dívida tão elevado.
Nestas coisas, nada melhor do que resultados concretos para se aferir a justeza de uma linha programática séria como a destes 34 anos. A obra está patente por aí ou não está?
É de enlouqucer: para desfazer no trabalho do homem, dizem que os mamarrachos ferem a vista; para ocultar esse trabalho, negam a existência de alguma coisa de jeito e útil além do alcatrão viário. E, mesmo aqui...  
A isto chama-se zero na disciplina de empreendedorismo.

Escutamos os bota-abaixo, neste preciso instante, a vociferar:
1. Como é que ele se pode gabar de ter feito viadutos, estradas e túneis se não percebe nada de engenharia?
2. Como é que ele (ele é o rei, no tratamento dos ingratos) - como é que ele diz que deu este beco aos paroquianos da Achada, mais este aeroporto à Região, mais o caminho dos saltos aos eleitores da Levada... e ao mesmo tempo se confessa um 'teso' sem 'massa' para mudar de carro? Deu o quê?!

Calculamos o que por aí vai de invectivas mal dispostas e ressabiadas contra um madeirense - sua excelência - que continua disposto a sacrificar por nós mais alguns anos de vida e de carreira, pesem os defeitos que maldosa, injusta e mentirosamente lhe atribuem.

Aquele rapaz - permitam-nos o carinho - insiste na legitimidade que muitos recusam à dívida regional. A redacção da 'Fénix' aceita que os adversários contrariem tal tese. Mas, no essencial, não há motivos para tanto barulho.
Há dívida. Porém, repetimos as vezes que forem necessárias, também há obra. Bolas, temos 10 campos de futebol só no concelho de Santa Cruz! Não é obra?! Temos piscinas para nadar e até para estarem fechadas, para quando houver água, luz e nadadores. Pavilhões desportivos, quase um por rua.
Há marinas que nos custaram os olhos da cara, mas que deixam atracar iates, umas, e poderão um dia fazer o mesmo, outras, se o mar de sudoeste deixar, porque a construção naval não pára. Não é para as próximas décadas, certo. Mas, entretanto, poderão ser reutilizadas como viveiros de douradas, chicharro e ruama para os nossos xavelhinhas da pesca.
O mesmo se passa com aqueles centros cívicos que parecem naves espaciais, onde não haverá desgaste porque ninguém põe lá os pés e onde não há cultura para desgastar nada, já que o governo sempre teve mais onde aplicar os balúrdios da Europa e de Lisboa.
Há obra feita que não serve nos dias que correm, mas que um dia, quem sabe... 
A isto chama-se planeamento. Pensar futuro.

Há quem ataque o nosso rei porque, ao mesmo tempo que se abriram vias rápidas, se construíram centros de saúde e pavilhões desportivos por essas freguesias, a 3 minutos uns dos outros - ainda por cima com utilização nula todo o santo dia. Não servem para nada? Voltamos à vaca fria. Não servem hoje, senhores! E, se não servem, é sinal de que não se degrada nem espatifa essa obra feita. Mais: de hoje para amanhã, se for preciso voltar à vida rural, como tudo faz prever, não precisaremos de gastar dinheiro em paus e colmo para fazer palheiros. Temos aquilo ali, que não faz peso nos chifres de ninguém, Deus nos perdoe.

A mensagem deste comunicado, em resumo, é a seguinte: sejamos tolerantes com chefe Jardim. O partido dele já lhe quebra a cabeça, com uma dívida - soubemos há minutos - que ronda os sete milhões. Sete milhões vírgula qualquer coisa (e há quem sussurre 10 milhões). Ou seja, o homem já padece demasiado a tentar descobrir quem é que desviou tanto dinheiro do partido. O facto é que há jackpot, empreiteiros colaboradores da causa social-democrata, 'encravadelas' cirúrgicas ("Este é um forreta, só mandou 5 mil euros para a nossa campanha...", coisas assim)... E ainda falta dinheiro! Que raio de gestão têm feito naquela Fundação laranja, que o pobre do rei fica atarantado! Ele que nunca assinou papel nenhum! O PPD tem sede na Rua dos Netos com aqueles andares todos, mas ao que dizem com um 'cachorro' de alto pedigree atrelado. Possui o forum lá em cima ao lado do shopping, nascido de boas vontades. E tem a herdade nas Carreiras. Ainda assim, mais de sete milhões a 'berrar', passe o termo!
Já nas contas do partido dos Netos, o homem tem chatices com que se apoquentar. Só faltava agora tramar-se por causa da própria Região, que ele tanto ajudou a jogar para o abismo!

Já cansa ouvir críticas à marina do Lugar de Baixo, tem razão sua excelência. Ataques injustos aos mamarrachos erguidos com a ideia inicial de funcionar como fóruns, restaurantes, cabeleireiros, parques de estacionamento, e que actualmente jazem desertos em São Pedro (Santa Cruz) e em Machico, no antigo Campo Tristão Vaz. Aquilo não presta? Os restaurantes da promenade em Câmara de Lobos também se encontram desactivados, ferrugentos, é certo. Pois servem de alvo às fotográficas digitais dos turistas, que são muitos os que por lá se passeiam.
Todas essas imponentes infra-estruturas não servem rigorosamente para nada. Realidade assumida. Mas já cumpriram grande parte do seu papel. Propiciaram muita riqueza e muitas riquezas na Região. É pouco? Essas infra-estruturas que simbolizam com esplendor e sumptuosidade os opulentos anos da Madeira Nova, que esperamos se perpetuem por todo o sempre, podem muito bem, na sua inutilidade, albergar ratos, morcegos, lagartixas, moscas e baratas, em vez de a bicharada incomodar a casa de cada um. Servem também aos militantes do PCP Edgar Silva e Leonel Nunes, nos seus itinerários propagandísticos, para visitar berbicachos e anedotas de betão, em vez de passarem o tempo na Viana e nos Quatro Paus a desestabilizar o povo sereno e superior das zonas altas.
"Não me arrependo da dívida, porque sem ela não teríamos esta obra feita", repete-se D. Jardim I e Único. O homem está a dizer alguma mentira? Sem dívida, teríamos parques industriais para cabras e centros cívicos para ratos?
Encaixem a verdade e calem o rancor os bota-abaixo afectados por traumas de infância que adormecem e acordam a ruminar ódio a quem tanto obrou.

Dívida? Pois há! Mas bendita dívida - parafraseando o chefe - que permite a um líder estar em todas as frentes a defender a sua terra, seja no Sheraton de Bruxelas, seja na nossa casa de praia no Porto Santo, seja em Bora Bora, seja com carro do governo, seja com polícia a vigiar a casa, seja com patuscadas oferecidas pelos Sousas no 'Lobo Marinho', seja...
Certo, o povo passa fome e envergonhadamente chega-se à sopa do Cardoso, padece no desemprego, cede nas penhoras, emigra, pensa em medidas extremas. O número de suicídios disparou nos últimos tempos, porque os chefes de família desesperam no beco sem saída para onde foram empurrados. Aquela mulher agente de execuções foi a uma cidade fora do Funchal executar e o executado, perdido da cabeça, partiu a garrafa e espetou-lhe o gargalo cortante no pescoço, deixando-a entre a vida e a morte, à beira de ser ela a executada.
Os dramas ameaçam borrasca social. Mas não se pode ter tudo. Vamos assacar responsabilidades ao homem das Angústias por esta e dezenas de milhares de situações de aflição, quando ele, reiteramos, mal põe os pés na Madeira, ocupado que anda nas suas deambulações pelo estrangeiro - aparecendo cá somente para convencer os fiéis nos adros a darem-lhe mais anos de idas ao estrangeiro, Bora Bora, mais Porto Santo, Mercedes pessoal e por aí adiante? Não se faz.
Senhores, respeito por quem patenteia sentido de Estado tão sério e altruista, uma raridade nos dias de hoje.
E um apelo ao próprio sua excelência: continue por esses adros além, debitando banha-de-cobra como fazem outros, sem sentir obrigação de se penitenciar do que quer que seja. Como dizem os juízes, o senhor já é conhecido por ofender e enxovalhar, por isso acaba sempre absolvido das ofensas que faz aos fracos. Abusando um pouco da jurispridência, se o rei já fez dívidas que o Guterres pagou e escondeu outras debaixo do tapete, pode contrair agora as que quiser, porque a maçonaria não merece outra coisa. A maçonaria e este povo manhoso e mercantilista.

Numa palavra, seremos doravante mais tolerantes com quem governa. Que diabo! Não pode ser o Cavaco, o Gama, o Marinho Pinto e outras divindades do Olimpo lusitano laborarem todas no mesmo engano.
As coisas mudaram.

(Este comunicado saiu com atraso porque ninguém o queria assinar sem antes o mostrar ao gabinete da presidência. As nossas desculpas, embora alheios ao percalço.)

Madeira ao Vivo

'PINGO DOCE' AJUDA CLIENTES CONTRA A CRISE

A cadeia de hipermercados 'Pingo Doce' decidiu ajudar os seus clientes nesta fase complicada em termos financeiros. Ao que nos informaram, os frequentadores daquelas lojas que consumirem acima dos 100 euros pagarão apenas 50% da despesa.
O assunto já é tema de conversa na cidade e prevê-se grande afluência às referidas unidades.
Recorde-se que, no 20 de Fevereiro de 2010, o grupo em questão subiu na consideração dos madeirenses ao oferecer espontaneamente, sem exigir contrapartidas, a considerável verba de um milhão de euros para ajudar os desalojados pelo temporal.
Uma notícia comercial para mexer com os consumidores.

A novidade afigura-se bem agradável. E não há motivos para se pensar em 'trunfo na manga', pelo menos até ao momento.

O grupo Jerónimo Martins já se solidarizou com a população madeirense numa hora má.

Delícias da Madeira Nova

COMUNICADO EM PREPARAÇÃO


A redacção da 'Fénix' está reunida neste preciso instante num plenário extraordinário, uma vez contadas as 300 assinaturas necessárias para o efeito, a fim de tomar uma posição sobre os mais recentes ataques públicos a sua excelência, o rei das Angústias. Também não somos santos aqui na Fénix, mas é mais do que evidente que se está a exagerar nas críticas de baixo calibre a sua excelência, o rei. É preciso levar em consideração que já houve uma voz, nas dezenas de sermões pelos adros, a pedir ao homem que fique até 2042. O que revela que o sentimento de um povo inteiro pró-ditadura democrática está para durar.

Sem querermos obviamente cercear o direito de cada um à crítica, estamos a preparar um comunicado que, embora possa fazer desta tribuna informativa o próximo alvo da maçonaria, servirá de apelo à compreensão e à tolerância por quem recebeu do povo a missão de criar dívida, erradicar a Madeira velha do mapa e difundir o nome da Região pelos hotéis de Bruxelas e Estrasburgo - sem excluir um regresso a Bora Bora.
Até já.

Cultura, Culturas

QUINTA DO SANTO DA SERRA

- Pelo Dr. Raimundo Quintal




A Quinta do Santo da Serra foi construída em 1842-1843 por iniciativa de John Blandy e foi comprada pela Junta Geral na década de sessenta do século XX.
A paisagem desta quinta  associa as marcas dos parques ingleses do século XIX com a ambiência atmosférica e geológica da Madeira. Ali convivem plantas da flora madeirense com belíssimas espécies arbóreas e arbustivas vindas de regiões de clima temperado e subtropical húmido.
Ontem,  a convite de António Pais, diretor do Hotel Porto Mare, apresentei, durante cerca de duas horas, a visitantes de várias nacionalidades a biografia das árvores monumentais e as flores graciosas que povoam a Quinta do Santo da Serra.
O interesse e o entusiasmo dos participantes foi para mim mais um indicador das enormes potencialidades do “Garden Tourism” na Madeira.

Saudações ecológicas,
Raimundo Quintal
 

Fagus sylvatica f. purpurea + Aesculus x carnea

Fagus sylvatica f. purpurea



Liriodendron tulipifera

Aesculus x carnea


Weigela florida



Weigela florida






domingo, 29 de abril de 2012

Bola para o 'sarrame'

PARABÉNS, PORTISTAS



    




Bem que a festa podia ser vermelha. Mas o mérito ditou lei. Viva o FC Porto!


 

Delírios da Madeira Nova

SERMÕES DE SUA EXCELÊNCIA NOS ADROS COMEÇAM A FRUTIFICAR




Para quem julgue que estamos aqui a reinar com assuntos sérios, eis a legenda posta na peça sobre o nosso rei das Angústias na visita às hostis terras da Calheta: "O presidente recebeu um apelo para ficar no poder após 2015" (só ouvimos "não vá", mas deduz-se o resto).


O episódio parece ter passado despercebido, mas a TV mostrou: depois de tantas estações e tantos percursos cansativos na via sacra de sua excelência, o rei das Angústias, na louvável cruzada para instruir e educar o povo superior, eis que finalmente os fiéis abordados nos adros desses templos de Deus apresentam +sinais de ouvir a beatificada mensagem. Fiéis... é um pouco exagerado. Mas pelo menos uma fiel, sim. Ouvimos-lhe a voz, quando sua excelência dizia na Calheta que se retiraria em 2015.
"Não vá!"
Foi um grito de mulher.
Não era "não vá à fava!", era "não vá embora!"
O contexto era esse, cavalheiros da oposição.

Mas isso é notícia? - atacam-nos os Amigos em linha neste momento com a 'Fénix'.
Pois não só se trata de notícia como estamos em presença de uma cacha digna de abertura de TJ - dizemos nós.

Então se o homem tem andado por aí a pregar aos peixes, a dizer as mesmas coisas nos adros de Machico e do Caniçal, do Curral e de Gaula, e praticamente fala para o Jaime, o João Cunha e Silva, o Almeida e não sabemos se o Machadinho...

Se os fiéis não têm ligado patavina quando os abades avisam na missa que sua excelência estará lá fora no adro com a boa nova, e desaparecem indiferentes aos apelos dos comissários e caciques locais do laranjal...

Se o povo se tem pura e simplesmente borrifado, salvo seja, para tais comícios à porta da igreja, desaparecendo do local a praguejar o desemprego, a fome, o governo e sua excelência...

Se até as mulheres, como as de Santa Cecília, pedem perdão a Nosso Senhor para pensar num palavrão e dedicá-lo ao sr. governo, enquanto deixam sua excelência a falar sozinho no adro, ou melhor, para Jaime, Almeida e João...

Se o povo já parece disposto a um acto de contricção a ver se não vai direitinho para o inferno, depois de tantas injustiças ao votar nas sucessivas eleições...

...Então não é notícia haver uma voz de mulher a dedicar uma palavrinha de obséquio ao homem, lá do meio do povo que o nosso amigo Baeta e demais PSD's da Calheta conseguiram aguentar no adro da igreja?

Não gostamos de fazer futurismo nem de passar recados a ver se a mensagem pega. Mas fica o prognóstico: o DN desta segunda-feira, para não aborrecer os patrocinadores maçónicos, esconderá esse lancinante apelo da mulherzinha; mas o JM é folha bem capaz de uma grandíssima manchete do género "povo da Calheta implora a Jardim que fique até 2040".
O TJ da RTP-Madeira já deu o mote.

Madeira ao Vivo

PEIXE LUA ENCONTRADO NA PRAIA FORMOSA






Um popular espantou-se com o peixe desconhecido que jazia no calhau da Praia de Formosa, manhã cedo, este domingo. Comunicou a descoberta num dos bares da zona e um curioso lá conseguiu, a muito custo, dado o elevado peso do peixe, arrastá-lo com ajuda de um gancho de arame para a promenade , junto ao parque de estacionamento.
Enquanto não chegaram especialistas do Parque Natural, para o efeito alertados, o esquisito peixe foi atracção de quem passou pelo local.






Bola para o 'sarrame'



GUARDIOLA OLÉ









Este homem já tem o seu lugar nos compêndios científicos do futebol mundial. Ele conseguiu provar, na prática, uma verdade aparentemente condenada à teoria: sem bola, o adversário não nos faz golos.
Muitos treinadores sonharam com esse estilo de jogo, o de esconder a bola ao adversário. Mas só Pep Guardila foi bem sucedido na sua aplicação. Comandar os acontecimentos através da posse de bola, eis a fórmula mágica para tantos títulos conquistados com toda a normalidade nos últimos quatro anos de Barcelona.
O ataque a começar no guarda-redes Víctor Valdés. A bola não pode ser despachada com aflição, ao pontapé para a frente, como outros fazem nas suas áreas. A bola só pode continuar nos pés de um colega. Pujol manifesta uma impaciência capaz de torpedear os arredores do estádio? Pois que se acalme, doseie os nervos e, com aquele sem-jeito indisfarçável, coloque a bola na jurisdição de um companheiro. Depois... Piqué sai a jogar, Daniel Alves é defesa e ala, o meio campo funciona como zona aduaneira obrigatória. Xavi, Iniesta, Messi, a bola gira e gira, os atacantes entram no carroussel, tabelas e mais tabelas, explorar a menor distracção do adversário, descobrir a nesga da floresta de pernas para rasgar o passe fatal... Deu canto? Um canto é meio golo? Pode ser, mas, e se não entrar? Meio golo não é posse de bola, vá lá circular a bola do quarto de círculo para trás, nada de balões para a área, vá começar de novo na zona recuada... O adversário interceptou o lance? É cair em cima à laia de matilha a disputar um osso, ninguém descansa, todos trabalham, por alto, a meia altura, de carrinho... Recuperou-se a bola, foi rápido, mais uns minutos para fazer alastrar a posse aos 70 e 80%.

Resultado: 13 títulos conquistados em 4 anos: 2 Mundiais de Clubes da Fifa, 2 Ligas dos Campeões da UEFA, 2 Supercopas Europeias, 3 Campeonatos Espanhóis, 3 Supercopas da Espanha e 1 Copa do Rei.


Contam maravilhas do San Lorenzo de Almagro, importante clube de Buenos Aires que viajou em 1947 pela Europa conseguindo, com o seu futebol vistosamente filigranado, resultados impensáveis e estonteantes, como 6-1 sobre a Espanha perante o espanto de dezenas de milhares de espectadores de Madrid, e outros inusitados 10-4 espetados na Selecção de Portugal, em jogo na capital lisboeta.
Mas a velocidade do futebol é outra hoje em dia. Não custa considerar que o Barcelona destes quatro últimos anos se consolidou como a melhor equipa de todos os tempos, ao nível mundial.

Os grandes também perdem. Depois das dores de cabeça criadas a tantos adversários - que paciência para correr atrás da rapaziada blaugrana desta era Guardiola! -, eis que, numa só semana, o Barça perde o campeonato espanhol para Ronaldo, Mourinho e companhia e salta fora da Champions às mãos dos pragmáticos ingleses do Chelsea. Ocasião para Pep dar forma à ideia que alimentava havia tempos: dar por concluído aquele período riquíssimo ao serviço do clube que o lançou como jogador e como treinador. Obviamente, Pep Guardiola poderia continuar. Talvez devesse fazê-lo. O balanço final, ao fim de seis ou sete anos, ser-lhe-ia bem favorável, a ele mas também ao clube. Porém, o criativo técnico sabe que é preciso sair na hora ideal. Ele percebeu que um génio também se cansa nas ideias. Jogos de três em três dias, como ele referiu, criar soluções, motivar o balneário, enfrentar imponderáveis... Não há super homens.

Do Barcelona sai um grande treinador e um enorme cavalheiro. Um vulto do desporto que parte pela porta maior do Camp Nou.
Chapeau, Pep.



Estilhaços de Madeira

Carta aberta ao Bastonário Marinho Pinto

A JUSTIÇA-ESPECTÁCULO DENUNCIADA NUM ESPECTÁCULO DA JUSTIÇA





Escrevo-lhe estas linhas, Sr. Bastonário da Ordem do Advogados, abusando da confiança que fez o favor de me conceder nos finais da louca década madeirense de setentas. Muitos acontecimentos nesta Região cobrimos lado a lado, a ouvir discursos, de bloco e esferográfica nas mãos: o então jornalista Marinho Pinto pela ANOP e este seu admirador pelo DN e RDP. Muitos anos depois, reencontrámo-nos na redacção do DN-Madeira, quando veio ao Funchal em campanha pela sua candidatura à Ordem de que hoje é digno Bastonário.

A razão desta minha diligência nasceu do programa que vi sábado à noite na SIC denominado "Conversas Improváveis". Se o teor das afirmações produzidas pelo chefe da Madeira, na entretida cavaqueira a quatro, me soaram a 'prováveis', as do Dr. Marinho Pinto eram-me absolutamente 'improváveis'.

Na circunstância, o Sr. Bastonário insurgiu-se contra o cenário montado para as investigações que o DCIAP veio fazer à Madeira na semana finda. Tratou mesmo essa diligência do MP como "Justiça-espectáculo", causando natural júbilo no seu parceiro convidado, sua excelência o Dr. Jardim. Começara mesmo o Dr. Marinho por ironizar: "Então, os GNR's eram madeirenses ou eram de cá?"
Se me pedissem para prever o que seria dito nesse programa televisivo, eu pronunciar-me-ia pela 'improbabilidade' de o ver, Doutor Marinho, enveredar por esse posicionamento contrário à descoberta de supostas ilicitudes na governação insular, que está acusada de dívida oculta. Isso porque evidentemente sabe das ânsias na população ilhoa por acções da Justiça que ponham cobro ao clima de suspeição, compadrio e corrupção que se respira de há décadas para cá.



Ora aí está, não se deve dar "espectáculo" à conta de suspeições, diz o Sr. Bastonário Marinho Pinto, esquecendo aquilo que o jornalista Marinho Pinto percebeu quando, nos anos de 1979-80, assistia profissionalmente ao lançamento dos primeiros pilares de um sistema político-partidário-económico que ainda hoje mantém a Região Autónoma sob sequestro.
Julguei 'improvável', se não mesmo impossível, que o Dr. Marinho Pinto usasse os argumentos cansados, recorrentes, que os tubarões da Madeira Nova costumam aplicar quando confrontados com a instantaneidade inconcebível e assombrosa de muitas riquezas que emergiram nos círculos que rodeiam o Dr. Jardim. Fê-lo, evidentemente, de forma involuntária, ao declarar: fala-se da Madeira, mas no Continente faz-se a mesma coisa. "Aqui (Continente) houve gente a fazer fortunas, no desempenho de cargos políticos", sublinhou.
E pronto. Se na Madeira alguém matar dez, diz-se que no Continente mataram vinte, e portanto torna-se proibido voltar a falar da Madeira. Tudo absolvido sem maçadas. Como na anedota: "O quê, mulher? Azougaram quinze ovelhas ao vizinho? Então para que me arrelio com as minhas quatro que me azougaram a mim?"

Tem todo o direito o Dr. Marinho Pinto de presumir honestidade nos políticos que entender, como fez relativamente ao Dr. Jardim, nas "Conversas Improváveis". Piropos como outros. Interessou também ouvir a sua opinião sobre a sucessão na Madeira, por acaso favorável ao "excelente, inteligente, culto e moderno político" que vê no Dr. Miguel Albuquerque. Divertiu-nos ouvi-lo trocar ideias com o chefe da Madeira sobre a questão do transporte de eleitores em dias de ir às urnas. A 'conversa provável' do Dr. Jardim a explicar que as carrinhas do governo (e das câmaras e da Casa da Luz, salvo erro) vão buscar gente a casa para ir votar... como tentativa de combater a abstenção, em defesa do regime democrático. O programa teve momentos destes, de gozo e gargalhada. Se, dentro do próprio partido, aquele senhor aldraba datas de congressos e já prepara táctica para ganhar as próximas eleições internas, com o já noticiado controlo de entrada de militantes, quanto mais em eleições de âmbito geral!
Mas, pronto, era um "espectáculo" para dispor bem o público presente e depois os telespectadores.

Teve graça também, Dr. Marinho, o jeito de no programa se abordar a questão das reformas. O Dr. Jardim, corado quando falaram do tema, conseguiu porém desviá-lo para as costas do Estado, Estado que não tem o direito - disse ele - de cortar reformas a quem descontou a vida inteira. "Isso é inconstitucional, o Estado é o patrão que abusa de todos nós." Mas, bom discípulo do pacifista Gandhi que é, o também keynesiano chefe da Madeira não desenterra o machado de guerra nisso das reformas - até porque acumula vencimento com reforma. E assim se escamoteou aquele fundo da questão que era o de se saber isso mesmo: por que cargas de água o chefe das Angústias é excepção no País, recebendo esses dois balúrdios (mas, da nossa parte, que lhe façam bom proveito).

Já quando se falou de liberdade de imprensa na Madeira, fugiu-nos um pouco o sorriso dos lábios, Sr. Bastonário. Não pode ser o antigo jornalista competente com quem convivemos desconhecer o que se passa hoje na Madeira. Já chegam Cavaco Silva, Jaime Gama e tantos outros dignitários lusos a gabar a 'superior democracia' à moda de Jardim. Julgo ter sido no seu tempo de ANOP que o rei das Angústias decretou a proibição de incluir comunistas nos conselhos directivos das escolas da Madeira. Mais a propósito, o Doutor sabe muito bem como foram corridos da Madeira outros delegados da sua antiga agência de notícias, colegas seus. Claro que se lembra do Adalberto Rosa e do Hélder Guerra, que não atinaram com as ordens para despachar as notícias para Lisboa segundo o gosto do então emergente ditador da Madeira. E, faço-lhe justiça com todo o prazer, o jornalista Marinho Pinto, nos seus tempos de Madeira, também não foi nada dócil com o dito chefe da tribo.
Afirmou neste programa, inclusive, que as dificuldades dos jornalistas continuam na Madeira, por ter ouvido "queixas" da parte do jornalista Tolentino de Nóbrega, correspondente do 'Público'. De facto, as dificuldades são maiores do que se possa descrever. Mas, no caso, trabalhamos perto e convivemos em amizade há que décadas com Tolentino, e jamais lhe ouvimos uma queixa que fosse. Nem alguma vez ele puxa conversa para os dois carros que a Flama lhe destruiu para tentar inibi-lo
do jornalismo de excelência que desde os primórdios oferece aos leitores. Fica esta nota.
A propósito da informação na Madeira, disse ainda o Doutor no improvável programa que "só cede a pressões quem é pressionável". Eu acrescento: "...E só não cede a pressões quem tem hipótese de se transferir para Lisboa, com emprego e subsistência garantidos, e disposto a deixar a sua terra e a família."
Houve dias assim.

Voltando à Justiça-espectáculo, desconheço de que outra maneira poderiam decorrer as buscas e as inquirições no Funchal, para que houvesse discrição - aliás como o presidente regional queria. No Continente, processos como Casa Pia, Freeport, Apito Dourado e tantos outros não correram trâmites a coberto das câmaras. Os jornalistas tentam cumprir o dever de informar em todo o lado. E aqui podemos dizer que 'já chegámos à Madeira'.
Mas se a operação 'Cuba Livre' pode ser considerada um caso de "Justiça-espectáculo", então que dizer do espectáculo no Casino da Figueira, onde, perdoe-me a franqueza, o Bastonário da Ordem dos Advogados chama "barata tonta" a uma ministra da Justiça, arrancando aplausos delirantes à plateia? Não se trata de um simples espectáculo de TV, trata-se do Bastonário dos Advogados a falar de assuntos sérios em público, a dizer de uma ministra, sem direito a contraditório, que ela "não sabe o que faz". Que "dava para chefiar polícias". Isso além de lhe condenar o que considera como "acção nefasta na Justiça portuguesa", apoiada em certos gurus.
É também um certo "espectáculo da Justiça" o Bastonário evidenciar a sua estranheza pelo facto de a ministra tencionar "criminalizar a mentira" quando faz parte de um "governo de mentirosos". Arranca muitos aplausos.

A terminar, Sr. Bastonário, confesso as saudades das conversas que tivemos - e com as quais muito aprendi nos 'verdes anos' da minha carreira - à margem daquelas doidas e rurais inaugurações do Jardim, com espetada, vinho, bolo do caco, banda de música e foguetes. Mas hoje, raciocinando com realismo, folgo com a sua partida desta terra logo nessa altura. Se passasse a vida nesta terra, ser-lhe-ia muito mais inconveniente impor a frontalidade que o caracteriza hoje na sua intervenção profissional e social.
Até sempre

Luís Calisto






Estilhaços de Madeira


AFINAL, QUEM ANDA A DAR ESPECTÁCULO?









Carta ao Bastonário Marinho Pinto, antigo jornalista na Madeira, que considera justiça-espectáculo as buscas do DCIAP às contas na Região

- Dentro em pouco aqui, na 'Fénix'




Cultura, Culturas

CHUVA E NEVE, DE MANSINHO...







"Depois de três meses de dolorosa seca, em Abril a chuva e a neve regressaram mansinhas ao maciço montanhoso central da Ilha da Madeira.
Esta manhã, quando chegámos ao Pico do Areeiro, as plantas estavam frescas e sorridentes. Os ranúnculos, os piornos e as estreleiras    receberam-nos com flores.
A felicidade da comunidade vegetal contagiou-nos e logo nos empenhámos na missão de ajuda às plantinhas mais débeis, libertando-as da concorrência desleal das invasoras e fornecendo-lhes a estilha necessária para o armazenamento da água.
No fim da jornada de trabalho, os massarocos, os gerânios e as orquídeas-da-serra prometeram que em Maio vão associar-se aos piornos, aos ranúnculos e às estreleiras numa espetacular festa da flor. Das verdadeiras flores da Madeira!

Saudações ecológicas,
Raimundo Quintal"














sábado, 28 de abril de 2012

Política das Angústias/SÁBADO

Enquanto o regime laranja desaba com estrondo

OPOSIÇÃO ORGANIZA-SE PARA O PÓS-JARDINISMO



Carlos Pereira, mentor
das jornadas do PS,
alargadas à oposição e
a independentes.
Victor Freitas fará uma
intervenção, como
líder do PS-M.



A Madeira vem de duas fases particularmente agitadas do ponto de vista político: primeiramente, o inesperado e conturbado processo das candidaturas à liderança do PSD-M, com vários avanços e recuos; depois, na semana que chega ao fim, a operação 'Cuba Livre' que o abatido grupo da maioria recebeu com preocupante desassossego.
Desenvolvimentos espantosos atropelam-se na vertigem deste estrondoso desabar do regime jardinista. Nesta sexta-feira, enquanto o DCIAP reunia os derradeiros elementos para posteriores conclusões das buscas realizadas às escabrosas contas da Madeira, Miguel Albuquerque e João Cunha e Silva, que Jardim sempre tratou de manter em campos opostos, dentro do seu partido e na vida pública, apareciam juntos e com largos sorrisos num acto oficial ocorrido no Campo da Barca.
As hostes miguelistas municipais desconhecem os contornos da adesão do vice-presidente ao programa de visita aos jardins recuperados, depois de destruídos no 20 de Fevereiro de 2010. Como ontem escrevemos aqui na 'Fénix' a seguir ao surpeendente encontro, das duas, uma: ou Jardim soube antecipadamente da decisão de Cunha e Silva, e deixou seguir, a ver se consegue aplacar os ímpetos de Albuquerque na corrida à liderança do PSD; ou Cunha e Silva decidiu-se unilateralmente, sem consulta ao presidente, e Jardim perdeu definitivamente o controlo da situação a um ponto mais grave do que à vista desarmada se percebia.

Inesperado encontro que deve ter deixado Jardim pasmado... se é que não foi ele a querer arrefecer Miguel Albuquerque.

Soubesse ou não soubesse previamente do reencontro dos delfins desavindos há uns 15 anos, aquele que um dia se intitulou de 'Único Importante' no PSD resvala para o fim da linha lançado a velocidade perigosa. Se já não tinha porta por onde escapar, agora não lhe resta se não esperar pelo 'estampanço' final, e seja o que Deus quiser.


'Presidente' não é carreira, é fase da carreira


O maniqueísta chefe das Angústias - ele o bom, todos os outros os maus - sempre achou que, no seu caso, o lugar de 'presidente' é sinónimo de carreira. Ora, qualquer mandato de presidente consiste simplesmente numa 'fase da carreira'. Há carreira política, não há carreira de presidente ou de deputado ou de autarca. Estes cargos são passageiros. Ao ocupá-los, ninguém pode aspirar à eternidade. Embora mais tarde do que o normal, aí está, para o comprovar, o caos na Rua dos Netos resultante da teimosia do chefe em se agarrar à cadeira como craca ao rochedo.

O lugar de presidente é passageiro, mesmo para os 'Únicos'.


Os quadros do PSD-M, incluindo alguns malacozoários caninamente fiéis a Jardim anos e anos, comportam-se hoje como se o líder já lá não estivesse. Tanto os que abandonaram o navio como aqueles que ocupam ainda postos-chave criticam abertamente, pelas ruas e pelos cafés, o autismo, o 'lapismo' e o desconhecimento da Madeira actual que notam no chefe - quase ex-chefe. Claro que Jardim, quando cair na realidade, estrebuchará desesperadamente, agarrando-se com as últimas forças ao poder laranja que mantém na comissão política desde 1976. É normal nos chefões de longa duração. Mas se a ilusão o faz contar com apoios que o amparem na hora da queda, engana-se redondamente. Já ninguém se deixa embalar pelos seus repetitivos retornelos, contraditórios da manhã para a tarde. Nem sequer o seu antigo suporte mais sólido, o secretariado que detém a máquina do partido, lhe apara tanta teimosia, tanta rejeição dos novos ventos. Não é de agora, mas o próprio Jaime Ramos não baixa a voz para, nos centros funchalenses de cavaqueira, esclarecer que Jardim não manda nada, quem manda é ele, Jaime.


Oposição com papel redentor


Do outro lado da política madeirense, a oposição apresenta-se finalmente com ares de querer organizar-se para cumprir a sua missão principal, que é transversal a todos os partidos: 'ajudar' a derrubar o resto do jardinismo e construir soluções para uma redenção da Madeira em todos os campos. Missão que aliás se apresenta como tarefa hercúlea, na crítica conjuntura económico-financeira do presente e ante as perspectivas ante um futuro de incertezas, inevitavelmente doloroso. Sobre os ombros da oposição poderá cair o delicado trabalho de enfrentar as consequências de um passado louco de 30 anos perpetrado por outrem. Não há milagres, muito menos financeiros: 'sangue, suor e lágrimas', eis a receita que terá de aviar a inocente descendência dos madeirenses que maioritariamente insistiram em se alimentar de um regime da crápula, suicida, irresponsável e com um chefe ultra-narcisista aos comandos.

A pensar no que poderá ter de enfrentar um dia, caso vença nas urnas o PSD - este ou o PSD pós-Jardim - a oposição senta-se conjuntamente, neste fim-de-semana, à mesa do Hotel CS Madeira, para debater a tremenda herança do passado laranja e as hipóteses de futuro. O interessante acontecimento ocorre sob a égide do Partido Socialista. O líder do grupo parlamentar PS, Carlos Pereira, indiscutivelmente uma das esperanças no campo económico-financeiro para ajudar a proteger os madeirenses das consequências do passado, entendeu alargar o debate aos restantes partidos da oposição. Endereçou convites. A receptividade comprovou grande interesse em todos os segmentos partidários. Apenas o PCP fica fora dos painéis de discussão. Leonel Nunes explicou-nos: "É tradição o Partido Comunista comparecer em todos os congressos para os quais é convidado. Mas ir a jornadas parlamentares de outro partido, não estamos a ver como muito lógico."


Alguns já estão na História, doa a quem doer



A representar o PTP estará o seu líder, José Manuel Coelho. E é justo recordar o papel que tem desempenhado na política regional destes últimos anos, desde a sua participação nas primeiras lutas do PND.
O líder do PTP.


Coelho e mais dirigentes do Partido da Nova Democracia ficam para a História política da Madeira como destemidos artilheiros de um dos carros de combate mais eficazes na missão de assaltar e destruir a fortaleza laranja, impenetrável durante 36 anos. Pode-se discutir processos de luta, embora nos pareça falsa questão. Mesmo nas acções mais espectaculares ou propositadamente chocantes, eles não fizeram pior do que Jardim fez durante 38 anos. A verdade é que foram eles a precipitar a desmistificação do 'grande líder', e para isso profanaram com risco e mazelas físicas o 'chão sagrado' das cerimónias majestosas do regime, as inaugurações eleiçoeiras, as sessões hipocritamente democráticas num parlamento inexistente. 
É indiscutível.
Sem esquecer, obviamente, centenas ou milhares de políticos - e não apenas - que ao longo destes 30 anos deram o seu melhor, prejudicando-se a si e às respectivas famílias, numa luta inglória e titânica por uma democracia que continua por chegar. Em tempos particularmente difíceis e perigosos, com um regime insular nos píncaros do poderio absoluto e ditatorial, eles desbravaram caminhos que ajudam os políticos de hoje a intensificar a luta com boas perspectivas de vitória.

A inteligente, sagaz e corrosiva deputada Rubina Sequeira representa o Partido da Nova Democracia.

O PND estará representado nestas jornadas pela deputada Rubina Sequeira, outra prova bem viva de que os madeirenses competentes não começaram nem acabarão com o jardinismo. Bem pelo contrário, o tempo é de liquidar sem dó nem piedade o culto da mediocridade que mantém sequestradas as inteligências e as dignidades desta terra. Quantas gerações perdidas, ostracizadas pelo ciúme da elite laranja, rasca e banal, que havia de cair em sorte a madeirenses que haviam já sofrido vários anos de salazarismo!


Novo sacrifício por um eleitorado que nada merece


Roberto Almada estará presente pelo Bloco. Outra vítima do eleitorado interesseiro e calculista responsável pelo estado a que chegou a Madeira. Rui Almeida representa o Partido pelos Animais e pela Natureza. Roberto Vieira, o MPT. Teófilo Cunha estará nas jornadas pelo PP, actualmente o maior partido da oposição. Todos à mesma mesa, cada qual com a sua idiossincrasia partidária, mas, supõe-se, todos dispostos a considerar o interesse da Madeira como objectivo primordial dos próximos anos - eis o novo sacrifício que se pede a partidos tão incompreendidos e maltratados às unhas de um povo 'drogado' pelos fumos da propaganda tribal. O importante é descalçar a bota que outros calçaram. Só nos últimos 10 anos, a Madeira acumulou uma dívida que ascende a 120% do seu PIB, verba astronómica a que se chegou à custa de financiamentos loucos. Um descalabro diabólico, uma verdadeira proeza que não está ao alcance de qualquer estoira-vergas, por mais 'desterradeiro' que seja.

Roberto Almada, que
muito trabalhou para 
um eleitorado oportunista.
Grato para os organizadores das jornadas e para o futuro da Região é o interesse de muitos independentes, figuras profissionalmente bem conceituadas, em participar nos trabalhos deste fim-de-semana.
Os temas são da mais elevada importância para o momento que se vive de tripla crise na Madeira - a internacional, a nacional e a regional decorrente da dívida que o governo criminosamente ocultou debaixo do tapete. Eis esses temas: 'As lacunas na democracia da Madeira consolidaram o desastre financeiro?'; 'As consequências do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro no bem-estar dos madeirenses e dos porto-santenses'; 'Os efeitos da governação de Jardim na Autonomia da Madeira'.
Efeitos trágicos, diga-se já, porque a governação liquidou sem remorsos a autonomia. Nem sequer nos restou a autonomia administrativa que os nossos antepassados, por elevado preço, conquistaram em finais do século XIX.

Estas jornadas de reflexão e debate, onde se encontrarão os partidos oposicionistas à mesma mesa, não significam qualquer aliança em embrião. Mas prefiguram o entendimento de que há um ponto de partida comum, tendo em vista o caminho para chegar à transformação radical de que a Madeira precisa, não só materialmente mas no campo da mentalidade.





Cultura, Culturas

INVESTIGAÇÕES 'CUBA LIVRE' CONTINUAM EM DESTAQUE NESTE SÁBADO







DCIAP investiga líder dos ajustes
directos e obras públicas na Madeira


Tolentino de Nóbrega


O empresário madeirense José Avelino Farinha, administrador das construtoras AFA e AFAVIAS, foi ontem ouvido pelas procuradoras do Departamento de Central de Investigação e
Acção Penal (DCIAP), no âmbito do inquérito-crime aberto para apurar responsabilidade penal ou criminal pela ocultação de dividas na Madeira. Concluídas as audições no Funchal, todos os documentos apreendidos nas buscas a departamentos do governo regional e empresas foram transportados num avião militar para Lisboa, onde serão analisados por peritos.

(Ler mais na edição impressa do 'Público')



A manchete do 'Expresso' anuncia
mais dois inquéritos: obras
das cheias e fogo de artifício.
E ainda: magistrados do Continente
encotram facturas de 2003 por pagar.



O DN dedica a manchete ao
surpreendente reencontro
de João Cunha e Silva
com Miguel Albuquerque,
num acto oficial. Mas
a operação 'Cuba Livre'
continua em palco.



Primeira Página do Jornal da Madeira
O JM dedica a edição deste sábado
a conjecturas de Guilherme Silva
sobre a Lei de Finanças, ao requentado
apelo de Jardim à "resistência"
perante não se percebe bem
que perigos, e à inevitável queixa
do governo contra o DN. 

Delícias da Madeira Nova

Pedra de gelo na 'Cuba Livre'

O aparelho jardinista chora lágrimas de crocodilo, amparado nuns 'comentadeiros' com carteira de jornalista que só navegam à vista, por causa do nome dado à operação do DCIAP contra as escabrosas contas da Madeira, a tal 'Cuba Livre'.

Pergunta-se:

- Quem começou a chamar cubano a quem?
- O nome 'Independência' foi posto num navio de ligação Madeira-Porto Santo por quem?
- Idem com o nome 'Pátria'?
- Quem mantém hoje organizações (embora de dois elementos apenas) com nome parecido à independentista Flama?
- Quem ameaça de 8 em 8 dias sugerir aos madeirenses que escolham um caminho próprio, longe da colonialista Lisboa?

Que certos bairristas bacocos se apliquem no que sabem fazer e não se metam em áreas de que nada percebem, sob pena do ridículo. Isso de dar lições de autonomismo só sai bem em certos areópagos menos preparados.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Madeira ao Vivo




POLÍCIA FURA VERMELHO PARA AZUIS  PASSAREM


Autocarro do FC Porto desrespeitou semáforo seguindo exemplo do batedor. Já o Jaguar onde seguia Pinto da Costa portou-se à altura






Os carros desciam a caminho da rotunda da Cruz de Carvalho quando o semáforo da Escola Horácio Bento lhes cortou a caminhada com o sinal vermelho. Bem, cortou-lhes a caminhada, mas não a todos.
Na faixa direita, a ambulância deteve-se antes da passadeira, como determina a lei. E os automóveis que a seguiam pararam nos seus lugares.
Aquela viatura da polícia que seguia na faixa esquerda é que não. Qual vermelho, nós estamos a ser batedores é dos azuis do FC Porto, 'bora em frente. E o autocarro preto com o plantel portista só teve de seguir a marcha atrás de quem lhe abria caminho. O Ford Fiesta civil, branco, cheio de polícias (faltam carros na corporação) que se sucedia à camioneta continuou também a sua marcha, em terceiro lugar na caravana desportiva.
E não é que, por acaso, não apareceu nenhum peão naqueles instantes? Sorte deles, peões, que não estavam no lugar errado à hora errada.
Assim, o pessoal do futebol seguiu viagem tranquilamente até à sua hospedagem, no CS Madeira.

Mas os carros da outra faixa pasmados com a ligeireza da caravana azul. E quem se portou como devia foi o dono do Jaguar verde que seguia atrás do Fiesta, porque deteve a marcha quando viu que o diabrete do sinal estava da cor do Benfica. Nesse Jaguar viajava, à direita do condutor, um especial amigo deste, que dá pelo nome de Jorge Nuno Pinto da Costa - e a mulher do presidente seguia no banco de trás.

Obviamente que a representação nortenha nada tem a ver com tal aventura. Os briosos rapazes e competentes dirigentes - parabéns, presidente, por essa carreira que tantos desgostos nos dá - foram protagonistas à força. Só não desejamos um bom resultado à rapaziada tripeira no jogo deste sábado nos Barreiros porque o Marítimo é o adversário e ainda por cima tem de ganhar.
Quanto à corrida na estrada, a polícia local é que se entusiasmou e, vai daí, quais semáforos!