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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Delícias da Madeira Nova

SUA EXCELÊNCIA NÃO TEM DE SE PENITENCIAR!





Comunicado elaborado pela redacção da 'Fénix', devidamente assinado por mão oficial, como aqueles comunicados que o chefe leva prontos para o conselho regional do PPD e os que manda já escritos para o FAMA de Gabriel Drumond divulgar:



Os adversários do nosso rei das Angústias são livres de o criticar, condenar, vilipendiar, maldizer, escarnecer, galhofar. Mas não fica bonito. Sinceramente. Não se corrigem asneiras com asneiras. O homem diz que não se arrepende da dívida? Tem razão, sim senhores. Ou não terá? Tem razão, mesmo que não haja especificado se fala da medonha dívida que temos à vista ou da tenebrosa dívida oculta. Haja coragem de falar ao povo, olhos nos olhos! Se o monarca já não fala olhos nos olhos com o povo é porque o povo não tem pachorra de ficar no adro mais uns minutinhos depois da missa. Impertinência e desconsideração que reprovamos.


Como vem pregando na sua peregrinação pelos adros, numa repetição de cassete a ver se Jaime, João, Almeida e Machadinho aprendem a doutrina de uma vez, rei monarca das Angústias tem obra feita e essa obra seria impossível sem a criação de uma dívida com ração da melhor qualidade para engorda. Sem falsas modéstias, podemos afirmar que há poucas regiões no país com um nível de dívida tão elevado.
Nestas coisas, nada melhor do que resultados concretos para se aferir a justeza de uma linha programática séria como a destes 34 anos. A obra está patente por aí ou não está?
É de enlouqucer: para desfazer no trabalho do homem, dizem que os mamarrachos ferem a vista; para ocultar esse trabalho, negam a existência de alguma coisa de jeito e útil além do alcatrão viário. E, mesmo aqui...  
A isto chama-se zero na disciplina de empreendedorismo.

Escutamos os bota-abaixo, neste preciso instante, a vociferar:
1. Como é que ele se pode gabar de ter feito viadutos, estradas e túneis se não percebe nada de engenharia?
2. Como é que ele (ele é o rei, no tratamento dos ingratos) - como é que ele diz que deu este beco aos paroquianos da Achada, mais este aeroporto à Região, mais o caminho dos saltos aos eleitores da Levada... e ao mesmo tempo se confessa um 'teso' sem 'massa' para mudar de carro? Deu o quê?!

Calculamos o que por aí vai de invectivas mal dispostas e ressabiadas contra um madeirense - sua excelência - que continua disposto a sacrificar por nós mais alguns anos de vida e de carreira, pesem os defeitos que maldosa, injusta e mentirosamente lhe atribuem.

Aquele rapaz - permitam-nos o carinho - insiste na legitimidade que muitos recusam à dívida regional. A redacção da 'Fénix' aceita que os adversários contrariem tal tese. Mas, no essencial, não há motivos para tanto barulho.
Há dívida. Porém, repetimos as vezes que forem necessárias, também há obra. Bolas, temos 10 campos de futebol só no concelho de Santa Cruz! Não é obra?! Temos piscinas para nadar e até para estarem fechadas, para quando houver água, luz e nadadores. Pavilhões desportivos, quase um por rua.
Há marinas que nos custaram os olhos da cara, mas que deixam atracar iates, umas, e poderão um dia fazer o mesmo, outras, se o mar de sudoeste deixar, porque a construção naval não pára. Não é para as próximas décadas, certo. Mas, entretanto, poderão ser reutilizadas como viveiros de douradas, chicharro e ruama para os nossos xavelhinhas da pesca.
O mesmo se passa com aqueles centros cívicos que parecem naves espaciais, onde não haverá desgaste porque ninguém põe lá os pés e onde não há cultura para desgastar nada, já que o governo sempre teve mais onde aplicar os balúrdios da Europa e de Lisboa.
Há obra feita que não serve nos dias que correm, mas que um dia, quem sabe... 
A isto chama-se planeamento. Pensar futuro.

Há quem ataque o nosso rei porque, ao mesmo tempo que se abriram vias rápidas, se construíram centros de saúde e pavilhões desportivos por essas freguesias, a 3 minutos uns dos outros - ainda por cima com utilização nula todo o santo dia. Não servem para nada? Voltamos à vaca fria. Não servem hoje, senhores! E, se não servem, é sinal de que não se degrada nem espatifa essa obra feita. Mais: de hoje para amanhã, se for preciso voltar à vida rural, como tudo faz prever, não precisaremos de gastar dinheiro em paus e colmo para fazer palheiros. Temos aquilo ali, que não faz peso nos chifres de ninguém, Deus nos perdoe.

A mensagem deste comunicado, em resumo, é a seguinte: sejamos tolerantes com chefe Jardim. O partido dele já lhe quebra a cabeça, com uma dívida - soubemos há minutos - que ronda os sete milhões. Sete milhões vírgula qualquer coisa (e há quem sussurre 10 milhões). Ou seja, o homem já padece demasiado a tentar descobrir quem é que desviou tanto dinheiro do partido. O facto é que há jackpot, empreiteiros colaboradores da causa social-democrata, 'encravadelas' cirúrgicas ("Este é um forreta, só mandou 5 mil euros para a nossa campanha...", coisas assim)... E ainda falta dinheiro! Que raio de gestão têm feito naquela Fundação laranja, que o pobre do rei fica atarantado! Ele que nunca assinou papel nenhum! O PPD tem sede na Rua dos Netos com aqueles andares todos, mas ao que dizem com um 'cachorro' de alto pedigree atrelado. Possui o forum lá em cima ao lado do shopping, nascido de boas vontades. E tem a herdade nas Carreiras. Ainda assim, mais de sete milhões a 'berrar', passe o termo!
Já nas contas do partido dos Netos, o homem tem chatices com que se apoquentar. Só faltava agora tramar-se por causa da própria Região, que ele tanto ajudou a jogar para o abismo!

Já cansa ouvir críticas à marina do Lugar de Baixo, tem razão sua excelência. Ataques injustos aos mamarrachos erguidos com a ideia inicial de funcionar como fóruns, restaurantes, cabeleireiros, parques de estacionamento, e que actualmente jazem desertos em São Pedro (Santa Cruz) e em Machico, no antigo Campo Tristão Vaz. Aquilo não presta? Os restaurantes da promenade em Câmara de Lobos também se encontram desactivados, ferrugentos, é certo. Pois servem de alvo às fotográficas digitais dos turistas, que são muitos os que por lá se passeiam.
Todas essas imponentes infra-estruturas não servem rigorosamente para nada. Realidade assumida. Mas já cumpriram grande parte do seu papel. Propiciaram muita riqueza e muitas riquezas na Região. É pouco? Essas infra-estruturas que simbolizam com esplendor e sumptuosidade os opulentos anos da Madeira Nova, que esperamos se perpetuem por todo o sempre, podem muito bem, na sua inutilidade, albergar ratos, morcegos, lagartixas, moscas e baratas, em vez de a bicharada incomodar a casa de cada um. Servem também aos militantes do PCP Edgar Silva e Leonel Nunes, nos seus itinerários propagandísticos, para visitar berbicachos e anedotas de betão, em vez de passarem o tempo na Viana e nos Quatro Paus a desestabilizar o povo sereno e superior das zonas altas.
"Não me arrependo da dívida, porque sem ela não teríamos esta obra feita", repete-se D. Jardim I e Único. O homem está a dizer alguma mentira? Sem dívida, teríamos parques industriais para cabras e centros cívicos para ratos?
Encaixem a verdade e calem o rancor os bota-abaixo afectados por traumas de infância que adormecem e acordam a ruminar ódio a quem tanto obrou.

Dívida? Pois há! Mas bendita dívida - parafraseando o chefe - que permite a um líder estar em todas as frentes a defender a sua terra, seja no Sheraton de Bruxelas, seja na nossa casa de praia no Porto Santo, seja em Bora Bora, seja com carro do governo, seja com polícia a vigiar a casa, seja com patuscadas oferecidas pelos Sousas no 'Lobo Marinho', seja...
Certo, o povo passa fome e envergonhadamente chega-se à sopa do Cardoso, padece no desemprego, cede nas penhoras, emigra, pensa em medidas extremas. O número de suicídios disparou nos últimos tempos, porque os chefes de família desesperam no beco sem saída para onde foram empurrados. Aquela mulher agente de execuções foi a uma cidade fora do Funchal executar e o executado, perdido da cabeça, partiu a garrafa e espetou-lhe o gargalo cortante no pescoço, deixando-a entre a vida e a morte, à beira de ser ela a executada.
Os dramas ameaçam borrasca social. Mas não se pode ter tudo. Vamos assacar responsabilidades ao homem das Angústias por esta e dezenas de milhares de situações de aflição, quando ele, reiteramos, mal põe os pés na Madeira, ocupado que anda nas suas deambulações pelo estrangeiro - aparecendo cá somente para convencer os fiéis nos adros a darem-lhe mais anos de idas ao estrangeiro, Bora Bora, mais Porto Santo, Mercedes pessoal e por aí adiante? Não se faz.
Senhores, respeito por quem patenteia sentido de Estado tão sério e altruista, uma raridade nos dias de hoje.
E um apelo ao próprio sua excelência: continue por esses adros além, debitando banha-de-cobra como fazem outros, sem sentir obrigação de se penitenciar do que quer que seja. Como dizem os juízes, o senhor já é conhecido por ofender e enxovalhar, por isso acaba sempre absolvido das ofensas que faz aos fracos. Abusando um pouco da jurispridência, se o rei já fez dívidas que o Guterres pagou e escondeu outras debaixo do tapete, pode contrair agora as que quiser, porque a maçonaria não merece outra coisa. A maçonaria e este povo manhoso e mercantilista.

Numa palavra, seremos doravante mais tolerantes com quem governa. Que diabo! Não pode ser o Cavaco, o Gama, o Marinho Pinto e outras divindades do Olimpo lusitano laborarem todas no mesmo engano.
As coisas mudaram.

(Este comunicado saiu com atraso porque ninguém o queria assinar sem antes o mostrar ao gabinete da presidência. As nossas desculpas, embora alheios ao percalço.)

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