Delírios da Madeira Nova

DIFERENÇA ENTRE MONARCAS

O Rei de Espanha Juan Carlos acaba de pedir desculpas aos Espanhóis por ter ido passear ao Botswana onde ainda por cima participou numa jornada de caça grossa ao elefante - odisseia turística numa altura em que o seu país se debate com uma profunda crise económico-financeira. Choveram as críticas e o monarca, à saída do hospital onde se submeteu a tratamento, pediu perdão a todos.
- Sinto muito. Enganei-me e não voltará a acontecer.
Juan Carlos disse-o sentidamente. Com a humildade de um verdadeiro rei. Vimo-lo fazer o acto de contricção pela TV.
Irresistivelmente, formula-se a comparação. Para o nosso patamar, temos de pensar pequenino, em todos os sentidos. Quantas críticas fustigam as passeatas que o rei tribal das Angústias faz a Bruxelas! Por mais que sejam dinheiros europeus a pagar parte da despesa, a inutilidade daquelas excursões fere o espírito de quem tenha um mínimo de consciência do sofrimento das classes sociais madeirenses, tragédia que depois de arrasar a mais baixa cresceu pela classe média acima e atinge agora a média alta de uma forma que ninguém alguma vez ousara prenunciar, nem como exercício académico.
O rei da tribo não se abstém das viagens a Bruxelas, não se sabe se com caçada a elefantes ou a outras presas incluídas no pacote.
Ao contrário do que Juan Carlos fez, pedindo desculpas ao primeiro pecado e prometendo que a situação não se voltará a repetir, temos as reacções arrogantes do monarca das Angústias, a dizer que agora é que irá mais vezes a Bruxelas, só para 'chatear'. De caminho, em vez de pedir o perdão, esmaga com adjectivos da mais baixa índole os críticos que se manifestam do lado da oposição, ao mesmo tempo que aos jornalistas que também tocam nas suas viagens turísticas chama bastardos, fdp e ainda comunas exóticos, para então os mandar para o **#* e levar *»##" as vezes que for preciso.
Um 'armão' sugador que envergonha a terra onde se chora um azar com 30 e tal anos de tristezas.