Politicando

Ante a hipótese de eleições internas e congresso PSD em 2013

ALBUQUERQUE VAI EM FRENTE MESMO CONTRA O 'NOVO CANDIDATO' JARDIM

O chefe, ao perfilar-se de novo, desclassifica o seu candidato Manuel António, dando a entender que este é incapaz de derrotar Albuquerque

Miguel Albuquerque já levou o chefe PSD a humilhar em público três das suas apostas: Cunha e Silva, Sérgio Marques e Manuel António Correia 

O assumido candidato à liderança do PSD-Madeira Miguel Albuquerque diz que não se deixa intimidar com o desafio lançado pelo seu chefe de partido: o de que, se houver congresso no próximo ano, será ele, o próprio Alberto João Jardim, a candidatar-se pela linha oficialista social-democrata. Contra o edil funchalense.
"A minha candidatura mantém-se", acaba de nos afiançar Miguel Albuquerque, já ciente da disposição do actual presidente do partido, Jardim, que assim reconhece a impossibilidade de Manuel António vencer o adversário municipal.
A decisão de Jardim, noticiada pelo DN desta quinta-feira, deixa claro que o eterno líder já admite que Albuquerque não esteja tão isolado como julgava e que nem todos os militantes estão receptivos às suas ameaças caso desalinhem das directivas superiores. Jardim encarou, na pretérita reunião da comissão política regional do PSD, a hipótese de 300 assinaturas  surgirem para exigir um congresso extraordinário em 2013 - data, aliás, de congresso ordinário. Foi então que anunciou a sua disposição de enfrentar, ele mesmo, qualquer candidatura à liderança que se apresente nas eleições internas que precederão o congresso. Ou seja, o presidente da CMF.
Há instantes, Albuquerque também já deixou claro que irá a votos contra o novo auto-anunciado candidato oficialista, Jardim. Tal como sempre afirmou. Miguel Albuquerque, desde que se assumiu candidato, garantiu luta no terreno e nas urnas fosse contra Cunha e Silva, Manuel António ou Jardim.
O estado de 'cabeça perdida' de Jardim, desde que Albuquerque avançou objectivamente para a sucessão, agrava-se de hora para hora. Com a sua última calinada política, na reunião de comissários laranja, acaba de humilhar mais uma das suas apostas, Manuel António Correia, o secretário regional do Ambiente a quem ordenou que avançasse com a sua candidatura à sucessão. Agora, perante o 'perigo Albuquerque', acha Manuel António incapaz de se sair vitorioso e então assume ele próprio a batalha intrapartidária.
Em poucos dias, Jardim arrasou a carreira política de João Cunha e Silva, Sérgio Marques e Manuel António Correia. De forma humilhante e grosseira. Um desnorte que só não aconteceu mais cedo pelas incontornáveis hesitações dos pretendentes internos.
Até que Albuquerque se lembrou do Ipiranga.