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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O que vai na Praça




 
 
CHEFE A BANHOS NO PORTO SANTO E NO PORTO DA CRUZ







O homem que mandou o copo de cerveja contra Jardim confessou ao tribunal que está desempregado e sem dinheiro para os estudos do filho. Devia então jogar a imperial a quem? Ao Semeador? Atenção aos 23 mil desempregados! (A foto do JM apanha o chefe de costas para não mostrar a molha)


Continuamos a publicar esta crónica eventual "O que vai na Praça" sem fornecer pistas sobre os intervenientes nas conversas pela cidade. Enquanto os nossos agentes da contra-espionagem não se certificarem de que a equipa de serviços secretos de Carlos Machadinho anda ocupada com outras matérias, defenderemos o anonimato do antigo vendedor de tabaibos, do contabilista sem trabalho, do bancário pré-reformado e daquele funcionário público assíduo frequentador do café, entre as demais personagens com quem o Leitor da 'Fénix' já se familiarizou.

Reproduzimos apenas o amargo sumo dos exageros e alarvidades em voga por esplanadas e bares desta deprimida terra - tudo, já se vê, para denegrir o bom nome do monarca das Angústias, que tanto tem feito para se perpetuar na cadeira estilo Salazar.

Ouvimos durante a manhã toda que...

- O chefe da tabanca foi a banhos ao Porto Santo, foi a banhos ao Porto da Cruz e agora seguem-se duas semanas de banhos turcos em Bruxelas, para matar ânsias.

- O chefe mandou fazer um exaustivo levantamento das gazetas registadas na turma da Universidade de Verão. Os que o abandonaram nesta hora de crise ainda poderão ir às Angústias, comer-lhe à mãozinha, desabafou ele.

- No Porto Santo, chefe criticou os empresários que, apesar dos benefícios colocados ao seu dispor pelo governo e pela câmara, invocam a banca para se negar ao investimento na pequena ilha. E os empresários respondem: "Comprámos terrenos como o governo aconselhou e agora a paga do governo é fazer-nos concorrência no Porto Santo, vendendo lotes como se fosse um agente de imobiliária!"

- Os terrenos que o governo se propõe vender foram adquiridos em expropriações ao preço da chuva... e valorizados agora por uma estrada nova e as infra-estruturas que se seguirão. Ora, os expropriados alegam que há novas regras e que, portanto, querem fazer o processo voltar todo atrás... de modo a reaverem os seus antigos terrenos.

- Esta terça-feira saem, parece, as listas de colocações de professores na Região. Segundo nos informam, 300 docentes ficam sem trabalho. No Continente, já começou a inscrição no desemprego dos que não conseguiram colocação. Nas próximas horas, teremos o cenário deprimente entre nós.
 
- Se o chefão das Angústias, depois do banho de cerveja, atribui ao DN a autoria de uma campanha de ódio que "não se sabe onde vai parar", cabe perguntar: quem manda fazer justiça pelas próprias mãos? Quem dividiu a sociedade madeirense? Quem exorta à violência contra jornalistas? Quem enxovalha, persegue e massacra diariamente o próximo, quer no JM quer na vida concreta de cada um?
Vem isto a propósito dos problemas que os importantões do regime começam a sentir na sua vida social e pública, de que foram exemplos recentes a banhada de cerveja do "Único" no Porto da Cruz e os insultos que Miguel Mendonça supostamente ouviu numa farmácia da Fernão de Ornelas, numa altura em que o governo regional não pagava comparticipações e o parlamento reforçava o jackpot.
 
- Os apoiantes do ex-líder da JSD Pedro Pereira andam pelos cantos do parlamento a prometer guerra sem quartel à nova direcção, chefiada por Rómulo Coelho. Nem que seja impugnando ilegalidades ao nível do conselho de jurisdição da Jota, eles garantem que hão-de conseguir provocar novas eleições na organização laranja de juventude. Para já, temos 'festa' no próximo domingo. Zaragata na Herdade Chão da Lagoa? A rapaziada está nervosa...
 
- O JM bem puxou pelo jovem Rómulo na entrevista publicada esta segunda, a ver se o rapaz anunciava apoio da JSD ao candidato Jardim nas eleições internas de Outubro. Prejudicar a candidatura de Miguel Albuquerque seria um bom serviço às Angústias, sim senhor. Só que o rapaz não só se aguentou como disse o seguinte: "O que é imperativo é que, ganhe quem ganhar, o partido tem de demonstrar capacidade democrática. O PSD só se desagrega se os protagonistas demonstrarem incapacidade democrática. Ser escolhido ou não para um cargo ou função política exige elevação, ética e comportamento compatível com o momento."
Capacidade democrática? Elevação? Ética?
Falar em tais bicharocos deve ter fatalmente encurtado a carreira político-partidária de Rómulo. Pelo menos enquanto mandar na Rua dos Netos aquela brigada do reumático "democrática, elevada e ética", tipo rei da tabanca, Jaime e quejandos.
 
Enfim, conversas que corriam esta manhã de segunda-feira na baixa funchalense... nos breves instantes em que não se contavam novas piadas sobre a Festa da Uva que ficou famosa à conta da cerveja.

2 comentários:

jorge figueira disse...

Sugiro, porque o calor aperta, o visionamento no canal Odisseia pelas 20 horas: Como a Cerveja Salvou o Mundo. O problema, quanto ao resto, é este:quando uma coisa pode correr mal todas correm mal. Até as águas-vivas apareceram com maior intensidade

Luís Calisto disse...

Se sempre gostei de uma cervejinha em tempo de calor, agora nem se fala!