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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Delírios da Madeira Nova


Os tiques políticos serão hereditários?


CALINADA DE ALBUQUERQUE
NA HORA DA DESPEDIDA

O autarca cessante descobriu as maravilhas de andar de táxi... com 20 anos de atraso

Miguel Albuquerque atraiu a si o odioso dos carros oficiais. Sem necessidade. Jardim não dá um passo sem ter o popó à porta (visita à CMF na imagem). Miguel Mendonça usa o bólide para se deslocar 70 metros. Cunha e Silva vai de 'coiso tremido' da Junta Geral à Assembleia. Jardim Ramos idem, da Rua das Hortas à 'casa de loucos'.  

O Funchal anda hoje atordoado com a teoria desenvolvida por Miguel Albuquerque sobre a conveniência de os titulares do governo regional, câmaras e empresas públicas passarem a deslocar-se de táxi, em vez de usarem os carros oficiais - porque fica muito mais barato, disse o autarca cessante.
- Então o Albuquerque, agora que sai, vem dizer que...
Ouvimos isto em vários pontos da capital, esta manhã. Com este remate a fechar os palavrões:
- Este também quer chamar a gente de tontos?

Fomos pensando com os botões: a personagem da descoberta é o mesmo Miguel Albuquerque da câmara que seduziu não só o Funchal mas toda a Madeira que alinha pela cor laranja? É o mesmo que sempre mostrou prudência na forma de se exprimir? O mesmo que bateu o pé quantas vezes foram precisas, perante um barulhento chefe, em nome da sua coerência? O mesmo que se apresentou muito bem durante a entrevista de despedida, na RTP-M?
Poderão perguntar: então só por causa de um deslize a respeito de carros de praça já se esquece tudo o que o homem fez de bom pela cidade?
Não se trata disso. O caso é que o povo está farto de quem o chama de atrasado mental há 30 e tal anos. E agora que Miguel Albuquerque se perfilou na corrida para chegar à liderança do PSD e por esse caminho ao poder regional, torna-se legítimo deitar contas à vida. Até que ponto Miguel não ganhou certos tiques do jardineirismo que ele serviu durante anos, apesar de se ter incompatibilizado com o cérebro do regime, a dada altura?
Pode-se pôr tudo isto em causa ou a linha de Albuquerque também já não quer deixar a gente pensar pela nossa cabeça?

Durante 20 anos, vimos estes carros aqui. Nas últimas semanas, esteve lá o Smart do presidente.

Nesta quarta-feira negra, Miguel Albuquerque participou na apresentação de um projecto da Associação dos Táxis que consiste na utilização de vouchers em percursos pré-definidos, preferencialmente voltado para os que visitam a Madeira, e no âmbito de um acordo envolvendo a Aitram, a Câmara e o Turismo. Talvez por não conseguir inventar nada para dizer a respeito de tão banal acontecimento, Miguel puxou da cabeça e resolveu apresentar uma sugestão fadada para fazer arrepiar a pele dos joelhos a todos os funchalenses: que os quadros públicos abdicassem do carro oficial e o substituíssem pelo táxi.
É realmente caso para se lamentar que Albuquerque não fosse iluminado por tão resplandecente ideia em 1994, quando avançou para a presidência da Câmara de onde saía Virgílio em litígio com Jardim. Seriam 20 anos a fazer poupança.

Podem os ainda executivos camarários social-democratas (ou coisa parecida) argumentar: olhem que os táxis não são nada baratos e ao longo destes anos todos não apareceu uma proposta destas da Aitram, com os seus inovadores vouchers. 
Pois nós aqui garantimos que seria mais barato, sim senhor. Porque, obrigados ao táxi ou mesmo ao carro horário - por que não, finórios? -, os técnicos e políticos da Câmara ficariam sem carros distribuídos. O que os impediria de cenas como estas:
- um carro oficial a viajar ao Caniço para trazer o rapazito ao Liceu, às 8; o mesmo carro a voltar ao Caniço para trazer sua excelência ao gabinete, às 9 e tal.
- o sua excelência no gabinete a mexer em dossiers e o seu carro oficial a parar perto do médico, o assessor a sair, abrir o porta-bagagem, tirar o carro de bebé para a madame lá meter o rebento e entrar para o consultório, etc e tal.
- o carro a ir buscar a vedeta, trazê-la de manhã, ir levá-la ao almoço, ir buscá-la do almoço, e mais tarde, se calhar com horas extras, tornar a ir lá a casa deixar a vedeta.
Claro que há excepções, porque autarcas e técnicos houve que nem massacravam os condutores nem provocavam horas extras.
Em matéria de exemplos, ficamos por aqui, de contrário recuaremos um bom bocado mais no tempo, às histórias de arranjinhos com oficinas para reparar carros que não tinham nada para reparar, a não ser contas a dividir lucros fáceis, pagas por todos nós.

A única possibilidade que a nossa limitada cabeça desenterra para justificar o alvitre de Miguel Albuquerque é o seu desejo de sair sem deixar margem de grande brilho ao sucessor Paulo Cafôfo, em matéria de carros.
Como se sabe, Cafôfo anunciou que mandaria os carros negros para as boxes, a fim de evitar gastos públicos em mordomias ambulantes. Acto contínuo, por coincidência ou não, Albuquerque endereçou quase todos os motoristas para serviços vários da edilidade e mandou encostar o carro distribuído à presidência da Câmara, passando a estacionar no local do costume o seu simpático Smart (como há dias documentámos aqui). 
Bolas, não havia necessidade. 
Preferíamos - e julgamos que os seus apoiantes pensam assim - que Miguel Albuquerque fosse coerente também nesta matéria. Poderia reconhecer como interessante o estilo de Cafôfo, o futuro presidente que anda de bicicleta e a pé e que prometeu poupar pneus e gasóleo, mas explicando, Miguel,  que cresceu politicamente noutra época, embalado em costumes que não criou. Afinal, ninguém leva a mal o político que anda em carro oficial por causa da idiossincrasia do sistema, caduco mas vigente. Criticam-se, sim, os abusos e a teimosia reaccionária perante os novos ventos.
Encerramento de 5 mandatos com esta é que ninguém imaginava. A era miguelista reflecte muito uma frota preta e reluzente. Até a junta de freguesia de Santo António tem carro preto!

Além de um jipe para os serviços necessários, a junta de Santo António tem este magnífico Toyota, comprado nos belos tempos do Dr. Marcelino.



Os novos tempos prometem menos lata na feira.


8 comentários:

Anónimo disse...

Vamos ver se esse parque dos Paços do Concelho também se livra dos carros pessoais das inúmeras chefias.
Para que as frotas operacionais da autarquia, ocupem a Rua Marquês do Funchal, contígua aos Paços do Concelho...
Acabem com as vergonhosas mordomias!

Anónimo disse...

o comentador anterior não está suficientemente esclarecido. quando se refere ás inumeras chefias , estacionam no parque meninos e meninas ou senhoras ,,,,,,porque sim , e não são chefias . secretarias pessoais ( uma é mais que vereadora ) conhecidos !!! basta o vereador que diz que endireitou a camara querer.

Anónimo disse...

Tudo o que de bom Albuquerque fez pelo Funchal? Hã? Não me ocorre nada...a cidade está cada vez pior, o trânsito uma desgraça, a construção habitacional sem regras, nenhuma obra digna de registo, casos chocantes de promiscuidade como o das moradias VIP, etc.
O Povo não é estúpido e tem memória! Albuquerque não presta e vai ser corrido de vez mais vale começar a procurar emprego

Rogerio Almeida disse...

O novo presidente da Câmara vai dar um cartão de estacionamento na 5º de Outubro as chefias ?

Vai sair mais caro , mais engana os palermas tirando os carros das traseiras da Câmara

Agora na Câmara vai-se poder fazer o que se quiser e tudo o que for mal feito sera incobrido o Cafofo é amigo do Calisto do Fénix e do Diário dos Blandy

observador disse...

E na próxima semana em vez do carro presidencial,lá estará a bicicleta do Cafofo.

Galileu disse...

E agora como irá funcionar o pelouro do Ambiente sem o fenómeno? Esperemos que o amigo do Calisto resolva.

Rogerio Almeida disse...

qual bicicleta uma vespa ele tem uma, chegou ao Fora D´horas por estes dias montado numa , para um almoço com o Pereirinha , Vilhena (também chegou de Vespa) e uma pequena que deve ser a Jardim Fernandes a Vice, algum populares passando na rua comprimentaram o mais famosso careca do Funchal talves desejando algum favorzinho

Já parece o calisto com tanta vida alheia

Carlos Gonçalves disse...

Caros comentadores, isto vai tudo dar ao mesmo, mudam-se as moscas, mas a m..da é a mesma. Além de que, também, está tudo de "rabo" preso.