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sexta-feira, 17 de junho de 2016

Vive La France!







OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE




Alguém conhece  processo de combater a barbárie sem ser com uma barbárie ainda mais cruel?


Não satisfeitos com as proezas cometidas nas ruas e praças de cidades francesas, os selvagens de regresso às palhotas viraram-se contra um pacato grupo de turistas espanhóis, à passagem por Colónia, e vai disto: espancamento solene a deixar algumas vítimas em estado grave.
Por acaso, eram russos, os energúmenos. Mas podiam ser de qualquer país ou área geográfica. Há daquilo em todas as partes do planeta. Se muitos não se fazem notar é por falta de oportunidade ou por cobardia. É raro vermos um hooligan actuar sozinho, de cara exposta à resposta adequada. Esses facínoras operam em grupo, para serem muitos, ou então a coberto da clandestinidade. Sozinhos, cara a cara com um adversário, não passam de uns borrabotas invertebrados, uns safardanas que não podem com a mão virada nas ventas. 
São perigosos, porém. Actuando como actuam, dificilmente são pegados. E têm campo aberto para espancar desalmadamente pacatos cidadãos que eles, os energúmenos, não conhecem de parte nenhuma. Agem como os trogloditas pré-históricos emboscados perto da caverna para surpreender as presas.
Quando há batalhas campais de claques contra claques, as vítimas geralmente são os transeuntes alheios à selvajaria, os comerciantes donos dos estabelecimentos das redondezas e os que têm automóvel estacionado por ali.
Ora, estes bandidos simplesmente aproveitam o fenómeno do futebol para desfrutar de palco e arena onde libertar os 'bofes' nojentos e o fundo mau. Eles não se revoltam pontualmente contra o erro do árbitro, nem sequer guerreiam a claque adversária por uma questão de rivalidade doentia, nem desatam à pancadaria por motivo ocasional, o que, sendo comportamento grave, enfim, acontece...
Nada daquilo tem a ver com futebol. E sim com a maldade reprimida naquelas almas, que precisa de explodir para não implodir. 
Então, não há pedagogia que valha a pena experimentar. Isso de ir às causas remotas e à doença traumática para tentar a cura na origem só serve para justificar a existência da psicologia aplicada. Na prática, a vida do mar é mais dura do que parece. Aquela escumalha só sentirá nos ossos o que é bom quando lhe for aplicado o Código de Hamurábi. 
Sim, é verdade que a resposta 'olho por olho, dente por dente' à moda de Talião não é menos bárbara do que a acção daqueles covardes que atacam gratuitamente em massa ou solitariamente na guerra de guerrilha, como temos visto por esse mundo fora - e não apenas por parte dos fanáticos que massacram nas escolas e nos teatros convictos de que renascerão puros.
Talião também não é civilizado. Mas não vemos resposta minimamente eficaz de combater a barbárie que não seja com uma barbárie ainda mais cruel.  

2 comentários:

Anónimo disse...

Por tudo isso é deixá-los seguir rumo à Síria e Iraque para se juntarem ao Daesh e nem pensar em resgatá-los!
Abram as portas de saída da Europa a estas bestas.

Anónimo disse...


Mas a verdade é que a comunicação social, e até os tribunais franceses, estão a aderir à nova guerra fria entre o "Ocidente" e a Rússia. Sim, porque o que não faltam é hooligans de outras nacionalidades que não têm a mesma atenção da comunicação social...

amsf