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sábado, 19 de novembro de 2016

OPINIÃO




Inacreditável


Sou um dos deputados que participaram na reunião de ontem, da 5.ª Comissão, sobre “Catástrofes Naturais e Incêndios”, e que ouviu os Presidentes de Câmara do Funchal e da Calheta. Após a dita reunião, contei a um amigo a caricata e exótica cena que se viveu lá dentro, e suponho que esse meu amigo contou a Luís Calisto. Agora, para meu espanto, venho a verificar que o episódio foi de tal maneira espantoso e grotesco, que levou mais dois deputados a “chibarem” o acontecimento ao Fénix, o que até tem a sua piada…
Efectivamente, quando a presidente da Comissão dava por encerrados os trabalhos, o Presidente da Câmara, Paulo Cafôfo, pediu inesperadamente a palavra, e perante uma assistência incrédula, disse mais o menos o seguinte: - Meus senhores, quero pedir-vos um favor, espero que aquilo que dissemos cá dentro, principalmente os fait divers, fiquem entre nós e não passem lá para fora!
Alguns deputados seguraram-se às cadeiras, abismados, e outros até nem queriam acreditar no que ouviam, fez-se um pequeno silêncio de espanto, e como já conheço a personagem, repliquei: “Era mesmo o que faltava!”; “Voltamos ao tempo de Salazar o quê?!”; “Você só pode estar a brincar com isto! O que é dito aqui é público, é gravado, fazem-se actas e não há cá segredos!”
Seria lindo de morrer, ver Ricardo Salgado, o ex-Dono Disto Tudo, no final de uma comissão de Inquérito na Assembleia da República, apelar: “Meus senhores,  só espero que guardem segredo daquilo que eu disse aqui e não chibem nada ao nosso contabilista!” Ou num comité de investigação do Senado Americano, um inquirido implorar: “Caros Senadores, não digam nada desta conversa à minha mulher nem à minha sogra, porque senão vou dormir esta noite no sofá!”… 
Para o sr. Presidente da Câmara, uma audição parlamentar da nossa Assembleia Legislativa é uma espécie de tertúlia secreta, onde se fazem umas bilhardices e umas piadas por pura diversão. Ou então, como língua não tem osso, o sr. Presidente tem provavelmente medo que alguém descubra que andou a “puxar saco” na Assembleia. 
Efectivamente, houve algumas perguntas que criaram grande embaraço, por exemplo, questionado sobre a estranha ausência do vereador responsável pela Protecção Civil Municipal, Domingos Rodrigues, o Presidente Paulo Cafôfo disse que ele não veio para a Madeira, porque o pai estava gravemente doente no Continente (!) Entretanto, o deputado Rómulo Coelho perguntou se era verdade que Domingos Rodrigues teria pedido para vir urgentemente para a Madeira, mas que não tinha obtido resposta da autarquia. E se Paulo Cafofo considerava os deputados do PSD de “Tó-tós”, já que o seu chefe de Gabinete os apelidava desse modo no facebook. A deputada Raquel Coelho questionou igualmente o sr. Presidente pela ausência absurda de água nas bocas de incêndios e que o combate aos incêndios se tinha resumido a uma disputa mediática entre a Câmara e o Governo.
Também perguntei ao sr. Presidente da Câmara por que razão pagou a uma equipa de reportagem de um jornal do Continente para vir à Madeira fazer a cobertura de uma tragédia, onde morreram três pessoas. Se isto não era propaganda mórbida à custa de uma calamidade. O Presidente alegou que a reportagem do jornal I fora publicada antes dos incêndios. Igualmente, questionei-o, se teria sido verdade que ele teria dado ordens directas aos bombeiros que combatiam o incêndio no núcleo histórico de São Pedro. Negou e garantiu que não se imiscuiu no combate aos fogos, porque isso estava a cargo dos “generais”. (Mais tarde, o deputado João Paulo Marques, na sua roda de perguntas, observou, que se o combate aos fogos estava a cargo de Generais, o que fazia ele lá?!) A propósito da limpeza de terrenos e respectivas notificações, perguntei se a autarquia já tinha limpo o silvado e o mato do terreno que possuía no Pico das Romeiras, junto do bairro social. (O tal da herança da negociata com o Joe Berardo) Ainda, se não houvera grande descoordenação no combate aos fogos, entre o Governo Regional e a Autarquia. A princípio, o Presidente de Câmara explicou que houve falhas de comunicação a nível institucional, mas que no campo operacional, o Governo e a Câmara actuaram bem e em sincronia no combate aos fogos. Depois, apertado pelos deputados Ricardo Vieira e João Paulo Marques, lá se lamentou que o Governo não lhe dava conta das operações e que andaram de costas voltadas durante todos aqueles dias de braseiro. Uma salsada! 
Acusado por vários deputados do PSD de se ter aproveitado dos incêndios para fazer propaganda política e promoção da sua imagem, Paulo Cafôfo defendeu-se, dizendo que Miguel Albuquerque também fizera o mesmo no 20 de Fevereiro. Nessa altura intervim, e disse que o Presidente Paulo Cafôfo prometera aos eleitores uma MUDANÇA de comportamentos, por isso ficava-lhe mal praticar os mesmos vícios dos antigos líderes do PSD.  
Meio embaraçado, na resposta, o Presidente enganou-se, e em vez de me tratar por deputado, tratou-me por “senhor Vereador”, o que arrancou algumas gargalhadas na sala. Calmamente, repliquei: “Infelizmente já não sou, porque vossa excelência tratou disso!” (Este relato coincide com a versão do sr. Deputado Roberto Almada, quando disse que os deputados do PSD se riram de mim)
A determinado passo, o deputado Ricardo Vieira mostrou o seu espanto, por a autarquia pretender fazer projectos de arquitectura e reabilitação de edifícios ardidos que não eram propriedade sua e também achou estranho a Câmara Municipal ter um quadro de bons técnicos de arquitectura e planeamento, e ter contratado sem concurso público, (e porque valor?) um gabinete exterior à Câmara, liderado pelo Arq. Paulo David, para delinearem estratégias de recuperação de edifícios atingidos pelos incêndios em zonas histórias. 
Como a reunião foi até às sete da tarde, muitos deputados que apoiam a Coligação Cambada que governa a CMF saíram, e ficou o sr. Deputado Roberto Almada, sozinho e embaraçado, a tentar defender ingloriamente o seu candidato imposto, com pequenos apartes, que inclusivamente obrigaram a senhora Presidente da Comissão a intervir. (O que neste ponto contraria a outra fonte, que diz que ele ficou calado). 
Como podem ver nesta súmula de minha autoria e feita de memória (pode ter algumas imprecisões), não se vislumbram onde estão os tais “fait-divers” e os tais segredos que tanto preocuparam Paulo Cafôfo. Mas que há aqui gatos cafofianos com o rabo de fora… há!
 Gil Canha

14 comentários:

Anónimo disse...

Lá se foram os segredos...

Anónimo disse...

Seria interessante perguntar o seguinte: A que horas foi notificada a protecção civil sobre o incêndio de sao Roque? Quanto tempo levou para notificar os bombeiros municipais? Quanto tempo levou para sair a primeira viatura dos bombeiros municipais?

Anónimo disse...

Muito bom, é para vermos a democracia vista pelo senhor presidente da câmara do Funchal. O cafofo é um flop.

Anónimo disse...

O sr. Roberto Almada se tivesse juízo saía o mais rapidamente da coligação Mudança, porque caso contrário vai ser engolido nas próximas autárquicas, como Victor Freitas foi engolido nas últimas regionais. Foram se meter com aqueles "gajos loucos" que combateram o jardinismo, foi o mesmo que mexer num vespeiro. Agoram aguentem-se porque o combate nas autárquicas no Funchal vai ser como combater o DAESH!

Anónimo disse...

Realmente parece que houve muitos faít divers e lavar de roupa suja. São estes os deputados para lamentar que temos.

RA disse...

Amigo Gil: não se deve guardar ódios às pessoas. Qualquer dia a gente morre todos e isto fica tudo prá aí... continua a tua luta política contra os tubarões do regime, mas tenta não lhes estenderes a passadeira para voltarem a mandar no Funchal. Sabes que te aprecio e que tenho estima pessoal por ti. Por isso continua, com a graça que te caracteriza, mas não contes comigo para ficar reinando contigo. Esta vida são dois dias. Um abraço e manda sempre, camarada!

Anónimo disse...

Boa-noite sr. Roberto Almada! Eu não sou o Gil Canha como deixou escrito no seu comentário. Eu sou o chefe de gabinete do Presidente da Síria Bashar al Assad. Saudações revolucionárias! Aleppo, Síria.

Anónimo disse...

Roberto Almada deve querer dizer :
Gil meu cabrão descobriste-me a careca , logo agora que tenho o Cafofo na mão , mas que escondo aos meus eleitores o que se passa porque eles não me perdoarão , tu tinhas de contar tudo , Já não bastava aquela tonta que incluimos na lista de candidatos á assembleia da republica ter vindo para a rua lavar a roupa suja.
O anjinho pensava que só porque era doutorada tinha direito á opinião e que nós que andamos a aguentar isto não íamos poder colher umas benessesinhas . Gil está quieto e não atrapalhes o meu jogo.

Anónimo disse...

Quanto mais o Iglesias escreve e faz, mais i o Paulo sai prejudicado. O Ze Miguel é o melhor ponta-de-lanca do PPD !!!

Anónimo disse...

Tive na comissão e o Gil põe isto limpinho como água. Como numa missa: PALAVRA DO SENHOR!

RA disse...

Respondo, como gosto, a todos os comentários que as pessoas que dão a cara fazem, Ainda que deles discorde. Não respondo, como é óbvio, a cobardes que se escondem atrás do anonimato. Ao menos o Gil, honra seja feita, como eu, dá o nome e a cara. Bem-hajas por isso.

Anónimo disse...

Já reparei que o sr. Roberto Almada anda muito baralhado depois do artigo do sr. deputado Gil Canha! Diz no seu último comentário que não responde a cobardes, mas respondeu a um comentário que eu fiz ontem às 13.08!
O cobarde do chefe de gabinete de Bashar al Assad! Saudações revolucionárias!

Anónimo disse...

Deram uns bombons ao Bloco e o Bloco ficou embaiçado com o Cafofo. Como diz o chefe de gabinete de Bashar Al Assad, o Roberto mais a Guida Vieira ainda vão experimentar o celebre facalhão que o Cafofo usa para enterrar nas costas dos companheiros.

Anónimo disse...

comentador das 23,12 , vai ser logo a seguir ás proximas autarquicas , seja qual for o resultado .