17 de Março 2019
PS-M inapto foi coerente
ao 'despromover' Liliana
ao 'despromover' Liliana
Logo
às linhas iniciais da entrevista que o JM publicou ontem com Liliana
Rodrigues, o leitor aceita como boas as razões de Cafofo/PS
para a não recandidatura da eurodeputada cessante. À primeira
resposta, podemos confirmar que Liliana pouco ou nada tem a ver com
os expedientes dos actuais dirigentes do partido que em tempos a
mandou para Estrasburgo.
Não
ia dar mais certo.
No
patamar a que as suas qualificações e aptidões a catapultaram,
Liliana Rodrigues não representa uma geração "socialista"
postiça que não pensa bem nem nem pensa mal e não diz duas vezes
batatas.
Na
entrevista deste sábado, a eurodeputada descarta com a sua modéstia
natural quaisquer méritos individuais nos muitos êxitos alcançados
pela UE ao longo do mandato, nas áreas em que interveio. Faz questão
de sublinhar que os deputados não trabalham sozinhos e que o produto
final resulta sempre de contributos e negociações entre deputados e
famílias políticas, até pela inexistência de maiorias absolutas
no PE.
E
todos sabemos, por exemplo, dos esforços e do trabalho de Liliana
Rodrigues na cruzada que consagrou a taxa dos 85% no financiamento
destinado às Regiões Ultraperiféricas como a Madeira - um sucesso
aflorado pela entrevistada sem a tentação do pessoalismo que outros
no seu lugar exibiriam.
Este
misto de realismo e humildade não joga de maneira nenhuma com a
saparia inchada que ocupa o Partido Socialista na Madeira. Cafofos e
Câmaras tomaram conta da Praça Amarela, Liliana tornou-se peixe
fora de água.
A
socialista manifesta-se na entrevista com a mesma modéstia ao
plasmar, sem sombra de pretensiosismo, não apenas um conhecimento
profundo da instituição União Europeia e seu Parlamento mas também
ideias muito próprias acerca dos problemas momentosos que afligem o
mundo e o Velho Continente. Não deixando de, quando
razoável, analisar e perspectivar os temas de um ponto de vista
português e particularmente madeirense.
Ainda
há pouco, no Dia da Mulher, o tínhamos reconfirmado no debate em
que participou num canal nacional com outros eurodeputados lusos.
Liliana
conhece a fundo a problemática dos refugiados, que vê arrastar-se
"sem fim à vista", criticando os chefes de Estado da União
que emperram as soluções "por conta de egoísmos nacionais".
Aborda frontalmente embora com uma prudência cirúrgica o actual
estado de coisas na Venezuela, como aliás devem proceder os membros
da UE no delicado caso - "cautelosos mas assertivos com o regime
de Nicolas Maduro".
É
com assinalável perspicácia que a próxima ex-eurodeputada disserta
sobre a situação "quase paradoxal" do desemprego jovem.
Uma leitura do problema que obriga à reflexão.
Pergunto:
então não era também paradoxal um quadro perfeitamente integrado
neste contexto comunitário europeu como Liliana Rodrigues
representar chefes barricados na Praça Amarela cuja mensagem pública
não vai além do "mais saúde", "mais educação",
"mais emprego", "defender a Madeira na Europa,
defender a Europa na Madeira" e outros lugares-comuns ao alcance
dos pequenos da 4.ª classe?
Além
do conhecimento europeu (e nos seus vastos pelouros académicos),
Liliana deixou na entrevista uma aragem salutar ao falar da mágoa
que a não-recandidatura lhe pudesse ter provocado. Aceita a decisão
do partido e, se alguns aspectos estão por explicar, isso compete a
quem tomou a decisão, responde com simplicidade.
Não
vem escrito nas colunas do JM, porém aposto que desde o dia em que
convidou Paulo Cafofo para vice-presidente do Laboratório de Ideias
do PS, a ainda eurodeputada aprendeu imensas coisas sobre a opacidade
da política paroquial.
É
assim quando o poder se torna refém de mentes liliputianas, aqueles
frontispícios tão baixinhos por onde, como dizia Solnado, as ideias
só conseguem entrar de gatas.
Há
outra questão no capítulo das mágoas de um processo de
'substituição' ainda mal contado, e os entrevistadores puseram o
dedo na ferida: perante um mandato tão elogiado em Portugal e
na Europa, que é que faltou para a eurodeputada figurar novamente na
lista de candidatos?
Aqui
respondo eu: a explicação está nas premissas do raciocínio. Faltou a
eurodeputada NÃO ser elogiada em Portugal e na
Europa.
A
linha Cafofo/PS está referenciada claramente: quem faz sombra, rua.
Começou-se logo a perceber o filme em 2013, quando da coligação
Mudança, muito votada para derrotar a situação regional então
vigente, e não pelos olhos ou pela calva do então candidato
oposicionista. Perante um projecto Cafofo/PS estribado nos pilares da insegurança e
do ciúme, saiu a sorte grande a Liliana Rodrigues. E também ao verdadeiro
PS-Madeira, que finalmente descobriu uma alternativa credível para
quando os actuais doidivanas se despenharem no abismo final para onde
se dirigem nas asas da euforia suicida.
PS
(de post scriptum) - Quanto à parte menor da entrevista, pertinente
mas relativa à baixa política, os entrevistadores fazem o seu
trabalho perguntando a Liliana Rodrigues se corresponde à verdade a
conhecida versão de que ela "secundarizou a lógica partidária
na gestão do seu gabinete no Parlamento Europeu".
O caso está ligado aos argumentos escolhidos pelos dirigentes detractores para explicarem, internamente, o "afastamento" da eurodeputada. Que ela, Liliana Rodrigues, não tinha aproveitado o lugar em Estrasburgo para resolver a vida aos boys e às girls do partido.
Liliana responde que não é bem assim, já que 50% do seu gabinete é constituído por jovens do PS-M. Aí a eurodeputada cedeu, andou mal. Defender a Madeira na UE não é resolver, mesmo a 50%, o emprego aos filhos e amigos dos dirigentes que precisam de emprego bom.
Mas Liliana Rodrigues merece uma indulgência generosa.
Ela teve a coragem de interromper o eldorado de uma assessoria concedida à mulher de um carreirista bem colocado na nomenclatura socialista, devolvendo-a à Tabanca por falta de competência nas funções atribuídas.
Teve também a coragem de recusar "meter" em Bruxelas um dos beneficiários da Frente Mar que desejava uns aninhos no olimpo europeu, mesmo sem possuir as habilitações exigidas.
Tudo isso saiu caro à eurodeputada. Mas mais caro ainda ao partido, que deve estar arrependido da louca decisão e vê necessidade de se 'desmultiplicar' em elogios e promessas de novas missões à "despromovida" - embora continue a mexericar nos bastidores que Liliana pouco quis saber do PS enquanto lá esteve, faltando até ao compromisso de andar pelas freguesias da Madeira a propagandear os actuais chefes da Praça Amarela.
O caso está ligado aos argumentos escolhidos pelos dirigentes detractores para explicarem, internamente, o "afastamento" da eurodeputada. Que ela, Liliana Rodrigues, não tinha aproveitado o lugar em Estrasburgo para resolver a vida aos boys e às girls do partido.
Liliana responde que não é bem assim, já que 50% do seu gabinete é constituído por jovens do PS-M. Aí a eurodeputada cedeu, andou mal. Defender a Madeira na UE não é resolver, mesmo a 50%, o emprego aos filhos e amigos dos dirigentes que precisam de emprego bom.
Mas Liliana Rodrigues merece uma indulgência generosa.
Ela teve a coragem de interromper o eldorado de uma assessoria concedida à mulher de um carreirista bem colocado na nomenclatura socialista, devolvendo-a à Tabanca por falta de competência nas funções atribuídas.
Teve também a coragem de recusar "meter" em Bruxelas um dos beneficiários da Frente Mar que desejava uns aninhos no olimpo europeu, mesmo sem possuir as habilitações exigidas.
Tudo isso saiu caro à eurodeputada. Mas mais caro ainda ao partido, que deve estar arrependido da louca decisão e vê necessidade de se 'desmultiplicar' em elogios e promessas de novas missões à "despromovida" - embora continue a mexericar nos bastidores que Liliana pouco quis saber do PS enquanto lá esteve, faltando até ao compromisso de andar pelas freguesias da Madeira a propagandear os actuais chefes da Praça Amarela.
É
isso: a equipa Cafofo/PS foi coerente ao afastar a companheira de
um patamar muito lá para cima. E Liliana safa-se temporariamente de um terrível
gatil que um dia terá de meter na ordem.
9 comentários:
E a Liliana ainda convidou o Cafofo para vice-presidente do laboratório de ideias ainda bem que ele não foi, com as ideias que ele tem só ia dar porcaria.... Aqui está o pago pela consideração à liliana, esta levou uns patins
Informe-se melhor. Paulo Cafofo foi vice-presidente do laboratório de ideias a convite da liliana ANTES de ser candidato à CMF..
Quando o PS cair nas regionais, será Liliana Rodrigues a assumir a liderança e vai ser um ver se te avias na mudança das lealdades, ela que vai apontando os nomes no caderninho pra depois ter presentes os que agora a venderam que nem judas por um tacho.
Tem razão, Cafofo
Bem fez a Liliana em não alinhar com estes intrujões que estão a destruir o Ps Madeira.Todos lhe reconhecem mérito mesmo dos outros partidos. O povo está com ela os outros é como diz o Calisto, é só “mais isto e mais aquilo” mas as pessoas já os toparam. Inteligência nenhuma.
Isto agora é só elogios à Liliana Rodrigues, ainda por cima por pessoas que aquando da sua candidatura disseram o mesmo que dizem sobre a cerdas. Isso revela o jogo político deste tipo de pessoas...
Pessoa com princípios e digna, competente e transparente, não cabe neste PS de tralha Cafofiana. Qual a surpresa?
Liliana, és o futuro do PS Madeira.
É só esperares que este PS é um bluff de incompetentes e gente sem escrúpulos vai cair com estrondo nas regionais.
O futuro do Ps Madeira é o amigo Carlos Pereira cada vez são mais do lado dele
e não tem medo de dizer publicamente
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