28 de Março 2019
JPP
fora das Europeias:
ausência
pequeno-cirúrgica
“Devagar se vai ao longe”, responde nas calmas um alto dirigente do JPP ao falar de eleições europeias e do quão cedo é para o movimento "verdinho" aventurar-se ao projecto de uma candidatura para o Parlamento Europeu. E lá vêm as 3 razões que justificam a ausência da corrida. São três embaraços de que, à uma, se livram os dirigentes de leste: a difícil escolha do candidato ideal, o esforço financeiro e o desgaste eleitoral.
Os meus conterrâneos de Gaula têm tudo pensado. Quanto ao desgaste eleitoral, por exemplo, a ausência da campanha eleitoral permite-lhes fugir ao desgaste - enquanto desgastam os adversários.
Ainda no seu artigo de opinião de terça-feira, o líder do JPP, Filipe Sousa, propagandeava com a subtileza do costume as ajudas que a Câmara de Santa Cruz, da sua presidência, dará aos munícipes que aguardam pequenas cirurgias. 'Uma lança em África' no contexto vigente em que os jornais impõem à classe política a Saúde como agenda diária.
Que faz a Câmara de Santa Cruz? Sem se sujeitar a desgaste, desgasta os partidos mais bem colocados nas previsões eleitorais. Desde logo, o PSD, partido de um governo desorientado com as campanhas contra o sistema de Saúde. Porque uma coisa é aplicar 100 mil euros, como Filipe Sousa vai fazer, em troca dos agradecimentos populares da sua terra; outra coisa é aplicar milhões, como o governo faz, e mesmo assim continuar a ser atacado na imprensa nem que seja pela fugaz falta de água quente num centro de saúde.
A outra força concorrente, Cafofo/PS, dona da Câmara do Funchal, também é posta em causa explicitamente, pelas "pequenas cirurgias" anunciadas: a nova vaga socialista só faz apregoar que vive “focada nas pessoas” e que trabalha para as pessoas, e depois de tanto diabolizar o estado da Saúde, afinal não dá um passo além das palavras. Nem uns míseros milhares de euros para socorrer “pessoas” doentes nem uma ideia que dê esperança quanto a soluções.
Entretanto, o JPP avança com as pequenas cirurgias tão ansiadas por quem delas precisa.
Irradiando boa disposição, o dirigente e deputado do Juntos Pelo Povo Élvio Sousa, irmão de Filipe, declara o pendor social e humanista dos ‘Verdinhos’. Ao mesmo tempo que rejeita qualquer prática dependente das ideologias que alguns lhes atribuem, classificando-as de esquerda.
O JPP vem desde 2008 a materializar o seu projecto de política de proximidade. Mas o ano todo. Nas campanhas eleitorais, dirigentes e apoiantes até se cansam menos.
O JPP vem desde 2008 a materializar o seu projecto de política de proximidade. Mas o ano todo. Nas campanhas eleitorais, dirigentes e apoiantes até se cansam menos.
Têm tempo para onde vão. Segundo Élvio Sousa, a ideia é o JPP estar em condições de lutar pela terceira posição na prova de fogo marcada para 22 de Setembro. Para já, o número de militantes é satisfatório (até ontem eram 356, simpatizantes à parte) e o seu crescimento terá sempre a ver com a vertente autárquica do movimento, por enquanto merecedora de mais atenção do que a vertente legislativa. Naturalmente que esta vocação municipal é encarada como meio de afirmar uma diferença de projecto, na lógica da competição regional. Uma estratégia de crescimento sustentado em confronto com a bipolarização imperante.
O nosso interlocutor constata que a comunicação social escrita está a promover essa bipolarização partidária – representando as duas maiores forças os grandes grupos económicos que exercem a sua actividade ombro a ombro, uns com os outros.
O movimento (a palavra ainda soa melhor do que partido) mantém a posição revelada na sessão de encerramento do congresso social-democrata, contra qualquer aliança com o PSD: o adversário continua a ser o partido laranja. Mas Élvio Sousa acrescenta agora uma adenda: “... E depois logo se vê.”
Ou seja: a candidatura Cafofo/PS já não pode contar com um JPP atado ao propósito revelado categoricamente no referido congresso. Afinal, as áreas comuns entre PS e PSD são notórias, como diz o deputado 'verde'. Mesmo nesta fase, à distância da luta eleitoral europeia, o JPP estudará o modo de os descalçar aos dois – PS e PSD – “um a um”. Élvio clarifica: não quer antecipar decisões, porque quem decide é o colectivo de 16 membros do movimento, mas esclarece que, de momento, os acordos do seu partido são preferencialmente com a cidadania, não com outros partidos.
Ou seja: a candidatura Cafofo/PS já não pode contar com um JPP atado ao propósito revelado categoricamente no referido congresso. Afinal, as áreas comuns entre PS e PSD são notórias, como diz o deputado 'verde'. Mesmo nesta fase, à distância da luta eleitoral europeia, o JPP estudará o modo de os descalçar aos dois – PS e PSD – “um a um”. Élvio clarifica: não quer antecipar decisões, porque quem decide é o colectivo de 16 membros do movimento, mas esclarece que, de momento, os acordos do seu partido são preferencialmente com a cidadania, não com outros partidos.
Que veio acrescentar o JPP à política madeirense, além de disponibilizar aos descontentes um caminho diferente dos tradicionais? Os protagonistas do leste acham que o JPP mexeu com a situação.
Por exemplo, mostrou, no exercício de Santa Cruz, como se governa sem dinheiro: privilegiando a poupança em detrimento do esbanjamento.
Impôs transparência à vida pública, recorrendo inclusivamente à componente judicial para acesso à informação e à documentação. O que já originou mais de 40 processos em tribunal, com muito poucos deles ganhos pelos adversários. Ainda agora concluiu-se a querela com a ministra do Mar, sobre o ferry, no Tribunal do Sul. Élvio Sousa desafia: mostrem processos de intimação a departamentos do governo ou de câmaras da iniciativa do PSD, do PS, do CDS, do BE ou de qualquer outro partido.
Da minha parte não me lembro, a não ser as iniciativas do antigo PND.
Outro contributo do JPP à vida pública regional é o seu empenho pela reforma do sistema político, área de estagnação para a maioria dos partidos, segundo Élvio.
Por exemplo, mostrou, no exercício de Santa Cruz, como se governa sem dinheiro: privilegiando a poupança em detrimento do esbanjamento.
Impôs transparência à vida pública, recorrendo inclusivamente à componente judicial para acesso à informação e à documentação. O que já originou mais de 40 processos em tribunal, com muito poucos deles ganhos pelos adversários. Ainda agora concluiu-se a querela com a ministra do Mar, sobre o ferry, no Tribunal do Sul. Élvio Sousa desafia: mostrem processos de intimação a departamentos do governo ou de câmaras da iniciativa do PSD, do PS, do CDS, do BE ou de qualquer outro partido.
Da minha parte não me lembro, a não ser as iniciativas do antigo PND.
Outro contributo do JPP à vida pública regional é o seu empenho pela reforma do sistema político, área de estagnação para a maioria dos partidos, segundo Élvio.
E quanto às regionais, o momento-chave de 2019? Há ou não um projecto acordado com os socialistas, mais ou menos secreto, para que em Setembro a crónica hegemonia laranja tenha fim? Julga-se que o almoço de Filipe Sousa com António Costa no ‘Só Espeto’ (Porto Novo) não terá sido apenas para falar de autárquicas. O projecto Cafofo/PS visa o poder regional. Como é que o JPP tem acompanhado os preparativos? Continuam contactos com o presidente da Câmara do Funchal?
Élvio Sousa garante que não. Diz que não fala com Cafofo desde 2017. “Não mantenho contactos com ele nem com António Costa.”
Segue-se uma farpa de Élvio: “Haverá partidos e até ex-militantes do JPP mais interessados em engraxar os ditos senhores.” Contrariamente ao que costumam apregoar os boateiros, insiste, da parte do JPP não há “conversas” com ou PS ou com o PSD.
O próprio encontro no ‘Só espeto’ foi empolado. Além da boa espetada saboreada por Filipe Sousa e António Costa, pouco houve a destacar desse encontro, ironiza Élvio. Porque “isto não vai com espetadas”. O dirigente do Juntos Pelo Povo conclui com a sua boa disposição de sempre: “Por acaso, quem pagou a espetada foi o Filipe. Espetada com osso, que é mais barata.”
Em resumo: não, o JPP não troca o seu rumo por um convívio no ‘Só Espeto’, mesmo que seja com o Primeiro-Ministro de Portugal. Esclarecimento de Élvio Sousa.
Os planos do JPP não apontam a grandes cirurgias, para breve. O tempo é de progredir de pequena-cirurgia em pequena-cirurgia. Como escreveu Filipe Sousa no seu artigo: "A política só faz sentido se for capaz de, a qualquer momento, ir ao encontro dos problemas da população."
Necessário é que os eleitores correspondam. Élvio e companheiros de partido devem saber dos pequenos ódios que em tão pouco tempo despertaram em vários adversários. Sabem, sabem. Há pouco tempo, Élvio escreveu um artigo de opinião intitulado "Canalhas e calculistas", informando que tolerância/afabilidade não é ingenuidade.
Assim sendo, sabem que a paz desta ausência das europeias não vigorará muito tempo.
Pois é, caros conterrâneos gauleses, devagar se vai ao longe. Atrás de Maio vem S. João e, atrás de S. João, as vindimas de Setembro.
Élvio Sousa garante que não. Diz que não fala com Cafofo desde 2017. “Não mantenho contactos com ele nem com António Costa.”
Segue-se uma farpa de Élvio: “Haverá partidos e até ex-militantes do JPP mais interessados em engraxar os ditos senhores.” Contrariamente ao que costumam apregoar os boateiros, insiste, da parte do JPP não há “conversas” com ou PS ou com o PSD.
O próprio encontro no ‘Só espeto’ foi empolado. Além da boa espetada saboreada por Filipe Sousa e António Costa, pouco houve a destacar desse encontro, ironiza Élvio. Porque “isto não vai com espetadas”. O dirigente do Juntos Pelo Povo conclui com a sua boa disposição de sempre: “Por acaso, quem pagou a espetada foi o Filipe. Espetada com osso, que é mais barata.”
Em resumo: não, o JPP não troca o seu rumo por um convívio no ‘Só Espeto’, mesmo que seja com o Primeiro-Ministro de Portugal. Esclarecimento de Élvio Sousa.
Os planos do JPP não apontam a grandes cirurgias, para breve. O tempo é de progredir de pequena-cirurgia em pequena-cirurgia. Como escreveu Filipe Sousa no seu artigo: "A política só faz sentido se for capaz de, a qualquer momento, ir ao encontro dos problemas da população."
Necessário é que os eleitores correspondam. Élvio e companheiros de partido devem saber dos pequenos ódios que em tão pouco tempo despertaram em vários adversários. Sabem, sabem. Há pouco tempo, Élvio escreveu um artigo de opinião intitulado "Canalhas e calculistas", informando que tolerância/afabilidade não é ingenuidade.
Assim sendo, sabem que a paz desta ausência das europeias não vigorará muito tempo.
Pois é, caros conterrâneos gauleses, devagar se vai ao longe. Atrás de Maio vem S. João e, atrás de S. João, as vindimas de Setembro.
3 comentários:
Os Sousas de Gaula são espertos!!! Veremos em Setembro .....julgo que apoiarão Cafofo na formação do GR...são muitos anos de ditadura!!
Achas que sim, ó das 07.04?
É que as últimas sondagens não apontam para aí.
Às vezes, quem tudo quer, tudo perde.
os camisas verdes que andam sempre aos papeis
é verdade que pedem os papeis ao governo para os entregar aos amigos para terem vantagens em futuros concursos?
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