Cirurgias: listas de espera fora de controlo
As listas de espera para cirurgias "estão fora de controlo" e a prova disso é terem passado de 16.000 para 21.000 doentes em espera "em apenas quatro anos". Dados revelados esta manhã pelo deputado e médico do CDS, Mário Pereira, durante um encontro com a comunicação social para anunciar que o partido deu entrada na Assembleia Legislativa da Madeira de um requerimento para a constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito às listas de espera no SESARAM - Serviço Regional de Saúde da Região.
Mário Pereira, que se fez acompanhar do líder do CDS, Rui Barreto, apresentou vários argumentos que, no seu entender, justificam o pedido de inquérito, a começar, desde logo, pelo facto de a saúde ter sido uma das principais bandeiras políticas do PSD. "Quando tomou posse em 2015, Miguel Albuquerque prometeu a resolução das listas de espera", recordou o parlamentar centrista. "Passados quatro anos, verificamos que as listas de espera no SESARAM estão fora de controlo, tendo passado de 16.000 para 21.000 utentes à espera de cirurgias, mais doentes em espera para exames e mais doentes em espera para consultas", referiu.
O CDS quer que esta Comissão Parlamentar de Inquérito seja o mais abrangente possível. "Queremos ouvir os profissionais do SESARAM, os responsáveis pela administração da saúde e os intervenientes da saúde privada", anuncia Mário Pereira. "O nosso intuito é encontrar as melhores soluções e ideias, acolher o contributo de todos para encontrarmos uma solução para o problema".
A redução das listas de espera "é um problema difícil", reconheceu o parlamentar, consciente de que "não será resolvido de um dia para outro". Mas é preciso dar passos. "É um processo que tem de ser iniciado", instigou, para recordar que o CDS, em 2016, tentou contribuir para solucionar o problema, propondo uma Comissão de Inquérito que o PSD acabaria por chumbar.
Segue-se agora nova tentativa, mas desta vez sem hipótese de vir a ser reprovada. "Esta nova Comissão de Inquérito é feita ao abrigo do Regimento, não tem que ser votada, porque reunimos o número mínimo de 10 deputados", explicou Mário Pereira, anunciando que os dois deputados do PCP, Ricardo Lume e Sílvia Vasconcelos, e o deputado independente Gil Canha juntaram-se aos sete parlamentares do CDS, perfazendo o número de deputados exigidos.
"Esperamos que os trabalhos comecem quanto antes para que tenhamos uma discussão salutar, aberta e acima de tudo construtiva", desejou Mário Pereira, que revelou outros números, para além dos 21.000 utentes à espera de cirurgia: 16.000 esperam por exames de imagem e cardiologia e 30 mil por consultas hospitalares. "Esta situação não tem paralelo no país e não é confortável para ninguém", criticou Mário Pereira.
CDS
5 comentários:
É vergonhoso o que se passa em Portugal no sistema da saude, na educação, na segurança... é simplesmente vergonhoso
Não é essa a visão dos nossos governantes...
Uma tristeza, se não têm dinheiro para colmatar várias lacunas neste hospital de que servirá um novo?
E o Mário Pereira que devia estar no Hospital a fazer cirurgias em vê de ser deputado; Dá mais ser deputado e medico na Privada.Tem vergonha à " Barrete de orelhas" mais esse medico que tens ao Lado.
O que não bate a bota com a perdigota, são as afirmações dos partidos com a opinião dos portugueses. É que foi conhecido há dias um estudo do ISCTE sobre o que pensam os cidadãos sobre os serviços públicos. E a avaliação é positiva sobre educação, transportes, etc, e, na saúde classifica a meio da tabela. Isto é. Nem está tão boa como dizem os governos, nem tão má como dizem as oposições. Logo, este tipo de discurso confirma que os partidos estão afastados das pessoas, e desfazados da realidade. E confirma outra coisa. É que os partidos não se preocupam com a saúde, mas apenas se aproveitam dela para fazer política partidária.
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