O HOSPITAL PRECISA DE SER INTERNADO NOS CUIDADOS INTENSIVOS
O incrível incidente registou-se esta segunda-feira à noite.
O cidadão assistia tranquilamente ao Sporting-Benfica, na companhia de amigos, quando um telefonema de alerta o levou a casa da sogra, já que a senhora padecia de insuficiência respiratória e precisava de assistência urgente. O cidadão tratou do transporte e acompanhou a doente ao hospital.
Seguia-se a triagem. Mas nada. A senhora, aflita com os problemas de respiração e vómitos, sem sombra de atendimento. Até que o genro decide perguntar por que diacho demorava tanto a entrada para a consulta de emergência. Sem interlocutor à vista, espreita por uma sala, onde não vê ninguém. Mas alguém o vê: um funcionário das urgências, rapaz de barbas, que o expulsa daquela área acusando-o de atentar contra a privacidade.
- Privacidade de quem? Não está ninguém ali!
Mas... rua e rua!
E a paciente à espera. 'Paciente' à força, claro. Porque ou toda a gente havia prolongado o Sporting-Benfica ou então havia feriado privativo, já que ninguém comparecia no posto de trabalho.
O cidadão em causa tentou fazer ver ao funcionário que precisava de acompanhar a senhora e que nada tinha feito para receber a ordem de expulsão. O que damos como verdade irrefutável, já que em causa está um homem reconhecido pelo seu trato afável e cordato, incapaz de conflituar com quer quer que seja. Um cavalheiro a toda a linha e como tal apreciado em todo o Funchal e em toda a Madeira.
Mas, perante as tentativas diplomáticas de querer ficar com a paciente, o funcionário barbudo atalhou sumariamente o caso: polícia e... rua com o 'desordeiro'.
Que remédio!, o cidadão teve de abandonar o local e remeter-se a um canto afastado das urgências. De onde só saiu às quatro e meia da madrugada... que foi quando deram por concluídos os exames à senhora doente, depois de alguém ter aparecido ao serviço.
"Eu acreditava em alguns elogios que ouvi relativamente àquelas urgências... até ontem", desabafa o cidadão em causa, ainda chocado com a desconfortável peripécia que lhe havia de sair ao caminho. O azar da doença da familiar, a espera de assistência em serviços desertos, aflição, a procura de respostas e soluções, os equívocos, a expulsão, a polícia, a seca até às quatro e meia da manhã...
Sem pretender fazer humor negro com a situação, já lhe bastaria ser benfiquista naquela noite de derrota às mãos do Sporting, ou seja, dispensava-se bem o esquema de serviço montado por Miguel Ferreira no hospital... a precisar de internamento urgente nos cuidados intensivos, como se depreende.
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