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quinta-feira, 7 de março de 2019





7 de Março 2019




Cafofo mais dez 



Paulo Cafofo, challenger de Miguel nas regionais deste ano, continua teimosamente a pensar que lhe chega debitar banalidades sistematicamente, nas suas intervenções. E assim apareceu no DN com mais um daqueles xaropes rotulados de 'opinião' que nem opinam nem informam nem ensinam nem inovam nem coisa nenhuma.
O tema do escrito é oportuno. Cafofo pretendia mostrar a importância das eleições europeias de Maio, puxando naturalmente a brasa à sua sardinha. Agora o conteúdo dos apelos, por favor. O homem reinvestiu-se nas funções de professor para explicar a Europa a putos da 2.ª classe ou recém-chegados do interior do Saara. Em certas partes, parecia debitar extractos de um manual da Europa para totós, daqueles que se encontram nas livrarias.

Pelo Continente, segundo lemos, andam a criticar out-doors de grandes partidos que dizem coisas do género: "A Europa é aqui"; "Somos Europa". Galvanizado pelos brilhantes slogans, desabafa o opinion-maker do 'i' João Gomes de Almeida: "Ufa, nunca pensei que fosse verdade. Obrigadinho Pedro Marques e Nuno Melo."
Destas pérolas também temos na Madeira. Miguel Albuquerque, inspirado pelas semilhas e batatas de S. Jorge, sublinhou também ao inaugurar um caminho agrícola  que "a Europa foi muito importante para o desenvolvimento da Madeira". E continuou a lição pedindo às pessoas que recordassem o que era a Madeira antes de aderir à União Europeia.
Ouço neste momento protestos: então os tipos no Continente dizem essas baboseiras, o Albuquerque chove no molhado com esses chavões e só ao Cafofo se exige qualidade e originalidade no discurso?
Aí está! Cafofo tem obrigações acrescidas. Os acomodados dos partidos nacionais têm o destino traçado, mais eurodeputado, menos eurodeputado. Albuquerque também está no poleiro. Vai empapelando para lá se manter. Já o challenger Cafofo precisa de trepar nas contas eleitorais para desalojar uma clique barricada no poder vai para mais de 4 décadas.
É assumido pelas hostes para-socialistas que a estratégia é 'Cafofo mais dez'. Como Ronaldo nos bons tempos. Ronaldo tem o seu lugar assegurado nas equipas onde labuta e depois os treinadores metem nos outros dez lugares quem quiserem, porque dá igual. Mas atenção, para que a equipa vença, Ronaldo precisa de brilhar sempre ao melhor nível e marcar os golos sem os quais nada feito. Sendo obrigado a tornear onze gatos assanhados que surgem pela frente a mover-lhe marcação cerrada.
Mesmo contando com duas peças eficientes como são os dois Miguéis que o rodeiam (o partido que o apoia não passa do grupo dos cinco), Cafofo faria bem capacitando-se de que a estrela de uma companhia precisa de encher o firmamento de fulgor sem momentos frouxos. Certo, não é jogador para golos de bandeira em pontapé-bicicleta. Mas precisa urgentemente de se revelar.
Não é o caso destas aparições para encher chouriço, já o disse aqui. Repetir o que o 'outro' e todos os outros já referiram a respeito do que a Madeira melhorou e cresceu depois da adesão à CEE não acrescenta nada. Denuncia apenas que Paulo Cafofo tem de cumprir a escala dos articulistas do jornal e então não trabalha convenientemente o escrito. Com as responsabilidades eleitorais que tem, só devia aparecer quando tivesse alguma coisa de novo para dizer. Os grandes retóricos eram severos nesta matéria.
Estamos todos de acordo com a sua ideia de apostar numa geração nova que mude a Madeira. Que a Providência o ouça. Que seja verdade que "o Partido Socialista se prepara para governar a Região (...) trazendo novos rostos para a política" abrindo oportunidades àquela que é "a nossa geração mais qualificada de sempre".
Esquecendo o último período - agora é sempre o melhor carnaval de sempre, o melhor fogo de sempre... -, é de festejar esse anunciado batalhão de jovens capazes de mudar a Madeira. Neste capítulo, Cafofo inclui a candidata à Europa Sara Cerdas. Mas repete exactamente o mesmo relatório de virtudes e capacidades da médica já visto na imprensa da cor e nos escritos de outros elementos do PS. E aqui temos um problemazinho. Sendo a candidata detentora de uma gama estonteante de itens curriculares para uma jovem que ainda não fez 30 anos, por que diabo só a candidataram em cima da hora, como segunda ou terceira escolha? 
Não insista no ridículo de enumerar virtudes que em nada contribuem para o diâmetro da Terra, como as proezas na natação. Precisa-se de quem defenda os interesses da Madeira na UE. Arte política. Conhecimentos. Bons contactos. Capacidade de lobbying. Atributos que não melhoram com a enumeração dos recordes da eurodeputada nos 200 m mariposa e nos 100 m bruços. Por mais que o nosso aeroporto passe muitas horas encerrado pelo vento e que continuemos sem navios de ligação, ainda não precisamos de eurodeputados capazes de ir para Lisboa a nado.
Nada disto invalida que a candidata seja um quadro de valor. Veremos e esperemos que sim.
Há outro problemazinho: com tantos elogios ao mandato de Liliana Rodrigues, que raio vos levou a não optar pela sua recandidatura, sobretudo pelo seu trabalho pelo financiamento dos tais 85% para as ultraperiferias que o Profe municipal, e bem, realça no seu artigo? Se acaso precisam dela para outras funções num futuro próximo, o que faz sentido, porque não lhe abriram o jogo evitando mais uma situação traumática na Praça Amarela?
Ganhar eleições passa por clareza de procedimento e coerência no discurso. O que é pedir demais a certas pessoas.
Sem ironia, faço votos para que o Paulo Cafofo apresente rapidamente os novos rostos que promete trazer para a política. A Madeira precisa desesperadamente deles. Mas traga mesmo. Para ver nos discretos estados gerais de amanhã, há nomes de psicólogas e profes, aborígenes como nós e de Coimbra, para dar uma ideia de novidade. É mais um passo. Mas urge mostrar mobilização com cheiro a pólvora política. A começar pelo pivot da equipa. Em frente, marche! 
Cafofo modera o trabalho de pré-campanha por estar ainda na Câmara? Paulino Ascenção propõe-lhe que saia para evitar a confusão eleiçoeira com as funções de autarca. Deixe que Albuquerque faça o mesmo. Que não faz. Albuquerque aproveita actos oficiais para pedir ao povo que não deixe acontecer um forrobodó depois de 22 de Setembro. Isso é eleitoralismo oficial. No próximo dia 14, por exemplo, Blue Chief estará na Casa do Povo da Ribeira Brava para entregar mais umas dezenas de euros aos agricultores. Cerimónia seguida de uma patuscada em grande. Que é isto?
Termino voltando ao tema inicial: Cafofo que se vá preparando para resistir, também ele, às mudanças que propõe. Com o desgaste que em tão poucos anos já sofreu, e que se agrava dia a dia por causa da vacuidade do discurso, ele será um dos primeiros a ser mudado. Não será a primeira nem a última vítima. Só para citar um episódio clássico, quem não se lembra do Comandante Zero da Nicarágua? Acontece até a boa gente. E então quando a estratégia é 'um e mais dez'!...

8 comentários:

Anónimo disse...

Se um É muito imaginei DEZ...
Agora os out-doors do PPD/PSD-M devia ser,
DE TODOS UM PELA NOSSA AUTONOMIA.


Anónimo disse...

Oh srº Calisto! Mas alguém no seu perfeito juízo perde tempo a ler as "baboseiradas" do prof. mentiras? Qual é a credibilidade desta criatura de Deus para falar da Europa? Vai trazer gente de valor para a política? Espero que não sejam mais alguns "criados" dos Sousas, Farinhas, Pestanas, Trindades e Caldeiras? Porque já temos muitos na política da mamadeira, a começar por Paulo Cafôfo e Miguel Albuquerque!

João Barreto disse...

No meio desta "gaita toda", ainda não consegui perceber - defeito meu, por certo, que sou burro - a grande diferença (mudança, usando o termo que está na moda) entre um e outro termo da equação.
O que é que o Cafofo vai trazer de diferente naquilo que é essencial para os madeirenses: teremos, por obra e graça do espírito santo ( em letras pequenas porque o maiúsculo já lá foi) um estatuto diferenciado que nos vai permitir melhores cuidados de saúde; melhores rendimentos de trabalho; melhores pensões? Os turistas virão em mais quantidade e gastarão mais? Encontraremos nas nossas serras, petróleo ou lítio ou cobalto, ou qualquer um dos minerais que estão em alta nas bolsas internacionais?
O que é que a reciclagem dos renovados poderá trazer de novo: as antigas soluções? Os que sempre andaram a fossar nos gamelões públicos? Mais do mesmo?
O momento é de indecisão total: desde que tive direito a voto, nunca deixei de exercê-lo; mas nunca estive tão indeciso...

Anónimo disse...

Já mudei meu sentido de voto,já não será para cafofo nem Albuquerque.

Anónimo disse...

João, ao ser solicitador e argumentar que num Estado Democrático os não-licenciados não podem tentar entender de leis, explica a sua indecisão.

Eu, O Santo disse...

Cafofo nulidade.
Albuquerque ainda pior.

Anónimo disse...

Votem nos pequenos para "morder as canelas" aos grandes!

Anónimo disse...

21.53
Isto agora não há nada de criançada nem de pequenada. Agora há que votar em sim ou sopas e nada de desperdiçar votos em coisas menores.
Albuquerque ou Mudança no Cafofo o resto é tudo insignificância e votos perdidos.