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terça-feira, 10 de abril de 2012

Notícias do Apolo

LEITURA COM ARAGEM NORTENHA

JARDIM DESAFIA MIGUEL ALBUQUERQUE PARA A PANCADA

O rei sente uns ímpetos diferentes sempre que respira ares nortenhos. Que leia a legenda no écran acima, antes de se atravessar no caminho dele, quem achava que o homem já se tinha retirado do ringue e recolhido ao balneário de vez.


Na melhor das intenções, resolvi arejar ao fim da tarde desta terça-feira, já com o trabalho realizado e plasmado aqui no blogue. Verificaria pouco depois que a ideia não fora das melhores.

O rei costuma engrossar (a voz) quando vai ao Norte - Atraído a um local de convívio recatado, e aproveitando para fugir às manifestações do penacho alvi-negro, ainda ondulante à conta da sua vitória de sábado, lá me sentei entre uma caterva de amigos em conversa que me pareceu salutar.
Pareceu. Porque, afinal, o tema relacionava-se com as declarações, ainda do meu desconhecimento, que sua excelência produzira no Norte da Ilha, pouco antes.
Que raio de conversa para esta hora - pensei eu, desmotivado, receoso de ficar irremediavelmente com o estômago numa bola e logo com o jantar estragado. Mas o debate seguiu, imparável.
O 'rei das Angústias' deslocara-se a São Vicente para inaugurar... como é que se costuma dizer... O homem inaugurou, não uma daquelas obras de 2 milhões de euros pagos pela Europa às construtoras, mas a conclusão da recuperação de uns caminhos pedonais, com as respectivas placas toponímicas. Isso, aquelas tabuinhas que dizem 'por aqui vais para o Chão dos Louros", "por acolá vais discretamente para um quarto da pousada com vista para a serra", etc.
Não é de estranhar que o rei engrossasse a voz na imponente cerimónia, porque, por alguma razão, ele sempre foi tomado por essas reacções fisiológicas quando respira os ares nortenhos, seja em São Vicente, seja no Porto Moniz, e até em Santana. O que chamou as atenções foi o aviso político que ele fez naquelas recônditas paragens: quem se atravessar no seu caminho terá de se avir com ele até 2015!


Cabras e vacas do Norte desobedientes - "Ouvi na rádio que houve logo umas cabras e umas vacas daquelas pastagens a cruzar e a se atravessar na vereda que ele inaugurava e isso é o primeiro desafio", intrometeu-se um javardo que, manhosamente colocado a dois metros da mesa, nos seguia os relatos e remoques, saindo repidamente do local para fugir à repreensão colectiva que se constituía espontaneamente.
De facto, que tem o gado a ver senão com os parques empresariais?
O que é certo é que o mote deixado pelo estranho serviu de inspiração a muitos dos 'queques' presentes, que desfiaram por ali abaixo um rosário de situações relacionadas com o dito-cujo e que não consegui separar entre reais e imaginárias.



O chefe começa a ensinar o seu delfim Manuel António a usar a vara para se infiltrar pelos ínvios caminhos de cabras, no pantanal PPD. (Foto com a devida vénia ao 'nosso' JM)


Se Albuquerque não se liberta das tias dondocas acaba no desemprego - aviso do inimigo Jardim - Objectivamente, que ameaças produzira então a estrela do regime ditatorial das ilhotas? Mais ou menos isto: ai de quem se atravessar no seu caminho, porque terá de o enfrentar... pessoalmente!
Acho que o grande chefe devia usar mais o seu poder de argumentação, embora sempre delirante, à base de alusões à maçonaria, à trilateral e ao ambíguo do Obama - em vez de desafiar Miguel Albuquerque para um mano-a-mano à pancadaria. Pode saber bem descarregar as iras no local certo, ou seja, na tromba do adversário, mas, pelo menos em público, isso afigura-se um pouco primário. Há atitudes que conferem um cunho machista a quem as toma, mas que podem desvendar uma decepcionante personalidade 'sopinhas de leite' se o caso passar mesmo a vias de facto.
De enfiada, o grande líder Kim il... perdão, 'rei das Angústias' seguiu em frente nos desafios atacando a sociedade 'dondoca' que se arrepia toda com as políticas sociais. Era mais uma provocação ao verniz político do actual presidente da Câmara do Funchal - que por acaso é do mesmo partido que o rei. E não resistiu sua excelência que não chamasse vadio potencial a Miguel Albuquerque, esclarecendo que não está para aturar gente receosa de, mais tarde ou mais cedo, ter de dar o nome no desemprego.

O rei descai-se com os nomes dos seus amigos secretos - Enfim, para deixar tudo 'em pratos limpos', o nosso monarca disse que gizou um plano para a Madeira com horizonte em 2015. E, portanto, se alguém lhe complicar a vida, que salte para o largo.
Somos insuspeitos no que diz respeito ao 'rei das Angústias'. Mas temos de lhe dar razão neste pormenor. De facto, se ele gizou um plano até 2015, por que raio alguém o há-de aborrecer até lá? Deixem o homem trabalhar! Quem manda, quem manda? Salazar, Salazar! Ou estamos a perder o respeito por quem tanto fez pelos mamadeiros da Madeira Nova?
A concluir, sr. Alberto João não teve pejo em confessar afinal quem são os seus verdadeiros amigos. Embora com alguma subtileza, envolveu personagens conhecidas da oposição, como Gil Canha (PND), Victor Freitas e Carlos Pereira (PS), José Manuel Coelho (MPT) e Lopes da Fonceca (PP), entre outros nomes da praça política.
"Os inimigos dos meus inimigos meus amigos são", disse o rei com todas as letras. Ora, como os políticos que acabamos de referenciar são inimigos de Miguel Albuquerque, que Jardim tem por inimigo seu...
O plenário da tasquinha recôndita volveu de novo a conversa para o gado caprino e a sua influência na política autárquica e governamental madeirense. Plenário de comensais constituído, por sinal, por muitos elementos do Norte da ilha, evidentemente uma carga de ressabiados inimigos da Madeira. Por isso mesmo, levantei -me sorrateiramente e, pela segunda vez no mesmo dia, zarpei a 200 nós/hora rumo ao aterro, para novo passeio higiénico.

1 comentário:

jorge figueira disse...

A grande questão é essa o conceito de Amigo e Inimigo. Amigos e Inimigos putativos, por vezes, mais do que aquelas que seriam desejáveis, estão de acordo no campo estrito dos interesses