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sábado, 16 de fevereiro de 2013

POLÍTICA DAS ANGÚSTIAS / SÁBADO




A CRISE SEGUE DENTRO DE MOMENTOS







Paulo Portas está 'na corda bamba': o PP-M deu-lhe a conhecer a situação dramática da televisão regional, em vias de cair nas mãos de 'Meio Chefe'. Agora, exige-se acção ao ministro que, naqueles lados, impediu a privatização da RTP. José Manuel Rodrigues faz tudo para não sair chamuscado do processo.

Jardim deve rir a bandeiras despregadas com os salamaleques que lhe fazem as sumidades nacionais!


A semana regional abalou vários agentes do situacionismo público por causa de um noticiado assalto do PPD à televisão da Levada do Cavalo. Um frenesim particularmente histérico e espaventoso, como se as ideias na cabeça de 'Meio Chefe' das Angústias, desde sempre subordinadas à obsessão de açambarcar os media, constituísse novidade para os inocentes indignados.

Então! O presidente do conselho de administração da RTP, Alberto da Ponte, chegava à Madeira, 'em carne e osso', acompanhado pelo assessor financeiro de confiança e por um auditor especialista em resolver berbicachos; subia em ritmo de passeio à Quinta das Angústias; tagarelava um bocado sobre telenovelas e noticiários de TV e rádio com sua excelência o rei da tabanca; sentava-se para um almoço de convívio e um charuto da paz; e depois o dirigente televisivo Alberto da Ponte, ao declarar à comunicação social que o encontro fora "inconclusivo", fazia crer a toda a gente que efectivamente nada de novo luzia a leste de Argel!



Nem confirmação nem desmentido


Políticos e gestores inseguros na mentira não chegam a lado nenhum, neste país e nesta terra. Alberto da Ponte chegou ao bem remunerado topo de uma empresa pública. E agora disse que não havia conclusões concretas do encontro no meio das araras. Logo...
Mas não, o assunto não morreria assim.
Depois das denúncias sobre os reais propósitos da sua visita, segundo as quais ele trazia 'carta branca' do ministro Miguel Relvas para despachar a 'chatice' da RTP/RDP-Madeira, ainda que fosse necessário proceder a qualquer alteração legislativa - depois de ser divulgado aquele tenebroso plano de entregar o centro regional a Jardim, nem uma palavra oficial para confirmar essas denúncias ou para as desmentir.
A Direcção do centro reuniu os trabalhadores no anfiteatro, para mostrar serviço, mas só confundiu mais quem lá esteve presente, além do cavar do fosso que separa Miguel e Martim dos subordinados. Ambos pretendem manter os seus lugares a todo o custo e não descuram o relacionamento com os futuros donos da casa - PPD e desgoverno regional. Pode ter sido por algum motivo pessoal, mas surpreendeu, no contexto corrente, ver Miguel Cunha entrar esta quinta-feira no edifício da Junta Geral, onde vários quadros governamentais exercem as suas funções (as que Gaspar não lhes tirou ainda). Pode ser que Miguel tenha lá ido 'caçar' notícias para o Telejornal. Mas nada vimos à noite que justificasse o perigo subjacente à ideia de promiscuidade.



Peso em cima dos ombros de José Manuel Rodrigues

Alguns partidos - perante a indiferença de outros para quem a qualidade da RTP-M não justifica ondas de apoio - saltaram a terreiro insurgindo-se contra as intenções que pairam no panorama insular. 
PS e PP na crista dessas reacções. 
Os socialistas encetaram diligências para levar o tema às mais altas instâncias nacionais. Mas é sobre os ombros dos populares que recaem maiores responsabilidades. Quem integra o governo nacional é o partido de José Manuel Rodrigues. Compete portanto a essa força impedir soluções mirabolantes para o espectro TV/rádio na Madeira, se é que ainda vai a tempo.
Lopes da Fonseca não se escondeu nem escamoteou a matéria. Depois de uma reunião com a subcomissão de trabalhadores da RTP-M, reconheceu que, tendo Paulo Portas praticamente impedido a privatização da televisão pública nacional, não existe alternativa: o PP deve proceder a todos os esforços no sentido de evitar a badalada regionalização da RTP-M, ou seja, a entrega do canal pago pelo povo ao partido do poder, o PPD - como acontece com o Jornal da Madeira.






O que Portas fizer ou não fizer influirá na posição de Rodrigues na Região.












Paulo Portas está proibido de 'fazer-se de novas'. Assim que as alarmantes e assustadoras notícias sobre o assunto caíram na rua, o PP-M canalizou-as para Lisboa, direitinhas ao líder do partido e ministro dos Negócios Estrangeiros. Há poucas horas, o próprio José Manuel Rodrigues falou com o número um do PP sobre o escaldante assunto. Logo, a 'batata quente' mora no Largo do Caldas, Lisboa. Mas também no Cotovelo Mouraria/Carreira, Funchal. 





Ninguém se pode fiar no PSD

Obviamente, ninguém pode confiar no PSD nacional para travar a projectada regionalização pró-Jardim da RTP-M. Pelo contrário, são eles lá quem insiste em descartar-se do centro. Algo que não é novo. Já no seu tempo, saberia muito bem ao indescritível Almerindo Marques desfazer-se das despesas e das 'chatices' com o centro regional montado nos "calhaus do Atlântico", como ele costumava chamar a estas ilhas.
Nada de confiar no PSD nacional. Aliás, Relvas foi mais longe e, se bem que o seu desejo supremo seja fechar a RTP-M, à semelhança do que planeia para a RDP, encarregou Alberto da Ponte de deixar tudo nas mãos de 'Meio Chefe'. É por isso que, não fora o terror do presidente regional perante os despedimentos à vista na RTP-M, a questão estaria definitivamente arrumada, mau grado aqueles 7 ou 8 milhões que o centro custa por ano. 
...Mas que é isso, para quem já gasta o que gasta com aquele panfleto da Fernão de Ornelas?



Por que não regionalizar a SIC e o Expresso? Se ele pudesse...

Os maiorais do PP-Madeira afiançam-nos que Paulo Portas se atravessará no caminho traçado para a televisão da Madeira. 
Alguém fica descansado?
E alguém acha não haver razão para 'estrilo' mesmo que seja o desgoverno regional a mandar (totalmente) na televisão? 
Reparem que, só nos últimos dois dias, sua excelência gastou duas páginas no ex-JM para manifestar a indignação que lhe causou a presença na ilha de uma equipa de reportagem da SIC! Ele agora também quer dar o visto aos jornalistas que pretendam cá vir? E admiram-se disso? Quem achar estranho devia era trabalhar cá no tempo em que o homem corria jornalistas da Madeira!
Nos seus habituais devaneios, o rei da tabanca põe-se no centro do mundo e atribui ao Expresso/SIC um plano secreto colocado em marcha vai para 40 anos destinado a prejudicá-lo a ele, 'Meio Chefe'. Lugar comum, o feiticeiro da tribo denuncia SIC e seus patrões como elementos do tenebroso grupo 'Bildberg' e das maçonarias todas que andam por aí a conspirar contra a Madeira.
Veja-se como não será, ou como não seria, uma RTP-M com alinhamentos noticiosos feitos na Quinta das Angústias!
Já agora, por que não tenta 'Meio Chefe' regionalizar o Expresso e a televisão do seu amigo Balsemão? 
Bem, nada de dar ideias, porque se o cavalheiro pudesse!...



Raio de feitiço!

'Meio Chefe' não goza apenas com os madeirenses. Ele continua fazendo 'gato sapato' daquela classe política nacional toda. Por mais queixas contra o ditador da tabanca insular que cheguem ao Presidente da República, ao hemiciclo, ao governo nacional, aos partidos e até à Europa, a resposta vem sob a forma de elogios e mais poderes para o rei da tabanca - que acumula com o cargo de feiticeiro, pelos resultados vê-se que só pode ser feitiço.
Lá fora, ninguém se obriga a cumprir a sua missão e intervir activamente dentro das respectivas competências. Para ficarem bem com as negras consciências, falam de histórias mal contadas, dizem que não será bem assim. Há que proceder ao desconto, mastigam eles, porque Jardim se defronta com muitos inimigos e alguma imprensa hostil. 
Como diz, parafraseando 'Meio Chefe', o perspicaz Alberto Casimiro no boletim da sua Junta de Santa Maria Maior, o DN-Funchal é o jornal mais desmentido do país. Mas não diz que o seu 'Meio Chefe' é o mais desmentideiro do país, já que praticamente só ele, 'Meio Chefe', é autor de tais desmentidos.
Voltando às autoridades nacionais, enquanto a ERC assume haver crime de concorrência desleal no mercado da imprensa madeirense, mas adiantando nada poder fazer para suprimir as anomalias, outros figurões da Lusitânia esmeram-se nos panegíricos a sua excelência das Angústias.
O que o nosso 'Meio Chefe' não deve gargalhar - justificadamente - ao perceber o cagaço daquelas sumidades nacionais!
 Não espanta, portanto, que no caso da RTP Miguel Relvas tenha mandado Alberto da Ponte vir à Madeira levantar o arame para facilitar a incursão da raposa no galinheiro.

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