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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

TELEVISÃO




JARDIM COMPRA RTP-MADEIRA
E FECHA CENTRO REGIONAL DA RDP








O processo é para avançar já. A demora é resolver o problema das dezenas de despedimentos. Por 7 milhões/ano, a televisão emitirá finalmente segundo o conhecido pluralismo versão PPD.


Superam-se em esforços no sentido de concluir o processo da TV regional as figuras escolhidas por Alberto João Jardim para tratarem da transferência do Centro Regional da RTP da tutela de Lisboa para a do governo madeirense. 
Falamos do secretário dos Assuntos Sociais, Jardim Ramos, e do vice do GR, João Cunha e Silva, que para o efeito poderão contar com a colaboração de Miguel de Sousa, deputado da maioria e vice-presidente do Parlamento.



Alberto Ponte e Jardim entendem-se

Na visita à Quinta das Angústias a semana passada, o presidente da RTP Alberto da Ponte fez-se acompanhar por colaboradores seus, incluindo o da área financeira, tendo em vista deixar assente definitivamente o dossier RTP-Madeira. O administrador da estação pública trazia ordens do ministro Miguel Relvas para carimbar com o chefe do executivo insular um acordo 'preto no branco' de modo a que o Centro da Levada do Cavalo saísse o mais depressa possível da responsabilidade nacional.
Com efeito, ficaram definidos os termos da transferência e os acertos a operar para conclusão do processo. No entanto, levantou-se um problema cuja solução terá de ser aplicada com todos os cuidados: as dezenas de despedimentos que resultarão da estrondosa mudança.

Continuam conversações, reflexões e estudos na presidência do governo regional tendo em vista encontrar o processo que menos feridas provoque, ao nível da dispensa de pessoal. 
Além dos actuais directores, Martim Santos e Miguel Cunha, figuras que podem começar a arrumar a tralha dos gabinetes, Jardim exige uma 'limpeza' da estação segundo critérios que não tem escondido publicamente. Nas suas palavras, há que 'sanear' o jornalismo praticado na RTP-M porque, segundo ele, Jardim, a Redacção funciona sem rigor em termos de pluralismo. E o preenchimento de 4 horas de emissão (que será das 19 às 23) não justifica a ocupação dos actuais 137 trabalhadores do grupo RTP/RDP.



Lisboa cede em tudo para se livrar da RTP-M


A RTP nacional, cumprindo ordens do ministro Relvas, está totalmente empenhada em livrar-se  da 'maçada' e das despesas relativas ao Centro Regional, onde os custos anuais baixaram dos 11 milhões de euros para os 9 milhões, prevendo-se uma verba de 7 milhões para este ano.
Para isso, Alberto da Ponte prontifica-se a entrar, ainda, com um investimento de despedida consubstanciado na entrega de uns equipamentos que já não fazem falta em Lisboa. Mais: Ponte prometeu a Jardim toda a liberdade para que a futura estação regional se 'dependure' o tempo que quiser nos canais nacionais, se quiser evitar despesas com produção regional. Isso e a cedência de programas depois de utilizados na capital.



À procura dos futuros directores e chefes

João Cunha e Silva e Jardim Ramos deparam-se, pois, com a difícil missão de negociar os despedimentos que Lisboa não chegue a fazer. Ainda na semana passada, depois do plenário do governo, fecharam-se ambos na vice-presidência e por lá se ficaram uma eternidade, a tentar inventar soluções para o berbicacho - para esse e para  outros. 
Nesta altura, andam também ambos os governantes em busca de nomes para dirigir a futura televisão, nomes esses a submeter ao chefe Jardim.
Outro combate para ambos - e para Jardim - será quando surgir o contraponto da oposição a este processo de transferência. Os partidos fora do poder exigem a continuidade na Madeira de uma televisão de serviço público. Mas, segundo argumenta à 'Fénix' um quadro governamental próximo do processo, a Madeira nesse capítulo estará melhor do que qualquer outra região do país. "Os madeirenses têm como todos os portugueses o serviço público do canal 1 da RTP e além disso verão uma televisão regional feita e tutelada por madeirenses e também submetida aos critérios do serviço público."



Sousas mais distantes

Quanto ao papel de Luís Miguel de Sousa, que crescia de importância dia a dia nos moldes ainda em vigor, comenta-se nos curtos corredores da Quinta das Angústias que o empresário não pode alimentar ambições de "mandar na televisão" com os 200 mil euros por ele oferecidos para entrar no capital da empresa.
"O Luís Miguel quer ter os seus tentáculos a mandar lá dentro por esse dinheiro, que nem sequer é anual, é só para o capital", diz-nos o mesmo quadro governamental. "É muito pouco. O Dr. Alberto João é que vai assumir as responsabilidades e por isso compete-lhe traçar as directrizes para o projecto."
...Mas pensemos com cabeça: alguma vez o chefe Jardim, podendo pegar no nosso dinheiro e aplicá-lo numa televisão pessoal, iria deixar entrar empresários para o atrapalharem?



RDP-Madeira é para fechar




Quanto à estação pública de rádio, tem fim à vista. Pelo menos é o que circula na Quinta das Angústias, depois da reunião entre Jardim e Alberto da Ponte. Ambos convieram na falta de impacto da RDP-Madeira no panorama rádio insular, pelo que facilmente pode ser substituída por um canal da RDP nacional a emitir em directo na Região (como faz hoje a Renascença), utilizando os meios de propagação da RDP-M.
Daqui se retira mais um doloroso processo de despedimentos - tantos quantos os trabalhadores da estação que não forem transferidos para a RTP-M. Muito poucos, uma vez que a televisão, já de si, precisará de dispensar funcionários.



E a oposição?

Já se adivinhava um destino desagradável para o grupo RTP/RDP na Região. O trabalho de sapa encabeçado por Jardim começou há muito e desenvolveu-se pacientemente. Até se chegar a um ponto em que a 'regionalização' dos media em causa se concretiza com aparente naturalidade.
E a oposição, que durante anos se manifestou ruidosamente contra o trabalho das casas em questão e ultimamente nem repara na situação delas?
Ao menos o PP...
Sabemos, com toda a certeza, que Paulo Portas foi quem evitou a privatização da RTP. O líder dos populares chegou a pôr em causa, nas discussões com o ministro Relvas, a permanência do seu partido no governo.
Ou seja, Portas não se importava de mandar às malvas a relativa estabilidade governamental - e do país - em nome da continuidade da estação pública de TV.
No caso da Madeira, que postura veremos no PP? José Manuel Rodrigues continuará mais ou menos calado como até agora ou, pelo contrário, batalhará recorrendo a Paulo Portas para que o 'serviço regional de serviço público' não caia nas mãos da maioria laranja?
Parece que qualquer reacção chegará tardiamente, já que os objectivos de Jardim-Lisboa-Relvas-RTP ainda não chegaram ao conhecimento geral. 
Observe-se que Alberto da Ponte, à saída das Angústias, mentiu ao dizer que o encontro com chefe Jardim, fora "inconclusivo". 
Só se o presidente da RTP ficou sem sobremesa no almoço que nós, contribuintes, oferecemos à comitiva.

Há quem tenha esperança na legislação vigente, que impõe um serviço público para todo o país. Já falámos do argumento da maioria regional segundo o qual os madeirenses recebem o serviço público televisivo que o resto do país recebe, através da RTP 1, canal emitido em sinal aberto. Mas há outra questão a levar em conta: Alberto da Ponte transmitiu a Jardim que isso da legislação não empata nada. Se se levantar algum obstáculo de ordem legal, muda-se a legislação - disse Relvas a Ponte.
É aí que chamamos à razão uma força sem a qual não existe a maioria - o PP.

Pronto, a realidade aqui está: depois de várias investidas, Alberto João Jardim sente nas mãos o poder de dispor à vontade e a qualquer hora de uma televisão inteira.
Finalmente se erradicará da pantalha regional as 'criaturinhas' da oposição bem como todos os inimigos da Madeira, ou seja, todos os que não pensam como Jardim.
Isto é que é democracia.
Quem havia de dizer!


4 comentários:

Anónimo disse...

O Almeidinha e o Paulo Pereira, para aquilo andar sem problemas...

Anónimo disse...

E o filho do Bazenga...

Anónimo disse...

A RTP Madeira vai ficar com o material que Lisboa já não quer? o facto deste canal emitir em formato 4:3 em pleno 2013 devia ser tido em conta e assim adquirir material compatível com o 16:9. Conto com os dedos de UMA MÃO os canais europeus que insistem em usar o 4:3, e dois deles são portugueses (SIC e TVI).

Anónimo disse...

Esses nunca souberam escrever , coitados, só para moço de recados e apanha bolas...