UMA REUNIÃO ESTRANHA
Muitos trabalhadores da RTP ficaram surpreendidos com a transformação de reuniões convocadas sectorialmente num único encontro geral com a presença dos directores da gestão e dos conteúdos.
Ontem, o chefe da Informação da Levada do Cavalo dirigiu-se por e-mail aos 24 elementos do sector contando do seu desejo de os ver presentes numa reunião a realizar hoje, quarta-feira, pelas 13h30, na sala de redacção. Estranhou-se a convocatória de um dia para outro, em cima da hora. E mais ainda se estranhou a ordem de trabalhos proposta: fazer balanço de 2012 e perspectivar 2013 quanto à estratégia da Informação. Ora, uma reunião do género haveria de ter-se realizado em Novembro ou, vá lá, em Dezembro, e não quando a estação já exerce a meio do primeiro trimestre do ano a 'perspectivar'.
Mas ainda mais estranho foi quando se chegou ao dia de hoje e a reunião em causa se transformou no tal encontro geral perante Martim Santos e Miguel Cunha.
Que acontecera?
Acontecera que, além do chefe da Informação, Paulo Jardim, outros responsáveis haviam convocado também as respectivas equipas. De onde se depreende que os directores preferiram chamar os trabalhadores discretamente, sem lhes facultar a informação toda, ao aparato da convocação de uma reunião geral.
Pelo menos foi assim que alguns profissionais entenderam esta iniciativa.
Na prática, realizou-se mesmo uma reunião geral de trabalhadores. Com muito menos gente do que se verificaria com uma convocação livre dos equívocos atrás descritos.
Esta, sim, foi uma reunião inconclusiva. Sobre o momento dramático da RTP-M e da RDP-M nada se soube de novo. Muitos profissionais da casa saíram do auditório com a sensação de que Miguel e Martim sabem menos da situação do que o Semeador.
Unidade... que todos estejam unidos nesta fase complicada... unidade e mais unidade. Foi esta a mensagem de ambos os responsáveis. Eles tentaram também deixar a impressão de que acreditam numa solução que não prejudique os 137 trabalhadores do grupo.
Não causa grande surpresa que os quadros cimeiros da casa denotem desorientação. O caso não é para menos. Mas nunca poderão dizer que não foram bastas vezes avisados para o que se estava a cozinhar. E muitos trabalhadores também sabem que andam a trabalhar perto do alçapão há muito tempo.
Ninguém se mexeu.
E mexer-se era produzir um trabalho que ganhasse a simpatia e o total apoio dos telespectadores madeirenses, de modo que estes agora se levantassem a protestar contra as intenções de Passos-Relvas- Ponte-Jardim.
PP e PS desencadearam hoje acções tendentes a travar o processo de regionalização alaranjada em curso. Outros partidos, sem grandes razões para sustentar a luta, devem, apesar das suas justas queixas, combater pela existência de uma televisão e uma rádio públicas na Região - que por enquanto se chama autónoma e, portanto, apresenta necessidades de difusão televisiva subjacentes à sua idiossincrasia.
A situação é estonteante. Os directores da RTP-M pedem unidade aos trabalhadores, presume-se que para ficarem calados até à consumação do processo. Mas se Martim Santos tem lugar garantido no grupo Sousa caso seja demitido do cargo na televisão (desconhecemos a situação de Miguel Cunha), a esmagadora maioria dos profissionais do Centro dedicou a vida à carreira TV. São casos diferentes que não se resolvem à custa de unidade podre.
Não sabemos se os directores na reunião de hoje deram aos subordinados garantias de que estão livres de qualquer processo de despedimentos.
Mas se o próprio Alberto da Ponte não as deu!...
...Mas se Alberto João Jardim se acha com direito ao controlo político do centro e ameaçou com saneamentos!...
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