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quarta-feira, 14 de maio de 2014

INCÊNDIO MUNICIPAL


COITADO DO MUNÍCIPE,
O ÚLTIMO A SABER



Afinal, quando é que o presidente da Câmara faz o elementar: uma comunicação ao povo do Funchal para explicar a vergonha que vai naquela vereação Mudança?


A Câmara já está a arder? Mas há incêndio? O munícipe não sabe de nada. O presidente Cafôfo ainda não se dignou explicar aquela vergonha aos eleitores que o puseram lá


Ao fim de uma semana de espectáculo triste na Câmara da capital, os atónitos funchalenses continuam sem uma explicação do que está a acontecer.
Quando, ao segundo dia de ruptura, o presidente Cafôfo deveria ter enfrentado as câmaras de televisão para colocar os funchalenses ao corrente do que raio se passava naqueles Paços do Concelho, deixou-se correr tanto tempo e os munícipes continuam sem perceber os quês e os porquês da vergonha por episódios degradantes minuto a minuto.
Não esqueçamos que foi o eleitorado a escolher livremente os novos 'dirigentes' - passe o termo - da primeira edilidade da Madeira. Escassos 6 meses depois, recebem esta 'prenda'. O recado: vejam o que fizeram com o vosso inteligente voto.

Que não tenham ilusões os autarcas desta Câmara: os funchalenses estão envergonhados do 'bonito' serviço que os cavalheiros vêm apresentando sobretudo nos últimos dias.
Se não acreditam, reduzam os almoços conspirativos e as reuniões de 'coordenação' que combinam para se agredirem uns aos outros - e caminhem um pouco pelas ruas do Funchal.
Paulo Cafôfo não veio ainda explicar olhos nos olhos dos funchalenses os contornos dos desmandos vistos ultimamente; o ponto em que se encontra a Câmara; que cenários há no horizonte. Limitou-se a divulgar um comunicado com recados estranhos aos novos adversários internos e que deixou na mesma quem lê jornais. 
Os zunzuns dizem que, na origem do terramoto municipal, esteve a retirada de pelouros a Gil Canha. Porque os comerciantes ardiam de raiva contra o vereador. Acontece que os funchalenses votaram numa promessa de Mudança e fizeram-no sabendo que o PND integrava a coligação. Conhecendo também os temperamentos, o estilo e os ditames dos dirigentes da Nova Democracia.
Não houve rebelião popular quando a grelha da vereação escolhida por Cafôfo, julgamos, mostrou Gil Canha no urbanismo, fiscalização, mercados e feiras. O projecto prometera Mudança. Todos sabiam. 
Pois Mudança também é dizer aos munícipes que o sistema não deve ser os problemas serem resolvidos por jeitos ou vinganças dos senhores da câmara. Há regulamentos, planos e posturas que colocam os cidadãos todos em pé de igualdade.
Desautorizar uma vereação porque um sector circunscrito de cidadãos o exige não traz nada de positivo.
Não se trata aqui de tomar o partido do presidente ou do vereador. Trata-se de reflectir com a clarividência possível.
Gil Canha estranhou a ordem para largar fiscalização, mercados e feiras. Associou a ideia ao desejo de Cafôfo de o afastar relativamente de funções antes, quando das manifestações de trabalhadores da Quinta do Lorde - manifestações, mais do que manipuladas, desencadeadas pela entidade patronal Sousa. Pois se o caso nada tinha que ver com a câmara! - e que tivesse. Um líder deve defender a sua equipa em todas as circunstâncias. Quando achar necessário, toma então as medidas de fundo. De forma adulta.
Não era o caso. Inclusive, declarações do vereador que ficou agora sem pelouros levantaram suspeitas de que Paulo Cafôfo estaria envolvido com grupos económicos... 
O curioso da situação criada é que, de um momento a outro, Gil Canha pode ascender a presidente da Câmara. Basta Cafôfo, evidentemente impossibilitado de dar conta dos pelouros todos, optar pela sua demissão, o mesmo fazendo Filipa Jardim Fernandes, que já esteve mais longe dessa medida drástica.
Há coisas do arco da velha. Já repararam que, caindo a Câmara, Miguel Albuquerque poderia voltar a presidente, assim decidisse o Delfim PPD encabeçar uma lista de independentes? Alguém já pensou num acordo maquiavélico no obscuro edifício laranja, que, em caso de eleições intercalares, levasse à candidatura de Albuquerque na Câmara e de Jardim nas regionais de 2015, para garantir social-democracia por mais 20 ou 30 anos?
Em política não há impossíveis, mas este cenário é-o, é impossível, respiremos fundo.
Os autarcas desavindos bem podiam ainda ceder na teimosia. Organizarem-se com base num diálogo franco, humilde, responsável perante quem os elegeu. E aparecerem em público juntos, pedindo segunda oportunidade aos munícipes e garantindo coesão para o futuro. Com a promessa de que o projecto é de alcance longo e que ninguém torna a pô-lo em perigo. 
Da nossa parte, ainda acreditamos que o fulgor dos intervenientes operasse um milagre, em prol do Funchal. Não acreditamos é na humildade que os egos envolvidos não mostraram minimamente até agora. 
Estranho: se um sujeito se puser a pensar um bocado, aquilo não passa de uma guerra do alecrim e manjerona.  

O estado de coisas na Câmara dá para tudo.
Pode ser que o presidente desça à Terra e vista traje institucional para finalmente vir a público explicar o que se passa. Ao menos isso. Nem que seja para mostrar a sua sinceridade e confessar que a situação é insustentável.
Os funchalenses, caro Presidente, merecem esse gesto, que diabo.

10 comentários:

Anónimo disse...

Caro Calisto. O Miguel Albuquerque não se pode candidatar à Câmara do Funchal antes de 2017, não obstante o número de eleições intercalares que venham a existir. É o que diz a lei. O Presidente cessante tem de aguardar um exercio autárquico completo, 4 anos, até voltar a ser eligivel.

Anónimo disse...

Caro Calisto , a sua visão como era de esperar é descomprometida e ponderada, Cafofo pecou por antecipação , ou seja tinha prometido "encostar " Gil Canha , falhou foi no timing , o que nos deixa uma duvida , sera que em toda aquela campanha eleitoral da parte de Cafofo ouve alguma verdade.
Já agora fazia uma retificação , Miguel Albuquerque só se pode candidatar passados quatro anos , mas mesmo que a Lei o não impedisse a coerencia de quem defende a limitação de mandatos deve impedir

Anónimo disse...

«Resta aos restantes partidos darem a resposta adequada, assumirem uma coligação transparente e honesta, e ganharem com competência a Câmara do Funchal, libertando a capital madeirense destes jogos partidários, feitos de golpes baixos, que usam os funchalenses como joguetes». Bem dizia frei Cafofo, a 06/01/2013.

Anónimo disse...

E a novela continua, com o canastrão do actor principal a fazer das suas, cada vez mais sem "saída limpa" à vista. Temos pena...mas de facto a saída será tudo menos limpa..Adeus Cafofo...

Anónimo disse...

Calisto, por favor, leia o poema 'O Cometa' no facebook de Emanuel Bento, que parece ser dedicado ao presidente Cafofo. Perceberá o estado mental de quem governa a CMF. Perceberá ainda que a explicação para as atitudes do presidente da CMF é... a ausência total de explicação racional. Declamar poesia enquanto a cidade-capital vive uma crise destas... o mais parecido que me vem à memória é Nero a tocar a sua harpa com Roma a arder.

Anónimo disse...

Um líder deve defender a sua equipa `em todas as circunstâncias`. Quando achar necessário, toma então as medidas de fundo. DE `Forma adulta`. Só fata isso. um líder que seja chefe da sua equipa.

Anónimo disse...

Incêndio na CMF? Onde e quando? Não vi nada disso. Parece que há umas brigas nos veredorees... o que tem isso a ver com os bombeiros? Onde está o incêndio?

Luís Calisto disse...

Caros Leitores
Agradecemos muito a vossa atenção e colaboração na emenda do grosseiro erro que cometemos no post sobre o "regresso" de Albuquerque à Câmara.
Obrigado e contamos sempre com essa preciosa ajuda.
Já emendámos numa nota inserta na página principal.
Mais uma vez, obrigado.
LCalisto

Anónimo disse...

O "Xerife" agora tem todo o tempo do mundo para andar nos comentários...coitado...

Anónimo disse...

ao comentarista das 22:56
Obrigado pelo lembrete.
O peixe morre pela boca.
Esses safados passam o tempo todo a acusar os outros (seja lá quem for) dos seus próprios defeitos.
O bom julgador por si se julga, diz o povo na sua infinita sabedoria.
Até que enfim que esses araras ficaram COM A CARECA DE FORA lol (em bom português: escangalho-me a rir!)
E agora vamos às coisas sérias. Essa gajada sai pelas suas próprias patas, ou vai ser preciso corrê-los à pedrada?
E viva o glorioso.