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segunda-feira, 20 de abril de 2015

NOVO GOVERNO HOJE


UMAS CERTAS PARECENÇAS 
ENTRE O MAGREBE E AS ILHAS










...Mas o diabo seja surdo!



A tomada de posse do governo regional a realizar hoje faz-nos recordar o líder magrebino que se sagrou campeão da independência da Tunísia e depois se impôs como prolongado ditador do seu país. Com várias diferenças, entre elas esta, obviamente: com Habib Bourquiba entrou um caudilho; com Albuquerque, sai um caudilho.


Começamos por um quadro a óleo de Habib Bourquiba, que fotografaram no Palácio Presidencial de Tunes e enviaram para os Leitores do 'Fénix'. 


Albuquerque dá umas ideias ao carniceiro Habib Bourquiba, aqui no quadro, mas felizmente só no visual.

Para Bourquiba, tudo começou com o seu nascimento, em 1903. Cresceu 100 km a sul de Tunes e politizou-se durante os estudos universitários.

O futuro chefão de Tunes fotografado no tempo
em que devia integrar alguma jota lá do sítio.

Em Paris, formou-se em Direito e Ciência Política. Curioso.
O avô dele não se meteu em nenhuma revolta contra os colonialistas franceses, como o tenente Machado fez em 1931 contra os colonialistas portugueses. Mas Bourguiba resolveu essa grave lacuna curricular com vantagem, ao encabeçar ele próprio, naquele mesmo ano de 1931, um movimento de protesto que levou os esbirros franceses a mover-lhe uma espalhafatosa e mediática perseguição por incitamento à violência racial e independentista. Popularidade garantida.
O triunfo final - independência nacional - só vai acontecer em 1956 -, mas Bourquiba fica com tempo suficiente para fazer das suas ao povo trabalhador, que dominou com mão férrea e variadíssimos episódios de repressão sangrenta. Um rei de tabanca sempre atento e a eliminar devidamente os muitos biltres que lhe queriam espetar facas nas costas.

Como se vê na foto a seguir, pela forma de trajar, compreende-se que o acusassem de membro da maçonaria regular.




Nos seus tempos livres, o tirano adorava sornar num dos seus oásis do Magrebe, para tratar das rosas.




Na vida privada, o homem estava livre de brigas domésticas, dado que o país permite a qualquer homem viver tranquilamente com o seu harém.




No Verão, Bourguiba não perdoava também umas semanas algures no areal tunisino, embora sujeito à lei seca determinada pelo Islão. Sublimava o recalcamento alimentar substituindo a carne de porco pelo marisco.



Finalmente, Bourguiba foi deposto há meia dúzia de anos, por uns traidores armados em cuspideiras do prato onde comeram. Através de um truque bem articulado com o Sesaram lá da zona, os malandros deram como 'doente incapaz' o homem que galhardamente combateu o colonialismo. Lá subiu ao poder o oportunista Ben Ali. Estávamos em 1987.

Bourquiba ficou ali para um canto, a escrever as memórias e à espera que o convidassem para comentador de tv.



Ben Ali, todavia, não foi tão longe como o antecessor, apanhado pela 'Primavera Árabe' que se meteu em campo em 2011 para 'limpar' os ditadores de turbante - a começar logo pela Tunísia.


     
Não confundir, pois: desejamos bom trabalho, não a este, o Bourguiba sanguinário da Tunísia... 







...Mas a este, Miguel Albuquerque aqui abaixo, ilhéu, que é democrata e arranca hoje um mandato com tudo para ser amigo do povo.




2 comentários:

Anónimo disse...

Espero pela Primavera Madeirense para limpar este ditador com manias de monarca.

Toupeira Manhosa disse...

Por este andar você sr. Calisto ainda publica uma fotografia do dr. MA com Jesus Cristo na última ceia... Há coisas que nem se publica porque nem piada têm. Um abraço sr. Calisto