DEMITAM O GOVERNO, MAS NÃO MATEM OS GOVERNANTES
Veja-se o extremo a que se chegou: tem de ser a 'Fénix', que não é nem pouco mais ou menos ave que se cheire, a sair em defesa da integridade física dos nossos governantes regionais. Mas esta gente quer eliminar o chefe e seus capangas?!
Depois de devidamente abençoados pela Igreja e pela Casa Real de Bragança, os governantes insulares mereciam um início de semana mais descansado. |
Só de ver o agendamento de acções oficiais traçado para sua excelência e digníssimos secretários, qualquer madeirense, por mais ingrato que seja, sente vontade de pedir clemência para as vítimas de tal brutalidade.
Veja-se o caso de hoje. Os senhores assessores, ou sejam lá que forem os figurões encarregados da programação, esses cavalheiros sabem que é segunda-feira. Dia do mestre também para os engravatados do governo regional, que são de carne e osso como os restantes mortais. Dia em que, não vale a pena esconder, qualquer cidadão normal anda com uns restos de ressaca do fim-de-semana. Mais a mais os ditos governantes obrigados a percorrer a ilha desde a Ponta do Pargo ao Porto Moniz e à Ponta de São Lourenço, para presidirem a festas e romarias, exposições de fruta e de vinho, festivais de música, arraiais tradicionais com Espírito Santo, bandas de música e foguetório, tudo acontecimentos que puxam valente pinga e a que as autoridades não se negam para não ofenderem o povo do campo. Alías, ninguém é bicho e um copo de vinho não faz mal a ninguém.
Vejamos então o que os brutamontes dos assessores - ou quejandos - armaram para massacrar os governantes numa segunda-feira do mestre e com temperaturas que já se anunciavam insuportáveis.
Cunha e Silva e os delfins avós, de cabelos brancos
Depois da longa viagem a Santa Cruz, uma cerimónia ao sol de 30º! A Região precisa mesmo desta produtividade, mas há limites humanos. |
O vice-presidente foi chamado como convidado principal à sessão solene organizada para comemorar o dia do concelho de Santa Cruz. Pois, parece tarefa que não mata ninguém, mas lembremo-nos do tal calor a 30º deste maldito dia e da viagem por essa longa estrada cheia de viadutos e túneis a que obrigaram João Cunha e Silva, que também já não é nenhum pequeno. Está com bom aspecto, mas a idade passa por todos e lembramo-nos de que, há 18, 20 anos, o então rapaz se abespinhava quando antevíamos que ele seria delfim durante mais umas décadas e que, se chegasse 'lá', podia levar netos consigo para a Quinta das Angústias. Pois aí está o Dr. João, de cabelos brancos, filhos mais altos do que ele e ainda delfim adiado até ver - com o perigo de ser ultrapassado a poucos metros da meta (mas quando será isso!).
Pois Cunha e Silva foi hoje do Funchal a Santa Criz, ao calor, quando se sabe o que ele padece dentro do carro quando vai do gabinete da Avenida Zarco para o parlamento - trajecto que, por pirraça da Câmara de Albuquerque, o faz tornear o Teatro, descer até à Avenida do Mar, viajar até ao fundo, à Casa da Luz, contornar a estátua da Autonomia e finalmente estacionar ao pé do carro de Miguel Mendonça.
Uf!
Até o 'maçarico' Jaime Freitas sem mãos a medir
Não menos penoso foi o trabalho de hoje do secretário da Educação. Sem um cêntimo para brilhar, nem sequer junto dos clubes desportivos, Jaime Freitas viu-se obrigado a presidir ao encerramento do plano de educação rodoviária que dcorreu na Escola Ângelo Augusto da Silva.
Como se sabe, subir o íngreme Caminho do Comboio cansa, mesmo de carro.
E ficaram-se por aí os assessores, ao inventar punições a Jaime Freitas? Qual! O homem ainda teve de botar conferência de imprensa para apresentar o programa de comemorações do Dia da Região! Trabalho delicado. A oposição que ameaça boicotar as festas, com os deputados se calhar a deixarem a maioria a discursar sozinha, algum número inesperado a sair da cartola de José Manuel Coelho, para fazer arreliar o rei das Angústias, essas chatices todas.
É preciso não esquecer que esta maratona laboral foi impingida ao secretário da Educação depois da cansativa deslocação de ontem ao Porto Santo, a propósito do dia daquele concelho. O homem não é de ferro!
Manuel António: provar vinhos... numa segunda-feira!
Quem não se ficou a rir neste dia, em termos oficiais, foi o novo delfim do chefe, Manuel António Correia. Que lhe prepararam os burocratas da incrível agenda? Nada menos do que... umas provas de vinho no átrio do Municipal!
Percebe-se: depois de arraiais e foguetório por todo o lado, se não mesmo uns vinhaços na freguesia natal dos Canhas, em tempo de fim-de-semana, agora isto!
Bom, a história regional recente mostra que um líder com estômago forte ganha vantagem.
Tudo é relativo. Se os secretários apanharam o que apanharam, o chefe levou com mais! Depois de andar pelo Norte, este domingo, a pregar às trutas do Seixal porque o povo deixou-o sozinho no adro, o homem viu-se convocado, não para uma cerimónia qualquer na parte da manhã - era o que faltava! - mas para um compromisso à hora de almoço. Lá teve ele de se apresentar nas Angústias para receber um secretário de Estado do Ministério da Justiça.
E que tem isso de especial?
Tem de especial que se pode dizer, hoje por hoje, que almoços e jantares são os programas de longe mais arriscados que se podem armar ao rei lá de cima. O sal, a tentação de uns vinhos - branco e tinto, que não está tempo de perdoar nada -, sobremesas com toneladas de açúcar... Depois, aquela sesta nos aposentos das Angústias, com a barriga cheiíssima, perto de rebentar...
Como se sabe, dia 30 há jantar do 'João', com vinho a escorrer a rodos para empolgar o discurso, e em Julho a festa da Herdade, com 50 e tantas barraquinhas onde é preciso emborcar a especialidade da freguesia respectiva. Caramba, ninguém tem capacidades de camelo.
Assessores a soldo da maçonaria
Todas estas considerações para solicitarmos aos assessores oficiais: se estão metidos numa cabala para deitar abaixo a governação, pois demitam os homens. Não precisam de os eliminar com essas violências. Ou a maçonaria entrou na via do radicalismo?
É verdade que, nessa agenda, são tudo acções governativas reprodutivas, importantes para o nosso meio, mas que diabo, não exagerem.
O chefe e os outros vão morrer (esperamos que daqui a 100 anos) e o trabalho vai continuar aí.
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