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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Política das Angústias / SÁBADO



'ROMAGENS DA SAUDADE' MEXEM FIM-DE-SEMANA


Conselho regional PPD, o 'João faz anos' e Dia da Região: mofo irrespirável

O chefe sai do 'centro de dia' das Angústias para umas actividades já com cheiro a nostalgia.


A campanha eleitoral no seio do PPD aumenta de intensidade, desenhando-se os contornos de uma corrida mano-a-mano Jardim-Albuquerque. Daí sairá por certo a representação passadista laranja que enfrentará o projecto de futuro a lançar pela Oposição. Ao menos pela lógica.




Os anciães do PPD-Madeira acertaram para este fim-de-semana um programa tripartido de manifestações político-partidárias que se interligam entre elas e apontam a dois dos poucos objectivos ainda ao seu alcance.

As manifestações consistem, sábado, numa reunião do bafiento conselho regional e no tão propalado jantar dos 'anos do João'; domingo, na cerimónia alusiva ao Dia da Região.

Os dois objectivos ainda ao alcance da velhada social-democrata resumem-se ao matar de saudades de um tempo que se extinguiu e à desesperada demonstração de uma influência já inexistente.

O conselho regional, a reunir sábado pela manhã, destina-se a 'relembrar' aos conselheiros, escolhidos no congresso a dedo pelo chefe, que à noite se realiza o tal jantar e que muito convém participar na contagem de espingardas. Esse órgão, o conselho regional, existe para o chefe de quando em vez mandar aprovar mais umas guerras sem nexo, constantes de conclusões que leva previamente redigidas, contra algum adversário de momento daqueles que inventa para distrair.




Chefe até explora situação de rivais divorciados

De resto, esse conselho merece tão pouco respeito que o seu próprio presidente, João Cunha e Silva, faltou já não sabemos a quantas reuniões.
Numa edição recente, chefe Alberto João, depois de arrasar com a  sua incorrigível linguagem escatológica todos os terráqueos que não estavam presentes, desceu ao ponto de dar a palavra a uma antiga vereadora socialista só para, ao que imaginava, melindrar o rival interno Miguel Albuquerque, de quem a dita ex-vereadora se divorciara. Obviamente, grande chefe prometeu à ex-vereadora inclusão na lista social-democrata que concorrerá nas próximas autárquicas à Câmara do Funchal.
Ao que nos garantiram, Albuquerque encontrava-se na sala.
Um número de teatro de revista muito comentado pelos conselheiros - em privadíssimo e muitos dias depois do sucedido, está bom de ver.

O 'doutor' laranja debate-se contra o imparável calendário da vida e a incompetência pessoal na sua luta inglória para continuar alapado ao poder. E aproveitará essa que será uma das suas derradeiras presenças em conselho regional para escaldar os ânimos, em jeito de preparação para o jantar do 'João', à noite. 
Ultimamente sequestrado no 'centro de dia das Angústias', por falta de algo para fazer quando não passeia pela terra do Pai Natal e pela Ucrânia, o homem dispôs de tempo bastante para planear a táctica com que exasperar os ânimos dos seus correligionários da 'brigada do reumático'.
Só que a situação mudou 180.º desde a época do PREC e nem os companheiros dos tempos de juventude revelam hoje paciência para suportar as puerilidades imutáveis do antigo fenómeno da direita insular.



Militantes do PP no jantar do 'João'

O rei das Angústias costuma desvalorizar as afluências aos jantares de Albuquerque garantindo que os convivas não são militantes do PPD, mas do PP. 
Inversamente, não confessa que o jantar separatista-laranja do 'Lagar' também pesca noutras águas. Que se saiba, o capitão João Machado é militante do CDS-PP e não só vai lá estar como andou a vender bilhetes para o evento, embora sem grande entusiasmo (azar seu pertencer à divertida F(l)ama).

E sabemos de cidadãos 'civis' que adquiriram bilhete - comprado ou oferecido - para satisfazerem uma curiosidade: em que resultará desta vez isso do 'João faz anos'?, já que durante o PREC significou rebentamento de uma poderosa bomba nas instalações da Emissora Nacional (actual RDP) à Rua dos Netos.

Esta jantarada regional, evidentemente regada com muito vinho para galvanizar a espetada e os bifes de atum com milho frito, faz lembrar uma festarola das que outrora as empresas organizavam à despedida dos funcionários que atingiam o final de carreira. Era uma jornada com discursos a puxar à nostalgia, sessões do 'perdoa-me', entrega de lembranças e abraços inundados de lágrimas.
O caso do 'João' apresenta porém uma particularidade embaraçosa: os que se sentem apanhados fora do prazo de validade são velhos rabugentos, teimosos, respingões, que à viva força querem continuar a se exibir nos media e nos adros, dizendo que sem eles o futuro será o caos - apesar de inadaptados de todo às tecnologias do futuro.
(A propósito, dizem que o Alberto nem ligar um computador sabe!)



Quem vai, quem não vai e quem nem uma coisa nem outra

Admitimos que Virgílio Pereira, Luís Dantas, algum antigo secretário e outros com tantos anos de história nesta parvónia lado a lado com o chefe, para o bem e para o mal, admitimos que percam a telenovela de sábado e vão até Câmara de Lobos proporcionar um pouco de  ânimo ao velho. Mas mais para descargo de consciência do que por respeito ou solidariedade com as loucas posições que ele exibe hoje em dia e que eles criticam abertamente, diante seja de quem for.

Entre os mais novos, estamos certos de que um Coito Pita, um Tranquada Gomes, um Filipe Ramos, mais uns deputados e autarcas do laranjal, aparecerão àquele frete, para não furarem o capricho do ancião. Eles devem ao chefe o partido vitorioso (Deus sabe como...) que lhes deu lugares públicos importantes como suporte remuneratório e, no caso de muitos deles, como base para aplicações extra-política.
Miguel de Sousa, primeiro delfim que, por isso mesmo, pouco tempo mais ficou no governo, não comparecerá com uma prenda para o 'João'? Apostamos que vai. E Paulo Fontes? Que moral tem para faltar? Rui Fontes ainda menos moral tem para não ir abraçar o velho chefe, mas conta sempre com a questão mal resolvida dos revoltosos verde-rubros e por isso é poupado a meia dúzia de verdades, mesmo não pondo lá os pés.
Mais depressa João Cunha e Silva se consegue safar daquilo. O chefe sabe-o sem paciência para andar aos repelões no meio daquelas bebedeiras, sabe-o avesso a contactos indesejáveis, e então o vice aproveita o 'cartaz' que tem junto do chefe para se 'baldar' ao  serviço.
...E Manuel António aproveitará para mostrar trabalho 'a solo' ali junto do chefe. Se, por acaso, rei das Angústias se cortar à última hora, na corrida interna, recuando perante um eventual crescendo de Albuquerque, o homem do Ambiente dirá presente.


Saudosistas do jardinimso perdido

Mais do que natural é a comparência de uns saudosistas do jardinismo perdido, como Bragança, Machadinho, Almeida, quem sabe se Candelária, Neto, Gil e outros. Esses podem aproveitar para se massacrar a si próprios umas horas naquele ambiente de adega com mofo mental. Pois se resistiram uma vida inteira!

E até comparecerão representantes do batalhão daqueles bróteos e robóticos bonifrates que noutros ontens erraram por essas freguesias dentro com o fim de manter as hostes campónias tementes ao chefe do governo e da Igreja, o sr. Alberto João. Mesmo retirados do activo, sabem que só conseguiram meter os filhos a trabalhar no governo porque o sr. presidente sabe recompensar quem trabalha 'pela Madeira'. Mas também não lhes convém andar para lá aos saltos, na peixeirada separatista, sobretudo quando mandarem cantar o hino da Flama e o do PPD. A televisão pode aparecer com imagens comprometedoras e depois os fulanos do Miguel Albuquerque, se um dia tomam conta disto, ainda 'fazem a folha' aos pequenos dos bonifrates actualmente funcionários do governo de sua excelência.

Gabriel Drumond e Jaime, pois claro!

Obviamente, Gabriel Drumond, que no fundo percebe o papel ridículo de que o chefe o incumbiu, mas que tanto lhe agrada, não pode senão marcar presença na 'festa' e até discursar, como presidente da risível F(l)ama.
E Jaime Ramos não pode faltar. Ele começou a carreira ao lado de Jardim e, embora tenha afirmado o contrário, não arrumará as botas tão cedo como o velho companheiro, porque há muitos interesses no ar. Então, vá lá mostrar apoio ao velhote. Nunca se sabe se o moribundo não arrebita de repente...

Não. Ninguém duvida: a jornada marcada para o 'Lagar' resume-se a uma birra do velhote na fantasiosa ideia de que, levando gente atrás de si a um comício pretensamente misterioso, tanto falaria contra Lisboa, tanto mal diria dos 'cubanos', que abafaria o ruído à volta do desafio que internamente lhe fez o atrevido presidente da Câmara do Funchal.

O homem receberá umas palmadinhas nas costas que, com o correr do vinho de rolha, lhe aquecerão mais o lombo. Julgará, na cegueira de quem se agarrou à rocha como craca, estar a receber os efeitos de uma vaga de fundo para o relançar no poder.
Desvairado e delirante, tropegará os degraus do palanque na gibosidade própria de um 'João' que festeja tão provecto aniversário, pronto para berrar o recorrente e ditirâmbico improviso.

Colecção de ofensas para o discurso avinagrado

Como nutrida fuzilaria, ele jorrará reles ofensas e enxovalhos a todos os que por azar lhe vierem à ideia. Desgrenhado e de olhar coriscante, faces rosadas dos aperitivos, papada tremulante com os despejos arrancados à fornalha dos bofes, palavras cuspidas para o mundo, ele chamará ladrões a Passos Coelho, Vítor Gaspar e Paulo Portas. 'Madeira velha' e retrógrado a José Manuel Rodrigues. Fascistas a Gil Canha, Eduardo Welsh e Coelho. Pereirinha a Carlos Pereira. Actor de revista de cabeleireiro a Miguel Albuquerque. Vendidos aos restantes vereadores da Câmara do Funchal, exceptuando Bruno Pereira. Maricas aos políticos de Lisboa que não lhe ligam nenhuma. Exóticos aos que já lhe invadiram o campo sentimental. Bastardos aos jornalistas. Sovaqueiras às jornalistas. Porcos aos elementos das redacções que não lhe aparam as tentativas de interferância. Incultos a quem não percebe que a verdade é ele. 'Patas rapadas' a quem não vota PPD, ou seja, à maioria dos madeirenses. Psicopatas aos esquerdistas. Perturbados mentais aos que o acham um tonto e uma fantasia. Traumatizados de infância aos que nele descobriram o ciclope brutalhão em terra de cegos.

...E é capaz, no meio da peroração avinagrada, de se auto-denominar 'doutor', o que é falso, já que não chegou a fazer estágio e portanto não pode exercer como advogado, ele não passa de um licenciado em direito.

Evidentemente que, depois de a montanha ter parido um rato, todos os comensais voltarão às suas casas carregando mais um 'flop' à Jardim, porém aliviados por sentirem que não serão tão cedo chamados a uma estopada do género. 


Grito do Ipiranga em S. Vicente... pela voz de 'forasteiros'

Finalmente, a 'romagem da saudade' a São Vicente, domingo, Dia da Região. Cerimónia nos Juncos, numa tenda, como nas guerras. Um grito de autonomismo, afinado pela data que se comemora.
Usarão da palavra três figurinhas características da Madeira nova que o 'outro' criou. Mesmo a vedeta que vem do continente 'botar faladura' na cerimónia.

O que não cantará o processo autonómico aquele presidente da câmara Romeira, que nem é madeirense!
Que mais autonomia não reivindicará o constitucionalista Bacelar, que nem é de cá!
- E tanto se nos dá que Romeira, Bacelar e quem quer que seja hajam nascido na Ponta do Pargo como em S. Brás de Alportel. Se o referimos é porque o chefe da tabanca faz questão de chamar 'forasteiros' a quem não nasceu na Madeira e por acaso não gosta de ditaduras.

Mas... Que novas liberdades não exigirá também do Estado Miguel Mendonça, para glória do povo trabalhador insular, de quem o 'engomadinho' presidente do parlamento não se aproxima normalmente por causa dos odores!

Só esperamos que marquem presença nestas comemorações as figuras do bispo e do representante, para o toque medieval e provinciano difundir mais magia.



Romagem da saudade, daqui a uns anos

Enfim, deixai os anciãos fazerem as despedidas à sua maneira. Dentro de sete ou oito anos, se Deus lhes der vida e saúde, como costuma dizer o velhote das Angústias, talvez eles se metam numa carrinha e vão todos juntos, do Lazareto até ao Norte, numa 'romagem da saudade'. No meio de uma merenda sem sal nem açúcares, contarão uns aos outros o tanto que fizeram pela Madeira e que os vendidos que os substituíram deitaram abaixo para construir uma Região de raiz.

Não, é impossível.
Remontar os cacos em que o jardinismo deixa a Madeira levará 50 anos.
Ou mais. Basta o povo continuar a votar no passado, Jardim, contra o futuro, representado pela sucessão interna, seja ela qual for, e pela oposição madeirense.

  




2 comentários:

jorge figueira disse...

Águas passadas não movem moinhos...O recurso ao passado tem razão de ser se, pragmaticamente,não quisermos cometer os mesmos erros. Hoje ninguém embarcará nas aventuras separatistas do Napoleão Couceiro (assim era conhecido Paiva Couceiro nas incursões monárquicas de 1912/13)de 1975; António Spínola de sua graça, após o 11MAR75. Sem esse suporte bem podem bradar aos céus que ninguém os ouvirá.

Luís Calisto disse...

Ou, por outras palavras, letras vencidas.