Desprezo do 'doutor' das Angústias pelo povo que o elegeu dá que falar.

Com a devida vénia ao 'Público' e as felicitaçõe ao jornalista pela qualidade e oportunidade mais uma vez demonstradas, reproduzimos a seguinte peça que aquele prestigiado jornal traz na edição deste sábado:

JARDIM EM EXECUTIVA EVITA 'PATAS RAPADAS'

Depois de entregar o parecer da Conta da Madeira, em que critica a sua má gestão dos dinheiros públicos e considera acto consciente e voluntário” a ocultação de dívidas, o presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d'Oliveira Martins, regressou a Lisboa, com bilhete de tarifa económica.
No mesmo voo da TAP, mas em classe executiva, viajou o presidente do governo regional, Alberto João Jardim, responsável político pelo descalabro financeiro da região e pelo consequente programa de austeridade que obriga os madeirenses a redobrados sacrifícios relativamente aos concidadãos continentais e açorianos.
Mesmo que viaje gratuitamente na companhia de bandeira nacional, o governante madeirense continua a não dar sinal de solidariedade com os que faz apertar o cinto, nem com o primeiro-ministro e líder do seu partido, que recomendou aos membros do governo a utilização da classe económica nos voos para a Europa, abdicando das mordomias da executiva num país que vive em apertada “económica”, com salários mais baixos e impostos mais altos.
Não foi, certamente, para evitar encontrar-se com o presidente do TC a bordo que Jardim viajou em executiva, em mais uma das suas “secretas” viagens para fora do arquipélago. Mas poupou-se a ser confrontado com protestos, cada vez mais assumidos, de seus eleitores e credores. Por exemplo, na segunda-feira, vaiado por populares numa inauguração na Ribeira Brava, onde os bombeiros locais reclamaram uma dívida de cinco milhões, Jardim zurziu, com ameaçador dedo indicador em riste: "Eu não falo com patas rapadas. Um doutor não fala com patas rapadas".
Em executiva, Jardim viaja mais tranquilo, sem os “patas rapadas” que o elegeram…

Tolentino de Nóbrega

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Como se conclui da peça do nosso colega Tolentino de Nóbrega, o licenciado em Direito Jardim só toma os seus copos de vinho com o povo, o que dá saúde, quando cheira a votos. No mais, é charuto e uísque. E... 'vade retro patas rapadas!'

Depois de mais umas inaugurações de veredas e de pontes pagas pelos outros, depois de mais umas visitas a lagoas para rega sem água, depois de umas lições a pequenos sobre 'gajos' que dão  facadas nas costas e depois de repetitivas discursatas em cerimónias organizadas por tudo e por nada, o chefe zarpou rumo a Bruxelas. Para bem longe dos 'patas rapadas'. Lá foi ele em executiva, para um hotel de 5 estrelas, onde pode repousar bem aconchegadinho, comer e beber à belga e à francesa. E faz ele  muito bem, que os 'patas rapadas' pagam. É o que se leva desta vida!