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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Futebol


República Checa - Portugal

19h45



  


Após o brilharete diante da perplexa selecção holandesa, mister Paulo Bento reassumiu a pose arrogante que tomou conta dele à partida para o Europeu. A conferência de imprena da véspera do jogo mostrou um seleccionador prepotente que sabe tudo, que é dono da Selecção e que faz dela o que quiser.
Se der para o torto, dá a entender, assume a responsabilidade.
Bolas, que responsabilidade? Parte é para outra com os bolsos cheios, que o mal dele é batatas.E entretanto Portugal soma novo desaire aos muitos do seu historial.


Cristiano Ronaldo na primeira parte do jogo
Queremos esta imagem repetida logo à noite as vezes que forem precisas.


Desde os tempos de Eusébio que somos os melhores do mundo, é ou não é, Paulo Bento?
Gerações de ouro umas a seguir às outras. A do sr. Eusébio, com aquele brilharete em 1966, na Inglaterra, com José Pereira, Morais, Alexandre Baptista, José Carlos, Hilário (o melhor defesa esquerdo desse mundial), Jaime Graça, Coluna, José Augusto, Torres, o dito Eusébio (melhor marcador no mesmo campeonato mundial) e Simões. E... 3.º lugar, aliás brilhante.
Depois, a geração de ouro de Chalana, Jordão, Sousa, a tal que só foi eliminada pela França de Platini. Seguiu-se a de Figo, João Pinto, Rui Costa e por aí fora.
Sempre os melhores do mundo. E nunca ganhámos nada. Promessas, um lampejo aqui, uma barracada ali... e casa com eles.

Nessa alturas, como Paulo Bento se deve lembrar, jogadores e técnicos também se deixaram invadir por uma vaidade afinal sem justificação. Jogávamos, jogávamos, a nossa imprensa dizia que éramos os melhores do mundo e arredores... mas ganhar um título que fosse, nada!
...E ao nível de clubes temos campeões europeus e até campeões de mundo.

Curioso!

Paulo Bento - como antecessores, outrora - entende que não se pode 'dizer mal' da Selecção. Façam a miséria que fizerem, jornalistas e adeptos só têm de elogiar. A Selecção é dele e, se não dermos razão às asneiras que faz, é porque estamos com o cachecol adversário, a torcer pela derrota de Portugal!
Ora, não fosse dia de jogo decisico e mandávamos vossa excelência passear para longe.
Fartos de ouvir dizer que quem critica certa personagem aqui da ilha está a prejudicar a Madeira estamos nós.


Criticaremos sempre, positiva ou negativamente

Todos queremos que Portugal vença e chegue a Campeão do Mundo, obviamente. Por isso é que não lhe aparamos as imbecilidades. Porte-se e deixe-se de formar a linha segundo a sua teimosia, isto é, fulano é o melhor, mas como os críticos dizem isso, então fulano vai para o banco e meto outro, só para não dizerem que me influenciam.

Claro que vamos criticar sempre que o momento o exigir - e criticar sempre construtivamente, quer com apreciações positivas quer com apreciações negativas.

O seleccionador e os jogadores só têm de dar o seu melhor. Fazer fretes é lá onde quiserem, deixem outros vestirem a camisola das Quinas. E isto é válido para um jogador que tanto defendemos quando é caso disso, Cristiano Ronaldo.

O dia não é propício a este tipo de elucubrações, mas Paulo Bento fez questão de agitar águas passadas.

Finalmente, há dez milhões em Portugal e vários outros milhões pelo mundo a puxar pela nossa Selecção. Que Paulo Bento faça um 'onze' com os melhores e com os que estão empenhados no projecto.
Se todos se aplicarem, cá estaremos com aquele abraço no final do jogo, independentemente do resultado.
Temos todos o mesmo elevadíssimo grau de portuguesismo.

Vá lá para dentro de campo, rapaziada verde-encarnada, com aquele ânimo da fiel ala dos namorados, e toca a mandar para casa os checos que um dia nos tramaram com um chapéu de Poborsky. 


Nota - Só de raspão, recordemos o tal chapéu de Poborsky no Europeu de 1996, para uma observação necessária. É que ninguém refere o papel do guarda-redes Vítor Baía nesse lance que nos mandou para casa. É do ABC que, enquanto há defesas junto do avançado que tem a bola, o guarda-redes não sai da baliza, para não abrir uma linha perigosa ao adversário. Pois Poborsky tinha, não um, mas vários defesas no encalço. Havia um a chegar pela frente. Logo, teria de rematar à entrada da área, se quisesse tentar o golo. Mais difícil com o keeper entre os postes. Hesitante sobre a solução para fugir ao cerco, deu com Baía adiantado e...

Não é lembrar finados, mas importa aprender com os erros do passado.



3 comentários:

Rocha disse...

Caro Calisto,

como da outra vez deu sorte, cá estou eu novamente para um pequeno apontamento pessoal sobre o jogo de hoje.

Que dizer de um condutor de homens, representando um país que depois de um bom jogo e uma excelente vitória, a meio de uma prova importantissima, em vez de apresentar um discurso de união e de tentar cativar os mais cépticos, começa a "cantar de galo" e a atacar aqueles que não concordaram com a atitude apresentada durante o estágio e os primeiros dois jogos?

De repente descobrimos que em Portugal não podemos criticar a seleção de futebol, é crime de lesa pátria. Podemos fugir aos impostos, não cumprir com as leis, não ter um pingo de civismo,que não há problema, agora criticar a atitude da seleção de futebol é que não.

Penso que a Rep. Checa será um adversário mais dificil do que a Holanda, pois neste momento é mais equipa e não nos vai dar tantos espaços, mas com um Ronaldo concentrado, um Nani incesivo, um Pepe intransponivel e um Moutinho cirurgico as coisas podem-se tornar bem mais faceis.

Tenho fé e acredito que hoje teremos mais uma grande alegria.

Anónimo disse...

Corrija por favor essa contagem: eu não vi nem tenciono ver qualquer jogo da seleção.
Considero-me o único cidadão não alucinado deste País.

Luís Calisto disse...

Pois, caro Rocha, Paulo Bento consegue confundir a lógica mais comezinha.
Gosta de manter o estado dialéctico, o que até nem é mau, mas quando não estão em jogo interesses gerais. Género 'se não há problemas, arranjam-se'.

No fundo, concordo com o sr. comentador anónimo que consegue escapar à alucinação nacional. Valha-nos que, entre os 10 milhões, há uns alucinados conscientes - espero que seja o nosso caso.
É preciso andar anestesiado com a situação nacional e sobretudo regional. Assim, quando há futebol deste gabarito, não preciso de 'tomar uns copos'...