RASPANETE DA HISTÓRIA PARA MENDONÇA INDEPENDENTISTA
Ainda agora visitámos, carregando no '2', o canal regional de TV onde corre uma entrevista com Miguel Mendonça.
Ainda ouvimos duas coisas:
1.ª - O actual presidente do Parlamento a justificar o seu apoio à recandidatura de chefe Jardim na luta pela liderança do PPD. O homem invocou a circunstância de ter acompanhado a mudança da Madeira Velha para a Madeira Nova, desde os primórdios do processo, lado a lado com a figura que diz apoiar agora.
Não explicou aos telespectadores mais novos que, nesses primórdios, acompanhou os alvores da Madeira Nova desde o seu assento na bancada parlamentar socialista, onde se acomodava como deputado PS independente, em oposição directa ao seu apreciado político de hoje.
2.ª - O entrevistado da RTP-M disse também bem alto - sem receio de escandalizar a opinião pública, como vincou - que se sente cada vez mais madeirense, embora com filhos e netos a viver no Continente.
- Que quer isso dizer? - perguntou evidentemente o entrevistador, Virgílio Nóbrega.
O dr. Mendonça não se acanhou: vestiu a camisola regionalista azul-amarela para defender um referendo à questão da Autonomia e nem pôs de parte a independência.
Tratando-se da primeira figura da governança madeirense, achámos por bem vasculhar o que já se disse sobre o assunto, a ver se livramos o presidente adjunto do grupo parlamentar de Jaime Ramos, se for o caso, de ser condenado com agravamento por alta traição à Pátria... portuguesa.
Assim, à pressa e atabalhoadamente, fomos desencantar na bagunça do nosso arquivo pessoal os seguintes nacos de prosa, que, azar do dr. Zé Miguel, lhe passam um raspanete de lavar o coiro com vinagre, salvo seja.
Vejamos:
"Há equívocos que convém desfazer até para evitar interpretações descabidas. Correm para aí boatos sobre a 'independência' da Madeira e até se esgrime com o nome de pessoas.
(...)
Tentar separar a Madeira do todo nacional, para além do ridículo, constitui uma machadada grave na consciência do País. E significa abandonar esta minúscula porção de terra a ambições vorazes e estranhas, das quais não nos saberíamos nem nos poderíamos defender.
(...)
De resto, se alguém fala en 'autonomia' ou infantilmente em 'independência', apenas no interesse de com egoísmo prolongar situações injustas de domínio pessoal ou de classe, a esses há que criticar veementemente."
- Alberto João Jardim, 'Tribuna Livre', 30 de Outubro de... 1974
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