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sábado, 13 de outubro de 2012

Política das Angústias / SÁBADO



 
GERONTOCRATAS CONTROLAM ELEIÇÕES NO PPD COM 'APITO DOURADO'


O pânico ante a perda de poder e tachos levou a gerontocracia regional a um esquema pleno de minas, armadilhas, alçapões e descarado controlo da arbitragem: se chefe Jardim conseguir fabricar o golo, Jaime, Virgílio, Mendonça e Guilherme correm delirantes para abraçar o árbitro





Gerontocratas do laranjal: esta Região é para velhos




Espalhafatam sem descanso as eleições marcadas apropriadamente para 2 de Novembro, 'Dia dos Fiéis Defuntos". Ou "dos Fiéis e dos Infiéis Defuntos', tratando-se daquele ninho de víboras na Rua dos Netos.
Se o ambiente no Funchal abrasava nos últimos dias, mais inflamado ficou depois do regresso do 'outro'  à reserva tribal, concluído mais um roteiro de turismo político pela Europa. 
 
O PPD navega à deriva, com rombos por todos os lados. No meio do naufrágio, comandante das Angústias acusa o seu adversário Albuquerque de tentar rebentar o partido por dentro. Ninguém sabe o que o homem lá vê ainda por rebentar.
A 'brigada do reumático' jardineira, copiada a papel químico do regime salazarista, representa no teatro da política tribal, por estes dias, um papel que inspira certa comiseração.
Assistimos a uns nacos da entrevista de Miguel Mendonça na RTP-Madeira, que os incêndios de Julho fizeram adiar. Mais valia terem ignorado tal compromisso e porem um filme no ar.
 
 
Gerontes fora de prazo 
 
Aquele discurso, representando a brigada do Restelo, condiz com a validade fora de prazo dos anciãos jardineiristas. Os indisfarçáveis achaques da velhice. As queixas de tudo e de todos, como as velhas avós quando se encontram, a lastimar-se "ai as minhas costas", "já não suporto a pontada neste lado".
Ao dr. Zé Miguel deu-lhe para se queixar dos rapazelhos que resolveram mandar os gerontes para casa. Nas palavras do entrevistado, qualquer sociedade precisa dos velhos, para fazer média com os novos na governança.
Pois, dr. Miguel, não foi isso que o seu chefe pensou nos idos de 70. Assim que o homem, com pouco mais de 30 anos, se viu com o leme da barqueta nas mãos, tratou de chutar para longe a velhice e rodear-se de gente nova, sem a menor experiência, porque daí, até ver, não surgiriam sombras ao poder que conseguisse chamar a si.
Quem não se lembra dos 'bebés Nestlé' Miguel de Sousa, Rui Fontes e Brazão de Castro, com vinte e poucos cada um, que sua excelência o chefe meteu no seu governo de 1980? Governo de que aliás o caro Dr. Miguel Mendonça fez parte, com outros igualmente um pouco mais velhos do que aqueles, mas ainda bem parecidos. 
Nessa altura, os ressabiados não eram os novos. Eram os mais velhos - alguns com provas dadas em S. Bento -, com quem chefe espertalhão arranjou maneira de conflituar para os pôr a mexer, a eles e à sombra que faziam.
Dr. Mendonça queixava-se ao jornalista Virgílio Nóbrega para os telespectadores ouvirem e condenarem Miguel Albuquerque: vejam como andam a maltratar quem é velho!
Mas então, Doutor! Esta Região é para velhos, ao contrário do filme: teia de conselheiros técnicos para confortar quadros retirados; lugares bem pagos entregues a reformados quando a juventude licenciada vagueia desesperadamente em busca de colocação até ao dia de emigrar!
Não é um Lazareto dourado?
 
 
Interesse do partido e interesse pessoal: grosseiro pleonasmo
 
Nos anos 70 e 80, velhos em casa, novos na Madeira Nova. Em 2012, velhos na Madeira Nova, jovens para o estrangeiro. Repare que os novos de outrora são os velhos de agora. Sempre os mesmos.
Veja-se o caso do próprio Dr. Mendonça. Com todo o respeito, gostaríamos de vê-lo já recatado, a escrever as memórias, que para redigir tem jeito o Doutor, ao contrário de seu patrão. Preferíamos isso a ter de assistir a cenas para as quais o Doutor não tem hoje a resistência de outrora, cercado no Parlamento pelas espingardas de Jaime Ramos, por um lado, e pelas afiadas lanças da oposição, por outro. 
 
De olhar mártir, Dr. Mendonça dizia na televisão que apoia Jardim em nome do interesse do seu partido (atenção que não há amor como o primeiro e a sua primeira aventura não foi na Rua dos Netos). Ora, sabemos que não é pelo interesse do partido que o faz, Doutor. É pelo seu próprio interesse. Só a vitória de Jardim mantém a gerontocracia nesta terra, o tal regime de velhos. 
O Dr. Mendonça acredita no ódio de Jardim à plutocracia? Combater os ricos, ele que tem governado para os criar do nada - evidentemente à custa do aumento do número de pobres!
 
 
O tempo não existe
 
Dizia também todo queixoso o nosso ancião Amigo que este não era o momento de alguém no PPD avançar com uma lista para combater chefe Jardim. Aí tem razão. Nem este nem outro momento qualquer.
 
Só para recordar:
O seu chefe mandou o Eng.º Ornelas Camacho para a frente do governo regional, em 1976, a ver no que a situação iria dar. O espantalho comunista, agitado pelo matreiro Jardim, mostrou-se do mais eficaz junto da população, com as vantagens conhecidas para o PPD. Percebendo que os ventos sorriam, juntou-se a Jaime para o golpe de estado. O Eng.º Ornelas Camacho, cobaia dos mercenários, foi cruelmente atirado para secretário regional, portanto subalterno do seu sucessor, o inevitável Jardim. Mas, para acabar com bruxas de uma vez, despromoveram o Eng.º Ornelas ainda mais para baixo, até director regional do saneamenro básico, e até hoje.
Ora, em 1980 o governo PPD acabava mandato com o novo chefe no poleiro havia dois anos apenas. Era momento para alguém lhe disputar a liderança? Claro que não. Chefe recandidata-se, mas avisa: é só este mandato, saio em 1984 porque preciso de tratar da minha carreira profissional.
Chega-se a 1983. O homem apercebe-se, pelas eleições entretanto realizadas, que o povo está rendido ao vinho americano, espetada, semilha com casca, maçarocas, caminho novo, luzinha e água no lugarejo. Que há-de pensar? Os cubanos, traumatizados pela história do separatismo e da independência, mandam dinheiro a rodos para eu fazer inaugurações e festas. As negociações com a CEE devem dar certo e terei mais dinheiro dado para brilhar. E eu, armado em anjola, vou justamente agora largar a cadeira? 
O homem recua no anúncio feito de indicar um vice que lhe pudesse suceder na governança. "Isso não seria muito ortodoxo nem muito ético num sistema democrático, e acentuaria, por um lado, o carácter paternalista sobre o partido aqui na Madeira" - começou chefão a trabalhar a opinião pública.
 
 
Quando um congresso tem justa razão de ser...
 
Lembrou-se então de fazer um congresso, para que fossem os militantes a tratar da questão do sucessor. Lá se marcou o IV Congresso do PPD-M para Novembro de 1983. Jardim estava disposto a ir embora, mas era sua obrigação avisar os companheiros de que os quatro anos seguintes seriam muito difíceis para os madeirenses. E pedia para não o acusarem de partir precisamente quando a situação escurecia...
O momento a puxar ao dramático seria o ideal para alguém se assumir, género "não senhor, o senhor já fez o que tinha a fazer, eu vou candidatar-me à liderança..."
Quem estaria interessado em ser corrido do congresso ao pontapé no traseiro?
 
Chefe lá ficou, mas com solene aviso: em 1988 sairia de vez, talvez para o Continente - fosse para seguir a carreira política, fosse para outra carreira qualquer.
Mais quatro anos de alcatrão, espetada, arraiais, mais empregos na função pública, subsídios a rodos para quem não tresandasse a oposição, cimeiras com os açorianos de Mota Amaral, inaugurações, viagens... E, ainda assim, com o aproximar do termo do mandato - 1988 -, chefe a concluir que as coisas ameaçavam complicar-se nos quatro anos seguintes. Então, patrioticamente e por amor ao partido, aceitou sacrificar-se mais quatro anos. Voltar as costas quando a Madeira corre perigo? Nunca!


Perante o dramático apelo em 1988, não seria esse o tempo certo para alguém disputar a liderança ao chefe. Nunca é.


Lembra-se dessa época, Dr. Zé Miguel? Alguma vez era o tempo certo para alguém pedir congresso e disputar a liderança?
"Ajudei. Ajude-me" - dizia o slogan de campanha. E mais quatro anos de jardineirismo, que remédio!
 
Para experimentar as hostes, logo no congresso de 1989, chefe anunciou quem queria para sucessor. Tratava-se de Miguel de Sousa, então vice do governo e já com experiência governativa, além dos contactos com Bruxelas, de vital importância à época. Como reagiu o congresso a esse palpite? O Casino aplaudiu a ideia vibrantemente, de pé.
Escusado será lembrar qual foi o futuro de Miguel de Sousa, às mãos do próprio Jardim e de Jaime Ramos - Jaime, o único congressista que ficou sentado na febril aclamação ao 'sucessor'.
Terminado esse mandato, em 1992, terminava também a carreira de Miguel de Sousa como governante.
E, com a promessa de que seriam mesmo os últimos 4 anos, avançou de novo o chefe em 1992.
 
 
Lérias e cantigas
 
Com aqueles 'avisos à navegação', alguém se atreveria com uma proposta para disputar a chefia da Rua dos Netos no percurso até 1996 - as eleições regionais seguintes?
Por que não, se o chefe completaria em 1996 nada menos de 18 intensos anos de presidente e prometera solenemente ser esse o derradeiro mandato?!
Para mais, em Abril de 1994 o chefe garantia numa entrevista que, se Deus lhe desse vida e saúde, ficaria mais dois anos no Palácio, para finalizar o mandato. E adeus.
Lérias, Dr. Miguel. Cantigas.   
Porque, com o aproximar da presumível despedida de 1996, o homem desatou aos soluços. Que, pela obra feita (geradora de uma estonteante dívida que o ingénuo Guterres safaria), achava-se merecedor de mais quatro anos a mandar. E daí não saía.
Mesmo para ganhar as eleições regionais... Aqueles comícios! Palhaços, trapézio, elefantes... Madeirenses, dai-me só mais um mandato! Suplico-vos!
Quem é fraco de estômago que passe à frente, por favor.
O homem ganhou. Novo mandato em marcha. Perante o melodrama, seria hora de alguém no PPD imaginar sequer uma pirraça ao chefe que tantas vitórias conseguira, origem de tantos tachos para tanta clientela? Que se atrevesse alguém!
 
Dr. Miguel tem razão: este não é o momento de disputar a liderança ao chefe.
Já não o foi na caminhada para 2000, quando ele andou a despedir-se das comunidades como presidente do governo. Esperava uma vaga de fundo pela sua continuidade que não se formou. Descarado que é, fez ele a vaga sozinho e assim não desalapou da baixa. Mas, atacado por um desconhecido vírus de honestidade, disse que não repitiria promessas de se retirar.
Assim, Dr. Miguel, 2004 deixava de ser momento para disputas internas.
2008 vem perto? Vem. Mas... não é que o liberal Sócrates faz a vida negra à Madeira? Vamos para eleições antecipadas em 2007 - o que por acaso resulta em prorrogar a chocadeira nas Angústias, que devia fechar em 2008, até 2011.
Mas não haverá quem ache o momento ideal  para renovar o partido, a começar pelo líder?
Senhores! Perante as tremendas dificuldades postas pelo Sócrates e pelo maluco do Teixeira dos Santos, alguém pretenderá correr com quem enfrenta aquela gente para salvar a Madeira da catástrofe?
O problema nem se põe. Até pelos azares das enxurradas, incêndios...
 
 
Em 2015 e em 2019 muito menos será o momento de substituir o homem, porque aí o número de vitórias não caberá no Chão da Lagoa
 
Chega-se a 2012, Dr. Miguel Mendinça, e aparece a corrente Albuquerque. 
Pois aparece, mas numa fase bem crítica para as finanças da Região! - insurge-se o Doutor, fazendo a segunda voz de Jardim. 
"Como se vai querer substituir um homem com apenas um ano de mandato?", radicalizou o Doutor, na TV.
É verdade que este mandato vai no primeiro ano, dizemos nós, mas o presidente que querem pôr na rua, além de estar há um ano neste mandato, também está no trono há 34 anos.
Em todo o caso, entende o Doutor que não era agora o momento de o mandar para Argel. Também achamos.
Assim como não será o tempo ideal em 2014-15. Como poderá então o chefe supremo voltar as costas à sua terra quando, pelas previsões, os quatros anos seguintes ainda serão piores?!
Mas vamos que sai o euromilhões à Madeira e em 2015 há dinheiro para refazer a vida insular. Será então o momento? Nem por sombras! Jardim poderia sair tranquilamente para casa, farto de saber que outros, sem metade do seu carisma, espatifariam as verbas públicas disponíveis?
Pior em 2019. Nessa altura, não será conveniente disputar a liderança no PPD porque o Marítimo estará em vésperas de ser campeão nacional e será preciso montar as coisas para evitar os habituais lances de Pinto da Costa, outro dinossauro do sistema. Se o Marítimo estiver à beira da descida de divisão, por maioria de razões se deve cuidar de não desestabilizar o PPD. E se andar a meia tabela, muito menos ainda, o que é preciso é aproveitar a experiência de 50 anos de governo de sua excelência para pôr termo ao marasmo dos verde-rubros. E se estes acontecimentos não forem com o Marítimo, serão com o Nacional, com o União ou com o Desertas Futebol Clube.
 
 
No PPD querem pô-lo a mexer. O que fará cá fora!
 
Por mais que Miguel Mendonça, Jaime Ramos, Guilherme Silva, Virgílio Pereira e chefe Jardim defendam esta tese, o facto é que a campanha interna laranja para mandar a velhada embora está em marcha.
Dentro daquela saca de gatos pulguentos, há quem queira sua excelência bem longe, a perder de vista. Imagine-se a ganinha que não anda cá fora.
 
Chefe Jardim não tem remédio senão fazer pela vida. Ou seja, garantir condições que lhe permitam continuar agarrado ao poder como craca à rocha.
Acontece que, objectivado que foi o desafio para o duelo, que ele jamais julgou possível enquanto vivo fosse, eis a tremedeira, o chamado nervoso miudinho, o pânico de passar à reserva.
Então, eis no terreno os expedientes mais baixos - batota inclassificável - que julgávamos serem utilizados apenas em despiques com as outras forças oposicionistas, o que já vem de há décadas. E agora nem estamos a falar de urnas desaparecidas ou de mortos que votam, mau grado estas eleições intrapartidárias se realizarem no Dia de Finados.
Esses expedientes trapaceiros do chefe suscitam ainda mais comiseração do que a entrevista lancinante de Miguel Mendonça.
A que ponto chegou o homem: recorrer ao insulto e à fraude para que não lhe tirem o lugar no seu próprio partido!
Depois de uns dias a passear pela Europa, enquanto os velhos ficavam aqui a fazer a sua defesa perante os contra-ataques da candidatura de Albuquerque, o xerife regressou aos tiros a tudo o que se mexesse e a tudo o que estivesse quieto.
 
Aquilo foi de Albuquerque aos ressabiados e ao Tribunal Constitucional, passando por Albuquerque, e depois à ERC e à CNE, passando por Albuquerque, e ainda a Passos Coelho e à troika, passando por Albuquerque. E assim sucessivamente.
Depois, a utilização dos meios governamentais e do partido para tentar arrasar a concorrência.
Os discursos ao pé do carro da bandeirinha, que é nosso, funcionam como campanha. Os autarcas do regime colocam bandeiras laranja  nas mãos de uns necessitados, em plenos actos oficiais, como é hábito nas eleições gerais.
São jantaradas de viticultores do Norte, como aquelas que Jaime organiza em vésperas de eleições com trabalhadores das empresas de construção, através da Assicom - que a partir de agora serão inviáveis, dadas as falências.
Depois, sua excelência utiliza os meios do partido como se fosse o único candidato ou como se aquilo fosse seu - e se por acaso é seu, por que pede aos militantes da sua facção para pagarem quotas?
Cobra também dos seus homens de mão, que lhe devem uma vida desafogada, mandando-os convencer os filiados a votar, pagando-lhes as quotas caso eles se mostrem renitentes.
Há sérias ameaças de perda de emprego aos que têm direito a voto, assim como as houve de despedimento a quem participava nos jantares de Albuquerque.
 
 
Acinte, enxovalho, mentira, intriga
 
Chefe aplica mais uma vez a sua táctica do boato e da intriga, no caso contra um companheiro de partido.
Começou por dizer que os convivas dos referidos jantares eram todos do CDS. Na altura estava seguro de que Miguel Albuquerque não conseguiria reunir assinaturas para se candidatar, e só percebeu que já não dominava o processo perante a enchente na Parreira. Foi quando tratou de saber, pelos espiões, se haviam andado pelas mesas com papéis de proponentes.
O insulto continua colando repetidamente o adversário a forças de direita (em tempos fê-lo no sentido contrário). Chamando-o 'futuro desempregado político'. De 'político oco' e 'modelo para revistas de cabeleireiro', como ainda este sábado se vê nos bonecos do JM.
Porque o JM é outra utilização ilegal de meios pagos pelo contribuinte para fazer campanha pessoal.
Roubando ao povo 11 mil euros por dia para pagar um jornal onde achincalha diariamente a oposição, o chefe adopta nesta fase o expediente para combater a facção adversária no partido.
Então, são os bonecos a enxovalhar elementos da candidatura rival. Artigos sem assinatura, com assinatura fictícia ou, pior, assinados por jornalistas da casa, que se sabe escritos no pátio das araras. E é uma campanha diária naquelas páginas, como se o JM de repente começasse a fazer jornalismo de investigação e só encontrasse para denunciar as patifarias da Câmara do Funchal.
 
Mas isso é pouco. Melhor é o atirar dos adversários e até inimigos de Albuquerque contra este. E o homem da ética e dos princípios faz questão de, nestas guerras, não poupar familiares e ex-familiares do rival.
Vergonhoso. Ventos imprudentemente semeados que mereciam chamada a contas pessoal e presencialmente, desse a coisa para onde desse.
Lá está Bruno Pereira, de jovem político  lançado por Albuquerque e por este defendido quando Jardim apontou Sérgio Marques para candidato à Câmara, lá está Bruno atirado pelo chefão às pernas do protector. Multiplicam-se as conferências de campanha anti-Albuquerque, pela boca de Bruno, e nas sedes do partido. Sexta-feira da próxima semana, por exemplo, será em São Martinho.
Supõe-se que Jardim, caso vença, já tem lugar para Bruno Pereira no governo, quando da remodelação especulada. É que Bruno, que interrompeu o mandato na Câmara para se virar contra o colega presidente, claro que não voltará ao cargo de vereador executivo. Nem sequer condições psicológicas deverá ter para uma reunião semanal na câmara, mas, como executivo remunerado, então, seria situação a provocar hilaridade. Portanto, ficará sem vencimento.
Que Jardim, caso ganhe, não se esqueça desse pormenor. O povo paga tal recompensa, como sempre.
 
 
É defender o partido enxovalhar um companheiro, oferecendo trunfos à Oposição?
 
O Dr. Miguel Mendonça diz que desafiar o Dr. Jardim nesta altura crítica não é gostar do PPD.
Independentemente de o ser ou não, porque isso interessa-nos tanto como a revisão constitucional do chefe, saiba o Dr. Mendonça que ninguém vai nessa do interesse do partido. Nem o próprio Dr. Miguel Mendonça, que como já dissemos zela é pelo seu interesse - e o seu chefe sabe disso melhor do que ninguém, não interessam pormenores agora. Nem o rei das Angústias se interessa pelo partido.
Vamos que Miguel Albuquerque ganha as eleições internas. Na primeira prova eleitoral que lhe aparecer, a oposição trucida-o, para o que basta utilizar os argumentos hoje utilizados pelo monarca. Fragilizar quem depois pode encabeçar o PPD em eleições contra a oposição é de alguém que actua em função do interesse do partido?
O mesmo se verifica inversamente: Albuquerque ataca Jardim com trunfos que a oposição poderá aproveitar, no devido tempo. Embora não o faça com mentiras delirantes, mas com verdades e geralmente em reacção às injúrias do outro candidato.


Ao Dr. Albuquerque não faz mal sentir os truques das arbitragens, para que dê valor ao sofrimento da Oposição em 30 anos.

Por um lado, calha bem que Miguel Albuquerque dê valor àquilo que a Oposição tem sofrido nestas três décadas. Porque os expedientes descaradamente  ilegais também já o beneficiaram a ele. Chefe Jardim mais o aparelho laranja não dormem, nem nas municipais.
O actual presidente da câmara nem sequer precisava tanto como Jardim de tais expedientes, porque, no Funchal, sempre teve mais votos nas autárquicas do que Jardim nas regionais.
Mas é bom que prove do veneno fabricado no laboratório daquelas catacumbas sinistras da Rua dos Netos.
 
 
Albuquerque concorre a poucas freguesias: se Jaime lhe oculta as listas de militantes!... 
 
Ainda na edição deste sábado, o JM, armado em jornal de campanha do chefe, releva o facto de Miguel Albuquerque apenas concorrer a quatro comissões políticas de freguesia e apresentar lista de candidatos em sete.
Pois o JM devia evitar as meias verdades. Na realidade, Miguel Albuquerque, apesar da grave ilegalidade que é Jaime Ramos, secretário-geral, lhe negar as listas de militantes, ainda consegue descobrir contactos que lhe permitem concorrer àquelas freguesias e ainda constituir a longa lista da comissão política regional e a do secretariado, além das 230 assinaturas proponentes da candidatura.
 
É lá com eles. Para nós, e apesar de lhe darmos tratamento jornalístico, a eleição de 2 de Novembro não passa de um aquecimento para os copos e o bacalhau de São Martinho, dia 11. Apesar da crise, rejeitamos ficar fora das quatro linhas, em gestão de esforço, como se diz agora para justificar as baldas de Ronaldo aos treinos da Selecção.
 
Quanto ao jogo em si, com final apontada ao mágico dia 2, Jardim já pediu uma frota de Horários do Funchal para estacionar à frente da sua baliza. Mandou também armadilhar as zonas nevrálgicas do terreno e já sabe quem há-de pegar no 'apito dourado' que, votem como votarem os filiados, acabará por decidir tudo. Jaime Ramos conhece de arbitragems há 40 anos!
Quem não conhece exemplos de sujeitos que são jogadores e árbitros em simultâneo? 
Com o descaramento a que nos habituaram, e porque o desafio não será o passeio que imaginavam, os velhotes perderão as estribeiras: se chefe Jardim marcar o golo da vitória, Jaime, Guilherme, Virgílio e Mendonça correrão que nem uns loucos para abraçar o árbitro.
 
 

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