quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

20 DE FEVEREIRO

POUCO APRENDERAM COM A DOLOROSA LIÇÃO DA NATUREZA

Por Raimundo Quintal

Três anos após a aluvião catastrófica de 20 de Fevereiro de 2010, sinto, com enorme tristeza e preocupação, que o poder político, muitos agentes económicos e uma parte significativa dos madeirenses pouco aprenderam com aquela dolorosa lição da Natureza.

Para ilustrar este meu sentimento selecionei dezasseis fotografias, que julgo constituírem uma amostra representativa das vulnerabilidades de que continua a padecer o território desta ilha:

01 - Vale da Ribeira da Madalena onde se destacam as marcas da extração de pedra e um deslizamento (Foto António Freitas)

02 - Deslizamento na vertente oriental e obstrução do leito da Ribeira da Madalena, a jusante da estrada regional (foto António Freitas)

03 - Deslizamento na vertente oriental e obstrução do leito da Ribeira da Madalena, a jusante da estrada regional -02.02.13

04 - As marcas da extração de pedra na Ribeira da Madalena, a montante da estrada regional - 02.02.13

05 - Ribeira da Madalena - estrangulamento do canal de escoamento provocado pela construção do viaduto da Via Expresso - 02.02.13

06-Ribeira da Madalena - foz demasiado estreita , assoreada e incapaz de dar vazão ao caudal lamacento numa próxima cheia repentina - 02.02.13

07 - Ribeira da Madalena - foz demasiado estreita , assoreada e incapaz de dar vazão ao caudal lamacento numa próxima cheia repentina - 02.02.13

08 - O estaleiro da AFA continua a crescer na Meia Légua. O canal de escoamento da Ribeira Brava continua estrangulado - 18.02.13

09-Ribeira Brava- Meia Légua - por onde vai passar a água na próxima cheia - 18.02.13

10 - Ribeiro na Água de Pena - na fronteira entre Santa Cruz e Machico o ribeiro deixou de ser um curso de água.

11 - Ribeiro na Água de Pena - o promotor da nova estrada não repararou no ribeiro. Quando chover intensamente o mesmo empreiteiro ganhará dinheiro no desassoreamento.

12 - A vertente oriental da Ribeira de Santa Luzia no troço entre a Fundoa e os Viveiros é facilmente erodida sempre que o caudal cresce - 15.11.12

13-Ribeira de Santa Luzia - troço entre a Fundoa e os Viveiros- os deslizamentos e os desabamentos de blocos rochosos reduzem o espaço para a circulação da água - 15.11.12

14-Ribeira de Santa Luzia - troço entre a Fundoa e os Viveiros - é evidente a degradação da muralha lateral e do pequeno açude

15 - Entretanto continuam as obras de desfiguração da Baía do Funchal com o argumento do aumento de segurança da cidade em futuras cheias repentinas - 18.02.13

16 - Com tantos tetrápodes a Baía do Funchal está a ser transformada numa baía 'tetrapolégica'-18.02.13

1 comentário:

Anónimo disse...: O Drº Raimundo Quintal, deveria ser o secretário regional do Ambiente. Acredito que, sob a sua tutela, isto estaria num "brinquinho", e nada de esses abortos seriam permitidos. Precisamos de pessoas assim como ele, como o coronel Morna, etc. Com pessoas dessas à frente das coisas, isto estaria num "brinquinho".; 21 de fevereiro de 2013 às 11:30

Enviar um comentário

O FÉNIX VOLTA COMO ESPAÇO DE REFLEXÃO, OPINIÃO, COMENTÁRIO E CRÍTICA

Endereço electrónico:

luiscalisto2@gmail.com

Deixamos a seguir nesta coluna os ditames que presidiram à primeira fase do Fénix, iniciada em 2012. Para memória futura.

TODA A LIBERDADE - TODA A RESPONSABILIDADE

A expressão do pensamento em público deve ser um acto livre. Em Portugal, 48 anos de censura chegaram para mostrar quão importante é combater qualquer tentativa de regresso ao passado, a essa dolorosa época de trevas.
Hoje, raros são os casos de asfixia mental, respira-se liberdade em todo o país - salvaguardada evidentemente uma excepção conhecida, chamada Região Autónoma da Madeira. Está na memória de todos o que já aconteceu aos madeirenses que tentaram erguer a voz contra o regime totalitário encabeçado por um demagogo estilo latino-americano ainda barricado na Quinta Vigia, aliás "das Angústias".
No entanto, não há verdadeira liberdade sem responsabilidade. O blogue "Fénix do Atlântico" será um parceiro empenhado entre quantos amam a liberdade. Mas recusará em absoluto protagonizar ou veicular a prática da calúnia, do enxovalho ou da ofensa gratuita a que se assiste hoje, se bem que em reacção aos esquálidos exemplos comportamentais que diariamente vêm "de cima", aqui na Região. Muito menos daremos voz à cobardia do anonimato muito em voga precisamente neste vastíssimo campo da blogosfera. Quem tece denúncias graves deve fazê-lo à vista, para provar o que diz, se for o caso.
Damos cabal importância a este aspecto, a ponto de colocarmos a presente declaração no topo da página.
Sejam todos bem-vindos com os vossos comentários, críticas e histórias, ajudem a despejar o balde de água fria sobre o estado regional de hibernação profunda que nos envergonha perante as anteriores e as futuras gerações.

JUSTIFICAÇÃO

Dizem que o futuro é virtual, quando o presente continua bem material e concreto nas agruras de cada dia. Os madeirenses que o digam. Há quem alegue também que criar um blogue é de quem nada tem para fazer. Uma forma de andar à moda. Utilizar um campo propício à revindicta. Ao desagravo. Ou simplesmente para desabafar recalcamentos e frustrações por resolver. Ouvem-se alusões também aos que procuram a lavagem de roupa suja no poço do vizinho, os incapazes de criar uma vida própria. No caso desta "Fénix do Atlântico", não se trata de procurar preencher o tempo, aliás sempre curtíssimo. Nem de exibir conhecimentos ou virtudes que não temos. Para revelar com sinceridade a razão de ser deste blogue, digamos que, terminado um percurso longo e acidentadíssimo pelos "três ramos das forças armadas da comunicação social" - imprensa, rádio e TV -, decidimos aproveitar uma oportunidade caída dos céus para nos mantermos em contacto e mesmo por dentro do jornalismo. De blogocéptico a bloguista militante. A necessidade obriga. Pois, o futuro é virtual, realmente virtual.E a Madeira? Há-de renascer como a fénix, se o povo quiser honrar a memória dos antepassados e salvaguardar as gerações do futuro.
Luís Calisto

DIA-A-DIA COM LIGAÇÕES AO PASSADO PARA MEMÓRIA FUTURA

Aceder a este blogue permitirá saber de ocorrências importantes mas também de episódios e sentimentos que, parecendo insignificantes, revelam os níveis do astral do povo em cada momento que passa. Trata-se de, com simplicidade e despretensiosamente, plasmar neste espaço quadros vivos do dia-a-dia madeirense, operando ligações ao passado - e para memória futura. E para que o mundo, através da net, continue pasmado com a bizarria de umas ilhas tão perto e tão longe da modernidade.
...E o sentir do povo passa inevitavelmente pelos cafés da cidade capital.