Com a devida vénia ao Público, 'FÉNIX' reproduz, para mero exercício intelectual
Político conservador grego condenado a prisão perpétua
por desvio de 17 milhões de euros
Tribunal considerou que Vassilis Papageorgopoulos
fazia parte de um esquema que desfalcou a Segurança Social enquanto esteve à
frente do município de Salónica, o segundo maior do país
Vassilis Papageorgopoulos foi presidente da Câmara de Salonica entre 1999 e 2010. |
Um tribunal grego condenou o antigo presidente da Câmara de Salónica a uma
pena de prisão perpétua, pelo crime de peculato. Vassilis Papageorgopoulos, que
presidiu à segunda maior autarquia da Grécia entre 1999 e 2010, foi considerado
culpado do desvio de 17 milhões de euros do erário público, sensivelmente
metade do orçamento disponível para obras no município.
Além do autarca, foram também condenados à mesma pena o antigo
secretário-geral do município, Mihalis Lemousias, e o tesoureiro, Panagiotis
Saxonis, acusados dos crimes de falsificação e branqueamento de capitais. Dois
directores financeiros municipais receberam penas de 10 e 15 anos, naquele que
foi o primeiro grande caso de corrupção política desde o início da crise
financeira na Grécia – 17 arguidos responderam pelo desvio de verbas do
município num valor estimado de 52 milhões de euros.
Papageorgopoulos, um membro do partido Nova Democracia do primeiro-ministro
Antonis Samaras, foi “considerado culpado de cumplicidade directa no desfalque”
do dinheiro público, disse uma fonte judicial à Reuters. O ex-autarca – um
antigo corredor de alta competição e dentista, conhecido como o “Médico Voador”
– foi implicado pelos outros arguidos, mas declarou a sua inocência durante o
julgamento. “Não tenho nada a ver com este caso. Algumas pessoas vão morrer de
culpa por isto”, declarou, depois de conhecida a sentença.
O político conservador, que foi atleta olímpico em 1972 e 76 e serviu como
vice-ministro do Desporto no início da década de 90, acusou a justiça grega de
ter conduzido um “processo político” com o único objectivo de “satisfazer o
desejo de vingança do público, que pede o sangue dos políticos”.
O Ministério Público abriu uma investigação às finanças de Salónica na
sequência de denúncias que apontavam para o misterioso desaparecimento de
milhões de euros que deveriam ter sido transferidos dos cofres municipais para
a Segurança Social grega. O seu sucessor, Yannis Boutaris, disse que depois de
tomar posse, em Novembro de 2010, constatou que a informação financeira que
Papageorgopoulos lhe transmitiu era imprecisa e não correspondia ao saldo
contabilístico municipal.
Segundo o tribunal deu como provado, os três arguidos montaram um esquema
que consistia em apropriar-se das contribuições devidas à Segurança Social dos
salários dos funcionários municipais. O tesoureiro Panagiotis Saxonis,
responsável por esses pagamentos, fazia o lançamento das verbas nos fundos da
Segurança Social, mas retinha o dinheiro, guardando uma parcela de 10% para si
e distribuindo o resto por Lemoussias e Papageorgopoulos – os dois nomes
constavam como titulares da conta bancária onde esse dinheiro foi depositado.
2 comentários:
Nem mais, disse bem o réu: o tribunal deu ao Povo o sangue do político. A coisa só ficará bem quando os Berlusconis do Mundo inteiro tiveram competência para nomearem juízes da sua confiança. Aí teremos justiça verdadeira, genuína.
Já temos, Doutor...
Enviar um comentário