FILIPE MENEZES E ROBERTO
IAM CHEGANDO A VIAS DE FACTO
NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL
A zaragata esteve iminente durante a reunião de segunda-feira
Factos: o deputado municipal Roberto Silva, do PPD, esteve no palanque a desbobinar serviço e, de volta ao seu lugar, ouviu do presidente da Câmara socialista uma provocação que não lhe caiu bem. Filipe Menezes, fora do contexto do debate que corria, fez alusão ao famigerado caso da palmeira, do qual Roberto e parte da sua equipa numa anterior vereação saíram condenados.
Roberto Silva reagiu mal àquilo que considerou uma "garotice" da parte do actual presidente da Câmara, e chamou exactamente "garoto" na cara de Menezes. Testemunhas contam-nos que Roberto cresceu para o presidente Menezes dizendo-lhe que, sim senhor, já foi condenado, mas que ele, Menezes, também é arguido num processo de abuso de confiança com moldura penal de 1 a 8 anos, por acaso superior à do caso da palmeira.
Roberto Silva voltou a lamentar que tivesse havido mortes na tragédia da palmeira, mas condenou que o seu adversário teime agora em "enterrar os que ficaram vivos".
"Garoto!", chamou-lhe na circunstância. "Olhe que cada um tem a sua palmeira!"
As coisas aqueceram a ponto de parecer inevitável a consumação de agressões. Mas a presidente da assembleia municipal, Luísa Mendonça, ordenou a suspensão dos trabalhos e a situação recompôs-se, relativamente.
O presidente da câmara retirou-se para uma dependência anexa à sala da reunião da assembleia e terá sido daí que chamou a polícia - no entendimento de deputados municipais com quem falámos.
Não o confirmámos, porém.
Em todo o caso, não chegou a haver aparato de carros nívea ou bófia nas instalações municipais. O que houve foi uma presença discreta de agentes à paisana.
É esta a sinopse de mais um episódio do folhetim em que se transformou a vida da assembleia municipal porto-santense, em tão pouco tempo. Ali trabalha-se pouco, mas com intensidade.
...E os munícipes não podem meter a AM na ordem!
Resta deixar aqui uma curiosidade regimental concernente ao mesmo órgão.
Vamos que um grupo de munícipes pretendia tirar a limpo de uma vez por todas o trabalho daquela gente na assembleia e, nesse sentido, propunha uma reunião extraordinária do órgão em questão. Pois. Seria tempo perdido. No seu artigo 10.º, o Regulamento da AM reza o seguinte:
Bem: 480 vezes 16 (elementos da AM) dá a módica cifra de 7680.
Exige-se, pois, uma subscrição do requerimento para sessão extra feita por 7680 eleitores inscritos. Isso mesmo: 7680 certidões de eleitores inscritos.
Ora, os eleitores activos andam nos 3 mil. Porque há emigrantes. E há os eleitores 'à pressão', os externos que adoptam essa condição para beneficiar de viagens mais baratas.
Assim, nem contando com bebés e rapaziada até aos 18 anos o eleitorado porto-santense atinge o exigido número de 7680 eleitores.
Este regulamento foi idealizado mesmo para os munícipes não poderem convocar reuniões extra, ora!
A propósito, o regulamento é de 2000. Quem mandava nessa altura nestas burocracias?
Conclusão: o melhor é montar segurança nas reuniões da AM do Porto Santo. Faltam quase 3 anos daquilo e não acreditamos que até 2017 não se veja para lá um olho 'à Benfica' ou um 'nariz avariado'.
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