SUCESSOR DE VICTOR FREITAS
ELEITO TALVEZ EM MAIO
Ricardo Freitas, presidente da comissão regional, está com a batata quente nas mãos. |
Victor sem ideias revanchistas. |
Carlos Pereira continua favorito à sucessão, mas a contestação ao seu nome foi imediata. |
* Ricardo Freitas convoca comissão regional em princípio para dia 17
* Congresso regional em Junho
* Victor assume lugar no parlamento para ajudar novo líder
A Páscoa mete-se pelo meio do calendário socialista, já de si condicionado pelo desaire das eleições de domingo. Ricardo Freitas, presidente da comissão regional, está impedido de imprimir a celeridade desejada ao processo de substituição do líder, desencadeado pela demissão do derrotado Victor Freitas.
O partido tem pela frente umas eleições nacionais importantes para travar a queda de importância socialista no panorama partidário regional. Faltam cinco meses para a campanha eleitoral. Mas há férias grandes pelo caminho e o tempo escasseia.
A comissão regional vai apressar-se na medida do possível para acertar com o secretariado datas dos actos estatutários que se seguem. É preciso elaborar os regulamentos eleitorais para os candidatos, para a entrega de moções, para a campanha interna (as eleições são directas), e finalmente marcar o congresso.
Da reunião da comissão regional com o secretariado, dentro de duas semanas, possivelmente a 17 de Abril, deverão sair datas para a eleição do líder - Maio - e para o congresso - Junho.
A reabilitação socialista não se afigura tarefa fácil. As eleições legislativas nacionais, no que toca à Madeira, sairão do modelo habitual. O esquema de 5 deputados a distribuir por PSD, PS e PP não existe mais. Desta vez, haverá que contar pelo menos com o partido de Marinho e Pinto - PDR - e com o JPP.
Para mais, é imprevisível o estado em que se encontrará o partido quando a campanha eleitoral começar. A corrida à liderança ainda não tem candidatos assumidos e já fulguram por aí divergências aparentemente sem cura. Perante as análises jornalísticas dando como natural a candidatura de Carlos Pereira, líder parlamentar da era Victor Freitas, levantam-se vozes adversas, radicais. Duarte Gouveia dirigiu-se mesmo aos militantes socialistas via TV avisando que, se acaso tencionam eleger Carlos Pereira, ele, Duarte Gouveia, abandona o partido.
É só um indício do que está para vir no processo que se avizinha. Porque não temos dúvidas de que o líder parlamentar se perfilará na linha de partida, sendo, aliás, o favorito à vitória final, em nossa opinião.
Mas não terá vida fácil.
Também Victor Freitas poderia apresentar razões de queixa sobre as circunstâncias que envolveram o seu mandato de líder.
É verdade que, a nosso ver, Victor teve demasiada pressa em chegar a presidente do governo. Aproveitando a onda Mudança que levou Cafôfo à Câmara do Funchal, ele anunciou-se candidato à Quinta das Angústias. Ora, como dissemos na altura, se a ideia era travar eventuais apetites, devia fazê-lo anunciando a sua recandidatura à chefia do partido. E atava todos os pretendentes.
O facto, ainda assim, é que ninguém no partido se manifestou contra esse passo do líder. Mais: em princípios de 2014, Victor ganhou o congresso sem disputa. Ou seja, os companheiros de partido aceitavam-no como candidato à liderança do PS e à presidência do governo.
Então de que se pode queixar o presidente demissionário?
Logo a seguir àquele congresso de 2014, o então líder da JS desautorizou publicamente Victor, antes de demitir.
A Câmara do Funchal desintegrou-se, desvirtuando em grande parte a coligação vencedora em Setembro de 2013, com reflexos negativos para um PS que na altura disputava as europeias.
Vieram as eleições internas do PS nacional. Victor apoiou Seguro e saiu maltratado, com António Costa e Carlos César a virem à Madeira ajudar as movimentações abafadas dos rivais internos do mesmo Victor.
Quase em cima do arranque eleitoral para as regionais, foi o presidente da concelhia do Funchal, Miguel Iglésias, homem da confiança de Paulo Cafôfo, a pôr em causa, com grande estrondo público, a coligação eleitoral Mudança da responsabilidade de Victor Freitas.
Victor já deixou perceber que, consumada a derrota no domingo último, só está interessado em fazer cair no esquecimento as incidências partidárias dos últimos tempos. Já decidiu assumir o seu lugar de deputado, que pretende utilizar ao serviço dos interesses do partido e para ajudar o futuro líder no que for necessário.
2 comentários:
Caro Calisto,
o problema do Victor Freitas foi não perceber o que se passou nas autárquicas, ele não entendeu a mensagem do povo, apoderou-se da vitória quando nada teve a ver com ele nem com o partido dele.
Incrível como depois de tantos anos á espera do fim do jardinismo, o ps, outrora líder da oposição apresenta-se no momento da verdade tão frágil e obsoleto. A 4ª força partidária na região. Coitado de meu pai que tanto sofreu por este partido.
Quanto ao provável sucessor, Carlos Pereira, a emenda será pior do que o soneto, será a continuação da descida aos infernos, o que podem esperar os madeirenses de uma pessoa que mal se apercebe que o psd pode perder a maioria, pede um chumbo no programa de governo? Será que é importante pelo menos analisar o programa? Nada disso, que se lixe o povo, embora para mais eleições comigo a líder.
O ps-Madeira se quiser sobreviver tem de mandar estas figuras todas embora e começar tudo de novo com gente nova.
Cumprimentos
VerdeRubro
Acho que deviam reeditar a equipa concorrente à CMF alguns anos atrás, numa liderança bicéfala, com Caetano e já mencionado Gouveia.
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