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quinta-feira, 23 de abril de 2015

REUNIÕES DE ALTO NÍVEL



Albuquerque terá de endurecer um pouco a relação com um governo central que vê a questão das autonomias como os anteriores: não enxergando nada.


'COM UMA MÃO À FRENTE
E OUTRA ATRÁS'


Assim define José Manuel Rodrigues a reunião de Miguel Albuquerque em São Bento, ontem. É verdade que o mandato do novo governo regional é para 4 anos. Problemas 'com barbas' não podem ser resolvidos em horas. Mas é bom que Albuquerque se convença de uma realidade: se não falar mais 'grosso', terá uma vida infernizada pela capital, com péssimas consequências para ele na luta política regional.


Rodrigues continua sem
ver 'nada de nada' na nova
situação insular. 


Do primeiro encontro oficial entre o novo presidente da Madeira e o primeiro-ministro resultaram conclusões que bem poderiam ser alinhavadas por telefone: a praxe dos cumprimentos, o estabelecimento de reuniões semestrais entre as duas partes e uma visita oficial à Madeira de Passos Coelho.
O líder do PP-Madeira, José Manuel Rodrigues, não encontra outra forma para resumir o acontecimento: "O presidente Albuquerque foi a São Bento com uma mão à frente e outra atrás e voltou com uma mão atrás e outra à frente."
Assuntos desenquadrados do contexto actual, considera Rodrigues: "Não vamos ter eleições nacionais em Setembro/Outubro?"
Com efeito, não emergiu da sessão de ontem qualquer indício de que o governo central esteja sinceramente empenhado em 'normalizar' as relações com a Madeira de modo a que a nova situação que saiu das mudanças no PSD regional possam passar ao terreno na forma de medidas concretas.
Terça-feira, falando para a RTP sentado no banco de trás de um automóvel, Miguel Albuquerque garantia que as questões importantes estão a ser tratadas. Ontem, depois do encontro com Passos Coelho, não pôde dizer como ou quando. Limitou-se a dizer que "estão a ser desenvolvidas no plano sectorial" questões como os transportes, o CINM e a dívida. "Estão a ser desenvolvidas": muito vago.
O mandato não é de 4 dias, é para 4 anos. Miguel Albuquerque teve razão ao lembrar isso, ainda ontem, ao reconhecer que só com recurso ao orçamento do próximo ano será possível concretizar alguns dos projectos insulares. Mas também é verdade que se o novo chefe das Angústias não apertar com Lisboa e seus afectados ministros pode contar desde já com uma vida infernizada por falta de dinheiro e até de diálogo com o centralismo. 
Esta quinta-feira, Miguel recebe posse em Belém como conselheiro de Estado. Mais um número da agenda corrente, obrigatório, mas que nada de novo traz ao diâmetro da Terra.
Como arremata o líder do PP-M, José Manuel Rodrigues, "teremos de nos limitar a ver o presidente do governo regional empenhado em ninharias como a venda de casas no Porto Santo para distrair das obras e da redecoração que já encomendou para a Quinta Vigia".

No tempo idílico dos projectos e das promessas.

2 comentários:

Anónimo disse...


Foi só beija mão....vamos esperar 6 meses para ver se vem alguma coisa ....mas será que daqui a 6 meses o inquilino é o mesmo? Claro em S. Bento.....

Anónimo disse...

Então não tinham uma boa relação? Estava à espera de medidas boas para nós mas ficamo-nos pela nova decoração da Quinta Vigia. A minha vida sorri desde esta medida.