Albuquerque terá de endurecer um pouco a relação com um governo central que vê a questão das autonomias como os anteriores: não enxergando nada. |
'COM UMA MÃO À FRENTE
E OUTRA ATRÁS'
Assim define José Manuel Rodrigues a reunião de Miguel Albuquerque em São Bento, ontem. É verdade que o mandato do novo governo regional é para 4 anos. Problemas 'com barbas' não podem ser resolvidos em horas. Mas é bom que Albuquerque se convença de uma realidade: se não falar mais 'grosso', terá uma vida infernizada pela capital, com péssimas consequências para ele na luta política regional.
Rodrigues continua sem ver 'nada de nada' na nova situação insular. |
Do primeiro encontro oficial entre o novo presidente da Madeira e o primeiro-ministro resultaram conclusões que bem poderiam ser alinhavadas por telefone: a praxe dos cumprimentos, o estabelecimento de reuniões semestrais entre as duas partes e uma visita oficial à Madeira de Passos Coelho.
O líder do PP-Madeira, José Manuel Rodrigues, não encontra outra forma para resumir o acontecimento: "O presidente Albuquerque foi a São Bento com uma mão à frente e outra atrás e voltou com uma mão atrás e outra à frente."
Assuntos desenquadrados do contexto actual, considera Rodrigues: "Não vamos ter eleições nacionais em Setembro/Outubro?"
Com efeito, não emergiu da sessão de ontem qualquer indício de que o governo central esteja sinceramente empenhado em 'normalizar' as relações com a Madeira de modo a que a nova situação que saiu das mudanças no PSD regional possam passar ao terreno na forma de medidas concretas.
Terça-feira, falando para a RTP sentado no banco de trás de um automóvel, Miguel Albuquerque garantia que as questões importantes estão a ser tratadas. Ontem, depois do encontro com Passos Coelho, não pôde dizer como ou quando. Limitou-se a dizer que "estão a ser desenvolvidas no plano sectorial" questões como os transportes, o CINM e a dívida. "Estão a ser desenvolvidas": muito vago.
O mandato não é de 4 dias, é para 4 anos. Miguel Albuquerque teve razão ao lembrar isso, ainda ontem, ao reconhecer que só com recurso ao orçamento do próximo ano será possível concretizar alguns dos projectos insulares. Mas também é verdade que se o novo chefe das Angústias não apertar com Lisboa e seus afectados ministros pode contar desde já com uma vida infernizada por falta de dinheiro e até de diálogo com o centralismo.
Esta quinta-feira, Miguel recebe posse em Belém como conselheiro de Estado. Mais um número da agenda corrente, obrigatório, mas que nada de novo traz ao diâmetro da Terra.
Como arremata o líder do PP-M, José Manuel Rodrigues, "teremos de nos limitar a ver o presidente do governo regional empenhado em ninharias como a venda de casas no Porto Santo para distrair das obras e da redecoração que já encomendou para a Quinta Vigia".
Esta quinta-feira, Miguel recebe posse em Belém como conselheiro de Estado. Mais um número da agenda corrente, obrigatório, mas que nada de novo traz ao diâmetro da Terra.
Como arremata o líder do PP-M, José Manuel Rodrigues, "teremos de nos limitar a ver o presidente do governo regional empenhado em ninharias como a venda de casas no Porto Santo para distrair das obras e da redecoração que já encomendou para a Quinta Vigia".
No tempo idílico dos projectos e das promessas. |
2 comentários:
Foi só beija mão....vamos esperar 6 meses para ver se vem alguma coisa ....mas será que daqui a 6 meses o inquilino é o mesmo? Claro em S. Bento.....
Então não tinham uma boa relação? Estava à espera de medidas boas para nós mas ficamo-nos pela nova decoração da Quinta Vigia. A minha vida sorri desde esta medida.
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