CARTA À CADELINHA 'SISSI'
Caríssima
Não vou começar por dizer, como certos ressabiados 'nova vaga', que a grande 'renovação' operada na Tabanca pintada de fresco foi a troca da gata 'Dama' pela cadelinha 'Sissi'. A rivalizar, talvez, com as mexidas nas carpetes, quadros e paredes do palacete.
Venho, sim, anunciar que por aqui também aderimos de alma e coração à 'renovação' determinada por decreto régio de Sua Alteza D. Albuquerque I.
Como gesto de boa vontade no âmbito da 'renovação', acabámos agora mesmo de despedir o K-Arara, que mandou uns tantos para o psiquiatra nos últimos anos, substituindo-o há 5 minutos por uma espia que dará pelo nome de código de K-Sissi, em homenagem a v. excelência, princesinha 'Sissi'.
Pensámos em transferir a K-Gira da Junta Geral para a Tabanca, porque, dados os tons claros que vieram adocicar o outrora castelo de Jardim, mobilizado para governar forte e feio, teria de ser uma escolha delicadinha. Mas em equipa que ganha - como K-Gira na JG - não se mexe. Os senhores aí por cima, querida 'Sissi', terão de suportar a K-Sissi, uma 'linguaruda' de fugir.
De nada valerão - aproveito para dizer - os esforços da assessora de imprensa de D. Albuquerque para saber se este visitante ou aquele não passa de um agente infiltrado do Fénix no meio das araras, como tem acontecido. Mesmo que fosse agente do Fénix, nenhum indivíduo o confessaria, a menos que Rui Abreu e Medeiros Gaspar o ameaçassem de um voo picado desde o alto das Angústias até à estátua do CR7.
A mensagem que trazemos a ver se a princesinha 'Sissi' transmite aos chefões das Angústias prende-se com a tão propalada mudança de estilo na maneira de governar. Não, não nos referimos ao aumento do número de Secretarias no executivo, muito menos à triplicação de adjuntos, assessores, chefes de gabinete, secretários, secretárias particulares, contínuos, comissões de apoio, e até cadelinhas novas. Isso já estava previsto nos propósitos eleitorais a favor do corte de despesas. Referimo-nos ao estilo-estilo. À forma de estar, de sorrir, de dar umas palmadas nas costas quando há mais intimidade.
No parlamento, a mudança não sofre contestação, como se viu nos debates do programa de governo. Agora no dia-a-dia do novo grande chefe é que 'a porca torce o rabo'. D. Albuquerque não pára de inaugurar! Mais: ele é recepções a clubes de futebol, ele é recepções a diplomatas, ele é encontros com autarcas monárquicos, é artigos de jornal, é abertura de jogos do regime, é entrega de diplomas a velhos PPD's, é visitas ao Mercado, sessões solenes nos concelhos que se julgava serem agora devolvidas ao poder local...
Uf!!!
Mudança de estilo em relação ao passado isto, caríssima 'Sissi'? Só se for para pior.
E falávamos nós das veredas e tascas inauguradas ultimamente pelo sua excelência anterior!
Francamente, não estamos a ver um Passos Coelho ou um Vasco Cordeiro com uma agenda tão 'maneirinha' como a do nosso respeitado Monarca. E a governança, 'Sissi'?
Isto já chegou ao ponto de ter de ser o representante da soberania, Ireneu Barreto, a fazer frente ao primeiro-ministro, com reivindicações para a Madeira, enquanto Albuquerque se prepara para as fotos da visita do 'primeiro', na próxima semana.
Sem querer tocar a finados, no tempo da 'outra senhora' era ao contrário: o representante ou ministro da República pendia para o lado de lá e o poder regional é que fazia barulho para reivindicar.
Governo-JM: um escândalo silencioso
'Sissi' amiga, insisto: quando é que a governança começa a governar? Mas governar como deve ser. Sem truques.
Já viu aquela de se resolver o problema do JM recorrendo a um gerente não executivo para integrar a nova administração e com vencimento zero? Sem custos para as contas do JM?
Claro que sabe da tramóia, 'Sissi', desculpe lá.
Sérgio Marques nomeia Paulo Vieira para fazer equipa com António Abreu na gerência do badalado JM (JM mais noticiado do que noticioso, por força das circunstâncias). Sérgio faz gala de anunciar que Paulo Vieira não vai receber nada, para o povinho se julgar livre de despesas. Mas, poucos dias depois...
Diachos!
Não é que, despacho n.º 49/2015 de 26 de Maio, Sérgio descobre que "se torna necessário proceder à designação do licenciado em Organização e Gestão de Empresas Paulo Jorge Teixeira Vieira para exercer funções de técnico especialista designadamente no domínio específico das matérias económico-financeiras do gabinete do secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus"?!
Sério? É mesmo necessário? Nomeie-se então, qual o problema?!
Pois, mas... é que o quadro necessário para o gabinete de Sérgio não é outro senão o mesmo Paulo Vieira que Sérgio mandou trabalhar à borla no JM!
Caramba! E agora?!
Só não há remédio para a morte. Se o governante nomeou o gerente ideal, a título gratuito, para o JM, e agora repara que precisa de um quadro que bate direitinho com o primeiro, então o homem terá de fazer o sacrifício de se desdobrar em dois e trabalhar na Junta Geral e na Fernão de Ornelas.
Tudo se resolve: Paulo fica junto do gabinete do patrão Sérgio e faz o duplo trabalhinho ali mesmo. Recebe um dos ordenados sonantes equivalentes a técnico especialista e então que faça de bom samaritano no jornal das 4 Fontes, gratuitamente.
Já agora, caríssima 'Sissi', o executivo António Abreu, que não largou Sérgio na campanha das internas no PSD, fica a trabalhar junto de ambos, Sérgio e Paulo - na Junta Geral. Tudo malta fixe.
É verdade que o número 2 de Albuquerque fugiu nos debates do programa de governo a falar de medidas para o JM, alegando que isso seria com a nova administração, não com o secretário. De maneira que ambos os gerentes estão ali com ele, de sol a sol, mas não o incomodem com perguntas sobre o futuro do azarado Jornal.
Se puder, cara 'Sissi', diga aí por cima na Tabanca que nós por cá, todos bem.
Com uma festinha no pêlo, assina
Um dos explorados e reformados trabalhadores do 'Fénix', onde se 'averga o serrote' executiva e gratuitamente só com uma personagem a olhar por nós, Maria Luís Albuquerque