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sexta-feira, 22 de maio de 2015

Programa de governo aprovado




MADEIRA NA ROTA DO CHÁ


Fotos: GREGÓRIO CUNHA 

Um chá de qualidade servido naquelas porcelanas companhia das índias que Francisco Clode sabe seleccionar com mestria pode muito bem operar o milagre de acalmar a efervescência política. Mas os problemas regionais de fundo que Albuquerque terá de solucionar a partir de agora, esses não vão lá com chazinhos. 


A renovação na Madeira está concluída. Há um novo parlamento em funções, há um governo com um programa aprovado e há uma oposição devidamente instalada na Assembleia. Há também um novo estilo cheio de rendas e chá que substituiu o regime truculento dos 38 anos anteriores.
Líderes de oposição saudaram esta manhã no encerramento do debate do programa de governo a nova onda do chá, a que chamam 'regresso à normalidade democrática'. Ornamento de linguagem que, já agora, não atingimos. A nosso ver, a Madeira vive sem democracia desde 1926, quando da queda da I República, essa também uma democracia com muito que se lhe diga. Até 1974, foi o que se viu. Nos 3 anos que se seguiram, não se viveu uma 'normalidade democrática' na Região, mas uma 'legalidade revolucionária'. De 1978 até agora, também foi o que se viu: uma democracia das cavernas. Regresso à normalidade democrática só se for um regresso a 1925.
O que porém tem validade é que, segundo os democratas eleitos, eis então que as nossas ilhas finalmente podem surfar a democracia na rota do chá.
Uma política do charme que, deixem-nos reparar, é diferente da política dos chazinhos.
Na fase em que se encontra a Madeira, a mais difícil da sua História recente, como acentuou José Manuel Rodrigues esta manhã, a panóplia de berbicachos por resolver não se desmanchará com mezinhas e chá preto.
Sejamos objectivos: os problemas angulares do quadro regional pairam na área financeira. Sectores onde o Estado está metido até ao pescoço. Passos Coelho e Paulo Portas fingem-se autistas quando vem à baila a responsabilidade do seu governo na caótica situação financeira a que chegou a Madeira. E aquela gente não descerá do pedestal se Miguel Albuquerque não afinar a voz. Eles continuarão autistas se o presidente da Madeira permitir que o governo regional seja um departamento dos ministérios lá das lisboas, receio aliás manifestado hoje pelo socialista Carlos Pereira.
Mas qual é a dúvida de que deve ser o Estado a pagar o ferry que vier resgatar os madeirenses do sequestro na sua própria terra, de não poderem sair das ilhas por via marítima?! Mesmo que deputados como Carlos Rodrigues, do PSD, não se tivessem batido ao longo dos debates por essa obrigação dos governantes alfacinhas, trata-se de um imperativo que devia dispensar discussão. 
Os ilhéus, ao contrário dos transmontanos, beirões ou algarvios, não conseguem sair da terreola de carro, comboio, triciclo, skate, patins...
Albuquerque lembrou hoje que não é grande apreciador de consensos. Que prefere o parlamentarismo e a dialéctica política do debate de ideias. Pois é com esse espírito que deverá, em nosso modesto entender, tratar com o seu amigo Passos Coelho dos assuntos que interessam à Região. O chá fica para o pôr-do-sol, hora de actualizar as conversas mundanas entre ambos.
Depois de 20 anos à frente de um executivo municipal como o do Funchal, Miguel Albuquerque tem obrigação de saber liderar uma equipa. Um governo a uma só voz. Debater internamente os assuntos, mas, uma vez encontrada a linha de actuação, a posição oficial é uma. Temos já uma prova de que o novo chefe não abdica desse procedimento. Pimenta de França, que parecia 'de pedra e cal' na IGA, continuando assim na nova orgânica, foi mandado 'despedir' pelo presidente. França terá entendido mostrar força e carisma, mandando para fora, via jornais, decisões suas mesmo antes de o governo ter o seu programa aprovado. Albuquerque tratou pessoalmente do caso: substituição imediata na IGA.
Será esta determinação aplicada nas discussões com Lisboa? E mesmo com situações delicadíssimas que há para resolver aqui ao nível doméstico? Os partidos da Oposição, fora PP e JPP, não dão a Miguel Albuquerque o benefício da dúvida. Dionísio Andrade, Roberto Almada, Edgar Silva e José Manuel Coelho mostraram-se indisponíveis, ao longo do debate, e repetiram-no hoje, para entrar no bote. 
Votaram contra o programa de governo, pois. Como o PS. Já o PP absteve-se. Amizade com Portas obriga. O JPP também se absteve, mas por decisão própria, assumida. Os emergentes políticos da camisola verde estão a jogar longe. Élvio Sousa, Carlos Costa e até Filipe Sousa, chefe autarca de Santa Cruz, sabem muito bem o que querem. Não têm pressa nenhuma para onde vão. Há 5 elementos que, apesar de caloiros no parlamento, não estão nada ansiosos pelo tempo das amoras maduras. E quem não entender esta linguagem que peça tradução a um gaulês.  
Os deputados do PND, BE, CDU e PTP abordaram hoje situações que os secretários garantiram várias vezes nestes 3 dias que não irão acontecer, casos do fecho de escolas, extinção de postos de saúde, despedimentos na Função e por aí fora. Repetitivo. Juízos de valor. Estiveram melhor ao denunciar que o novo governo regional prometeu grandes feitos sem dizer como os conseguirá concretizar. O Jornal da Madeira, a baixa do IRS, o abate da dívida, a baixa de tarifas aéreas, a baixa de preços nas viagens para o Porto Santo, a linha marítima de passageiros e de carga com o Continente. Carregar nesta ferida dói mais.
Foi por isso, julgamos, que Miguel Albuquerque saiu um pouco do seu registo sereno quando, na intervenção de encerramento, abordou a questão dos transportes marítimos. Os olhos brilharam mais, as faces coraram e a voz saiu inflamada ao fazer questão de deixar muito claro que o projecto deste governo de estabelecer a linha com um ferry "vai mesmo para a frente dê por onde der". É que, explicou, a sua equipa executiva nada tem a ver com os 'lobbies do sector'. E quanto às viagens para e do Porto Santo, os preços também vão baixar, afiançou. Não descansará enquanto não conseguir esbater a sazonalidade que mantém a ilha numa crise dolorosa.
Albuquerque não terá vida fácil.
Numa indirecta ao antecessor, prometeu acabar com o mito de que a agricultura e as pescas "não dão nada". Dão, sim, é questão de aplicar a política correcta, afirmou por outras palavras. O que passa, desafiou novamente, por medidas já anunciadas com saliência para a formação profissional, apontada à empregabilidade e não aos interesses dos lobbies dessa área, das empresas e dos formadores.




O presidente reiterou metas referentes às várias pastas do seu governo, abordadas nos 3 dias de debates. A baixa do IRS para famílias de baixos rendimentos, já em 2016, é uma delas. Insistiu em algumas questões que avançarão rapidamente, mas sujeitas a consensos no quadro parlamentar, casos do novo hospital, regime fiscal da Região, revisão dos juros da dívida junto dos partidos do arco governamental nacional e as demais matérias que, para Miguel Albuquerque, estão acima dos interesses dos partidos.
A maratona idílica do miguelismo está concluída. O extasiante empate técnico nas internas de 2012, perante o campeão da Madeira Nova, está no baú, para contar nas memórias. O romance da corrida de delfins também se vai esfumando nos arquivos, embora sem a certeza de que não haverá uma sequela qualquer do apaixonante enredo, porque os deuses da política são insondáveis. A vitória hitchcockiana de 29 de Março também ficou para trás. E agora? Agora é preciso governar. E não serão duas demãos nas paredes das Angústias ou a doçura da 'sissi' a proporcionar 4 anos de vida tranquila ao novo chefe. Não se resolvem problemas de pobreza extrema, desemprego incontrolável, emigração forçada e uma arrepiante dívida com paninhos quentes. Ou com chazinhos.

13 comentários:

Anónimo disse...

Como é que é possível?
Tacho atrás de tacho.
Gente sem qualificação, vejam lá os currículos que se têm publicado para os cargos de confiança politica: uns com o 7.º ano, outros com o 9.º ano, a maioria nunca trabalhou na vida, não sabe o que é trabalhar, andou a dar graxa, nem sabe o que é ideológica...
Programa de governo copiado e sem qualquer medida.
Os Secretários:
o das finanças não sabe falar, a do social com uma ambição desmedida, só pensa em se "abanar", o do turismo uma desilusão, a única esperança que já foi e ainda não começou, o da saúde não precisa de gabinete porque não tem mesmo nada para fazer, a prada só quer bolseiros para trabalhar com ela, sem experiência de trabalho e aposto que com alguma vantagem para a sua vida da universidade, o betinho nem sabe onde foi cair, de agricultura percebe tanto quanto eu, o da educação só pensa em controlar a sua chefe de gabinete, não vá ela dar um ar de sua graça, sobra o senhor sem malícia, que tem mais malícia do que eles todos juntos, com um grupo de gente iluminada e capaz no seu gabinete.., (ahahahha) a começar pelo chefe de gabinete que é de ir às lágrimas...
Ah! falta sua alteza real, que só quer Sisi, remodelação, rosas, viajar, mulheredo venha até mim....
DEUS DO CÉU SALVA ESTA TERRA DESTA GENTE!

Fernando Vouga disse...

Caro Luís Calisto

Deste excelente texto podem tirar-se muitas conclusões. Mas uma coisa é certa, a educação e as boas maneiras só podem contribuir para melhorar a eficácia da governação em que todos, governo e oposições, são responsáveis pelo que vier a seguir..

Miss Take disse...

Como que por magia, tudo será resolvido, dossiers amarrados à anos vão soltar-se, e:
os impostos vão baixar; o custo dos transportes diminuir; o rendimento aumentar; viajar de barco ou avião será como ir ao Porto Moniz; ficar doente deixará de ser doença; idosos abandonados passam a hospedar-se em Escolas feitas Lares ou quem sabe, nos Hotéis falidos; ricos mais ricos e os pobres já eram, enfim...,querem ver que de ex-colónia ainda passamos a ser a capital do império falido?!
Será que o Pai Natal existe mesmo?

Miss Take disse...

Estou rendido, vou já montar uma chápelaria, ...se calhar, é melhor uma chápataria.

Anónimo disse...

Parece que o Anónimo das 18:36 ficou a apitar! Esqueceram-se de o nomear também para um tacho? Não me diga que apoiou o Albuquerque e foi ultrapassado por um dos boys do Sérgio Marques? È que pelos vistos ninguém vale nada desde que esteja na política...

Anónimo disse...

Ao comentador das 18.36, no caso da educação ha que acrescentar que se trata da secretaria ds compadres e comadres e ainda estamos longe do carnaval de santana e este vem ja em setembro com os professores nas escolas, ou a falta deles.

Anónimo disse...


É a via expresso para os Canhas, já não interessa ...o RM apoiou o agricultor dos Canhas Mac . Fica ver navios. Desde que haja música na vila para as tascas dos amigos funcionarem está tudo bem,mesmo que Beatriz não durma. O bar do Pôr do sol nos Anjos já não interessa faz concorrência à tasca da adjunta e do chefe de gabinete!!!!

Anónimo disse...

Presidente para Três Mandatos .,
não tenhamos Dúvidas.
Parece que os anonas andam desorientados******

Anónimo disse...

Muito gente quer o anonas de volta...é melhor do que este monarca...4 anos já é muito...um ano já é. Há muito arrogância e propotencia. Espero que as pessoas abram os olhos. Ainda estão a tempo.

Anónimo disse...

Resposta ao anónimo 1-9 de 9, o gabinete do senhor Secretário Serfio Marques esta acho eu bem entregue, foram todos escolhidos e bem, todos desempregados, a começar pelo Senhor Chefe de gabinete , Dr,º Alfredo que estava a precisar e bem do dinheirinho que lhe vai cair na conta por que tem muitas contas pagar e assim da-lhe uma ajuda, homem que esteve de licença sem vencimento, na secretaria que era tutelada pelo Dr.º Manuel António, e que recebia uma reforma de ex-deputado, e passando pelo senhor Dr.º Sancho que veio de uma Câmara do Continente para ca e esta hahahahah.

Anónimo disse...

senhor ou senhora anonimo(a) dia 25 as 00.25, sem duvida o anonas devia ser o presidente, porque uma coisa e certa certamente ia ter mais maneira de escolher o seu governo, este governo e um desgoverno , a falar ja da sua substituta, como professora ate podia ser excelente como politica Zero,é um governo que estao mais virados para a elite, cabeça onde anda

Anónimo disse...

Comentários Patéticos !!! Os próprios outrora apoiantes do Manuelinho Antoninho chamam anona ao seu querido :::!!!!
são poucos já que tanto choramingaram alguns tiveram tachinhos
andavam desesperados ,pois nem vender Meias Sabiam ..
A familinha do Albertinho também teve os seus tachos ,
a filha ,o genro,etc... O Bruninho pereirinha andava desesperado,,,também deitaram a mãozinha !! Esses garotos
Deviam ter vergonha de andar na rua...depois das difamações ao
Albuquerque...São todos uns Pedinchas Sem Vergonha!!!
Agora Sim temos um PSD do Povo ,Responsável, a Trabalhar
Com Seriedade e para a Justiça SOCIAL!..

Anónimo disse...

Anónima do dia 26 as 20:45.....há um governante deste governo que foi quem mais mal disse do Doutor Miguel Albuquerque, e é quem manda neste governo e tem o poder todo, eu que acompanhei Albuquerque desde a primeira hora e nunca pedi nada , mas ele sabe bem quem sou não me chegou nada nem a mim nem a muitos e eu que fiz campanha por ele (Albuquerque) e arranjei muitos votos , mas também não lhe peço nada e vejo um candidato a liderança do partido que esta bem instalado e nada fez por Albuquerque.