RAIO DO CITROEN NÃO AVARIOU
A CAMINHO DA FIGUEIRA
Faz hoje 30 anos que o sr. Cavaco Silva se sagrou líder do PSD no tal congresso da Figueira da Foz.
Como muitos se lembram com uma volta no estômago, o depois conhecidíssimo cara-de-pau da política portuguesa propôs à mulher passarem um fim-de-semana lá em cima, na Figueira, por ocasião do congresso. Por azar, a dra Maria estava bem disposta na ocasião e disse que sim senhor.
"Aproveito para fazer a rodagem do carro", rematou Cavaco Silva, que acabava de trocar um BMW por um Citroen.
Todos conhecemos a história. Para abreviar, assinalemos a efeméride com duas perguntas pertinentes:
- sem querer mal aos outros, por que não apanhou o professor uma inofensiva gripezinha no maldito fim-de-semana da Figueira, que o deixasse afónico?
- por que não cedeu com uma avaria de fábrica o Citroen, mesmo a meio da velha e deserta auto-estrada Algarve-Lisboa, de modo que o casal ficasse com o carro enrascado na berma, nem para trás nem para a frente?
Pronto, não nos critiquem. Só queríamos que o homem não passasse o que passou e continua a passar. É que, depois de 20 anos a condicionar a lusa Nação - dez como PM e agora outros tantos como PR -, ele obviamente não se livra de críticas e ofensas de Norte a Sul do rectângulo. Nem seria evocado agora como primeiro-ministro por ter mandado a polícia de Ângelo Correia carregar sobre grevistas e jornalistas nacionais e estrangeiros, deixando o gérmen para o que se viu ainda este fim-de-semana, em volta do futebol. Se ficasse pelo caminho naquele fim-de-semana da Figueira, o homem não ouviria das boas à conta das benesses que recebeu do BPN e do negócio de casas no Algarve. Nem se debateria com o fantasma de uma reforma que nem lhe vai chegar para as despesas.
Quanto ao seu relacionamento com os madeirenses, ui!, recusamos estragar ainda mais a 'comemoração' da efeméride. O sr. Silva é o grande responsável pela sorte que nos tocou durante meio percurso da 'democracia'.
Sim, porque se os continentais apanharam uma dose daquelas, nós apanhámos duas.
2 comentários:
Parece que o homem é o único culpado do atoleiro em que se transformou o Pós 25 de Abril, em que passados mais de 40 anos ainda se culpa o Estado Novo...
E todos os outros que o antecederam e o sucederam? Serão todos santos? Iguais ou piores...
Claro que há mais "culpados". Uns mais que outros.E quem mais tempo esteve no poder, em lugares chave, maior probabilidade tem de ter contribuído com mais "asneiras".Também a altura em que o político esteve no poder, conta e muito.Alguém pode negar que muitas das políticas e medidas que se revelaram desastrosas, pelos tremendos impactos financeiros e orçamentais que tiveram passadas uma ou duas décadas,respeitam às décadas de 80 e 90 do século passado?É preciso "fazer a história", com rigor e isenção das 4 décadas pós abril de 1974.São 40 anos, não foram meia dúzia de anos.
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