ALBUQUERQUE AMEAÇA CONTINUAR
A 'DEFENDER' ESPOLIADOS DO BANIF
(Com a devida vénia) |
Até os obrigacionistas seniores vêem as últimas continhas, agora no Santander, como activos tóxicos
A voz off explicou que a conversa corria nos Açores. Vasco Cordeiro, chamado pelos jornalistas a dar umas respostas, estava ao lado do Miguel Albuquerque. À ilharga, uns secretários de lá e de cá, juntos de fim-de-semana a pretexto de uma grande cimeira Açores-Madeira.
Palavra que não tínhamos dado por isso.
Julgávamos até que, sem governo aqui, a Madeira afundava.
Objectivando o paleio, ficámos preocupados quando, apertado por um jornalista metediço, Albuquerque informou estar a tratar do caso dos depositantes do Banif junto do primeiro-ministro, sem se esquecer até dos detentores de obrigações seniores. Os espoliados da antiga teta do governo regional devem ter saltado do sofá, aterrorizados, implorando:
- Por favor, não nos ajude, sr. Presidente!
É que, depois das embaixadas que periodicamente andaram pelas comunidades a pregar as virtudes do Banif - e do BES -, os que caíram na propaganda desses embaixadores certamente não querem mais nada com os diplomatas da banca nem com os artistas de outros negócios assim para o esquisito.
A sério: prospectores bancários que foram estrategicamente metidos nessas Embaixadas deslocadas à diáspora já nos disseram de viva voz que não se atreverão a voltar a Venezuelas, Miamis e South Africas. Porque a coisa está quente. Tão quente que nem aqui, debaixo da cama, se sentem seguros.
Vai daí...
Tudo para pedirmos encarecidamente aos novos reis da Tabanca que, depois de nestes anos terem 'orientado' tão bem os nossos conterrâneos emigrantes quanto à forma de 'entregar o ouro ao bandido', não se ponham com ameaças em cima dos desgraçados que possam deter ainda, agora no Santander, umas insignificantes continhas não tóxicas.
Portanto, façam lá a cimeira - ou lá o que é -, comam ananás e bebam vinho de cheiro até fartar, visitem as Sete Cidades e papem o cozido vulcânico - e, em vez de arriscarem mais palpites bancários, limitem-se a redigir as conclusões com medidas bilaterais assentes entre os governos ilhéus, daquelas que daqui a 6 meses ninguém se lembra. Ou será que alguém recorda alguma coisa concreta que resultasse das teatrais cimeiras Amaral-Jardim de antanho?