Artigo de Vilhena no JM

CAMÕES, O SEMEADOR E O CAIS 8 À PEGA

COM A CONSTRUÇÃO DO NOVO SAVOY

Estamos a fazer humor. Por acaso, Camões, o Semeador e o Cais 8 até são os 3 únicos entes que o deputado-arquitecto não mete ao barulho entre os implicados no renascimento monstruoso do hotel de marca. Há muita gente que pode ir bater 'dentro', desde Albuquerque a Cafôfo passando por nós todos, Leitor Amigo - triste sina a nossa!

Faz lembrar a anedota: Chiça,
está a chegar aqui!

"Foi o actual presidente da Câmara Paulo Cafôfo que não actuou na devida altura quando o prazo obrigatório para revisão do Plano do Infante calhou no seu mandato e nada fez..."

É este o destaque do artigo do arq.º Luís Vilhena debitado hoje no JM, referente ao futuro mostrengo do Savoy. Se o Leitor Amigo ainda não lhe passou os olhos, deve estar a pensar agora o mesmo que pensámos nós: Luís Vilhena, deputado nacional do PS, a cair em cima do presidente do Funchal eleito por uma coligação encabeçada pelos socialistas?! Que diabo andarão os conspiradores Vilhena e Carlos Pereira, chefe do PS-M, a arquitectar contra Cafôfo nas conversas dos Passos Perdidos em São Bento?

Falso alarme.

Quando se vai ler o apelativo texto, verifica-se que afinal não há trama nenhuma contra o principal edil da capital madeirense. O destaque dos malandros editores do JM destina-se apenas a pregar uma partida aos amantes da intriga. Porque o 'Sobre(voando) o território' esgalhado pelo arq.º Vilhena acusa este mundo e o outro por causa do advento do mal-amado monstro. E não apenas Cafôfo.

Segundo o articulista, que arranca por um épico "A grua do Savoy está no ar" - para dar movimento e cor ao escrito - a culpa da "estrutura de betão que ocupará ao longo da avenida [do Infante] o equivalente a quase dois campos de futebol, com uma altura de quase 50 metros acima do passeio da avenida", começa em Miguel Albuquerque. Porque o actual presidente do governo era chefe da autarquia quando da aprovação do Plano de Urbanização que permite 'aquilo'. Depois, a culpa atinge o antigo vereador João Rodrigues, que, diz Vilhena, "engendrou o plano mais 'martelado' da história do Funchal".

Continuamos a ler e damos com mais arguidos deste processo aberto pelo arquitecto: os vereadores do PSD que votaram... 

...E passa então para Paulo Cafôfo, que não boicotou o avanço da obra. 

Depois, um sensacional 'mea culpa' em que Vilhena também se culpa a si próprio, já que, a seu ver, ele também devia ter feito mais contra o monstro. 

Mas há muitas figuras de relevo social que ficaram a palrar à mesa do café em vez de se manifestarem contra o raio da obra, logo também são grandes culpadas. 

Pensa por acaso o Leitor que está livre de ir para trás das grades se um tribunal decente resolver condenar os culpados pelo nascimento do monstro Savoy? Se pensa assim, está errado. Explique-se, vá: por que não assinou a petição que poderia levar o caso a ser debatido no parlamento regional?! Ahn? Barbas de molho, pois.

Há mais culpados, segundo o artigo: o Camões, o Semeador e o Cais 8, por exemplo. Perdão! Camões, o Semeador e o Cais 8 não estão implicados no caso, são dos poucos seres e ícones deixados em paz. Íamos na embalagem... É como na anedota: ai ai que está a chegar aqui!

Bom: fazer barulho o público em geral para levar o assunto à Assembleia Regional seria chover no molhado, caro Arquitecto. A maioria continua social-democrata e o que iria fazer a maioria laranja contra os seus tubarões? Era perder tempo e obrigar Canha, Coelho e Costa a mais um esforço inglório contra o situacionismo que, como a fama do tal produto comercial, vem de longe.

De maneira que o Leitor não precisa de gastar energias a ler o estenderete do arq.º Luís Vilhena - que também se 'atira' à cota 500. É tudo meias tintas naquele texto, um pau de vários bicos inofensivos, como afinal está a ser a oposição feita por este novo PS - nacionalizado e europeizado.