Forrobodó municipal permite

'CAFÉ APOLO' MODERNIZA-SE

ABANDONANDO A VELHA QUALIDADE

O garoto foi aumentado de 75 para 85 cts, ao balcão. Quando arranjarem um café que se consiga beber, passam de certeza para 1 € e 85 cts! 

Estabelecimento comercial no Funchal que não apresente um péssimo serviço, não invada o espaço público chateando a molécula do transeunte e não pratique preços de fazer rir, não é estabelecimento não é nada. Pelo contrário, está condenado ao fracasso.

Só assim se explicam as alterações para muito pior a que meteu mãos nos últimos anos, por exemplo, o outrora incontornável 'Apolo'.

Ninguém iria exigir que o histórico restaurante-café funcionasse hoje como nos anos 60 e 70, tempos de empregados míticos como o Sr. Pontes, o Sr. Flor, o Sr. Coelho, o Sr. Camacho e tantos outros, contando com alguns que vimos crescer como profissionais e homens ali dentro e que há bem pouco tempo foram mandados para casa. Não iríamos exigir um ambiente à moda antiga como nesse tempo na justa medida em que aquilo estava sempre cheio e o Apolo não teria hoje pessoal para dar vazão a tanto movimento, das 8 da manhã às 10 da noite - sempre à cunha.

O Apolo está a imitar a concorrência, tanto os negócios da mesma ex-Avenida António José de Almeida - hoje Avenida dos Cortelhos de Lata - como na Manuel Arriaga e por toda a cidade.

A imitação começa precisamente pelo péssimo serviço prestado por uma equipa de profissionais muito mais reduzida do que os necessários, que não chegam para as encomendas, levando ao mau ambiente no relacionamento entre as diferentes secções e a longas esperas pelos clientes, apesar de estes aparecerem em número cada vez menor. Basta haver uma pequena excursão de turistas no restaurante para toda a casa entrar em ebulição.

O Apolo também já está igual aos restantes estabelecimentos, mais recentes, no alastrar da esplanada que por sorte não ocupa o adro da Sé. Mas tem canteiros de madeira a cercar as mesas e uns toldos que em casa de um particular dariam multa de criar bicho. Para não falar na cerca transparente - envidraçada - que defende o cortelho do vento sul.

Mas os outros - 'Centro da Sé', 'Café Funchal' e 'Café del Mar' - também têm os seus estrados, tapumes e o diabo a quatro em plena via pública!...

Há nesta zona central um descarado contraste com as queixas que se ouvem quotidianamente sobre uma Câmara impiedosa quando trata com qualquer desgraçado que faça um arranjo na casa, pagando couro e cabelo - fazendo-lhe a vida negra por via de fiscais arrogantes, PDM's e mais merdas que a vereação das 'facilidades' inventa para dizer que manda. Ali nas esplanadas é um ver se te avias. Andar na zona começa a ser perigoso, por causa não dos carteiristas mas dos trambolhões. 

Também é preciso reconhecer que o presidente Cafôfo e seus acólitos são convidados para festas no Apolo, para não irmos mais longe, e o regabofe vai madrugada dentro, com bar aberto. Bebam à saúde que alguém vai pagar, não é...

Mas o Apolo não pára de se modernizar em todas as vertentes. Desde o início deste ano, um café passou a custar 85 cts ao balcão (mais 10) e 125 na esplanada. Veja-se como está a inflação na Região - em preços e em salários - e repare-se na mão leve da percentagem aumentada.

Poderão dizer: homem, se queres serviço de tasca, tens por onde escolher.

É verdade. Mas o caso é que eles aumentaram os 10 cts (ao balcão) sendo aquele o pior café que se serve na cidade. Até percebemos que no carnaval aumentem outra vez para 2 € o garoto e a bica pingada, ao balcão. Mas desde que srivam um café que se possa beber sem ficar mal disposto o resto do dia, como é o caso actual!