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quinta-feira, 19 de maio de 2016

Localização da nova Escola da R. Brava



FOI O PRÓPRIO GOVERNO A REFERIR
OS "FORTES INTERESSES" DA EXPANSÃO
IMOBILIÁRIA NO VELHO CAMPO


O campo é velho, mas os apetites pelo espaço dão que pensar.  


Suspeita-se que haverá gente a mudar de opinião e a rejeitar hoje a realização do referendo sobre a localização da futura escola. A reunião extra da Assembleia Municipal parece ter o destino traçado. Com os "fortes interesses" para construir no espaço do velho campo, a escola terá de ser construída no espaço onde está hoje. Há mistérios por desvendar.


Contra as expectativas criadas, as últimas impressões na Ribeira Brava indiciam que a realização do referendo sobre a polémica localização da futura escola será chumbada na Assembleia Municipal extraordinária desta quinta-feira.
Esta previsão foi proclamada na sessão parlamentar de ontem por Quintino Costa, do PTP. O deputado trabalhista deixou perceber que, ao contrário do que já pensaram, os membros da Assembleia Municipal da Ribeira Brava eleitos pelo CDS-PP entendem agora que não deve haver referendo. Postura a que se associa um parecer jurídico também anti-referendo que, segundo nos aventam, a presidência da Câmara irá exibir para evitar a consulta popular.
A grande questão consiste na escolha de sítio para construir a nova escola. O deputado municipal dissidente do PSD Luís Drumond, como tantos ribeirabravenses, é de opinião que o estabelecimento de ensino deve ser erguido onde existe ainda o caquéctico campo municipal, aquele que serviu de 'casa' ao Desportivo antes das instalações construídas pela SDPO.
No entanto, Drumond embateu nos últimos tempos contra várias forças políticas, e não apenas políticas, que entendem, por terem mudado de opinião, que a escola deve ser construída onde está hoje.
Obviamente, toda a gente no concelho anda com a pulga atrás da orelha: então para que querem ver livre o espaço do velho campo, bem central na freguesia? O que andarão forças ocultas a tramar?
Um empreendimento imobiliário! Qualquer pessoa diria isso mesmo sem conhecer a realidade in loco.
Obviamente.

Atente-se em alguns aspectos da tramóia.
A própria Assembleia Municipal da Ribeira Brava aprovou por unanimidade e enviou ao anterior governo regional, em Abril de 2014, uma recomendação em que propunha reformular a localização da construção da nova Escola BS Padre Manuel Álvares, passando-a do local onde está hoje para a zona do Campo Municipal, em nome da salvaguarda dos interesses do concelho.
Era presidente da AM, nessa altura, o próprio Luís Drumond. Que, dada a aprovação por unanimidade - e estava ali a vontade dos órgãos locais ribeirabravenses -, era confortavelmente acompanhado na opção pelo espaço do campo.
Que terá acontecido para que houvesse esta mudança de posição? Sim, porque, em 2014, PSD, CDS e PS estavam juntos na referida unanimidade.
O actual governo regional não quer a escola no campo. Então, a Câmara Municipal também não quer. Propõe-se um referendo. E o CDS assume-se já contra tal ideia de consulta aos munícipes, depois de ter dado mostras de querer o contrário? 
Obviamente que há crispação na Ribeira Brava, grassando acusações aos deputados municipais centristas de estarem a obedecer às tais forças ocultas empresariais, por intermédio de figuras do partido supostamente ligadas a essas forças da construção.
Nunca encaixou bem nos sectores oposicionistas certas alterações ao PDM que, como resultados práticos, permitem agora construir no antigo campo de futebol e levaram a sobreavaliar terrenos de familiares de um antigo governante cá da Tabanca.
Tudo isto se torna ainda mais curioso se recuperarmos o esclarecimento de um director regional de Planeamento, Recursos e Infraestruturas sobre o assunto. Em Março de 2014, esse director regional, Gonçalo Nuno Araújo, informava as entidades competentes de que anos antes comunicara à (hoje extinta) Secretaria Regional do Equipamento Social ser preferível construir a nova escola no espaço onde se encontrava, e encontra, o campo de futebol.
Na argumentação, o director regional em questão, ainda em funções, punha em evidência que aquela opção centralizaria a oferta desportiva-educativa toda na mesma zona, incluindo espaços desportivos, piscina e todos os níveis de ensino. Uma lógica utilizada já em Machico.
Gonçalo Nuno Araújo esclarecia no entanto que o seu ponto de vista não tinha prevalecido e que o processo avançara no sentido da renovação da escola no terreno onde ela se encontra hoje.
E porquê a teimosia nessa escolha e não na do campo? Porque, explicava o director regional do Planeamento, Recursos e Infraestruturas, para essa zona do velho campo estaria prevista expansão imobiliária cujos interesses eram fortes.
Isto mesmo está plasmado num documento oficial: "Expansão imobiliária cujos interesses eram fortes"!
Eram e continuam a ser 2 anos depois, agora que estamos em 2016. Depois de se ter dado como quase certo que a 'renovação' prometida pela política social-democrata ouviria as maiorias, é a Câmara PSD, agora com a bengala CDS (ao que parece), a insistir na construção da escola onde ela já está. Com o amen do GR.
Prevemos para a reunião extra da Assembleia Municipal desta quinta-feira, pois, a rejeição do referendo à localização da nova escola... em defesa da "expansão imobiliária".
É assim a vida, senhores, quando no caminho dos fracos interesses gerais há "interesses fortes".

6 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia

É obvio que um ex autarca de peso tem interesses imobiliários em parceria com um homem dos computadores e claro assim tudo muda.

Anónimo disse...

E a tudo vai sobrevivendo este DRegional, estranho? Ou não? A peça explica nas entrelinhas.

Anónimo disse...

para quem não quer o desenvolvimento da Ribeira Brava é obvio que apoia a ocupação do terreno do campo pela Escola

Para quem quer o desenvolvimento da Ribeira Brava com a criação de emprego qualificado quer que o terreno do campo seja para talvez o Data Center que o Presidente Miguel falou a semana passada

Anónimo disse...

A vila já tem prédios e apartamentos suficientes para a oferta e se quiserem fazer novos empreendimentos que aproveitem os vários imoveis abandonados que estão a venda na vila e reconstruam, agora o campo é que não, aquilo é dos poucos espaços que o concelho tem para a pratica desportiva ,... tem é que ser recuperado.

E não esquecer que o terreno foi doado ao Clube Desportivo da Ribeira Brava

Anónimo disse...


Atenção às condições da doação


Anónimo disse...

Os interesses imobiliários referidos em 2007 não actuavam sobre o campo - que foi cedido para fins desportivos e não para outros - mas sobre os terrenos vizinhos do mesmo, que seriam sempre necessários para que a Escola ali fosse construída pois o terreno do campo não era, e não é hoje, suficiente para a construção da nova Escola. Se a nova escola não está hoje construída isso deve-se apenas à contínua luta que ainda hoje se quer eternizar. Com que motivações? Deixem construir a escola pois a mesma é decisiva para os jovens locais.