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sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Opinião de um Leitor



ILAÇÕES POLÍTICAS E MUITO MAIS


Caro Calisto,
Uma oportuna e bem fundamentada avaliação de desempenho. Relativamente ao governo e ao seu presidente acresce – se me permite – a falta de bom senso ao não se decidir pelo encerramento dos serviços públicos logo na terça-feira (09 de Agosto): incríveis os esforços de veículos de emergência (ambulâncias, bombeiros, etc.) para circularem nos corredores de evacuação de unidades de saúde e de acesso aos locais de fogo nesse dia.

Reforçar a assinalada falta de visão face àquilo que era uma evidência para todos: as condições propícias a uma «explosão térmica» no Funchal e arredores.
A irresponsabilidade por, às 16h00 do dia 09, afirmar em conferência de imprensa e de forma taxativa que «a situação está controlada e os fogos circunscritos»!!!??? 


É que, apesar das mudanças bruscas de vento que depois ocorreram e são imprevisíveis, é necessário ponderação e manda o bom senso não facilitar, dando azo a comportamentos menos atentos. A sua suposta larga experiência – como o próprio referiu – de «19 incêndios», quando à frente do município, pelos vistos de nada lhe valeu. Finalmente, a pose!

A arrogância e o pedantismo, desde sempre latentes e que começam a fluir e em relação aos quais não há empatia forçada que disfarce, tornam-se cada vez mais uma nota distintiva deste governo. O presidente encarna-o e como referiu e bem, caro Calisto, o pomposo e vistoso colete refletor de 2010 foi substituído em 2016 pelo blazer informal com o requinte do lenço de bolso a condizer… 
Por último, 4 factos: 
1) em altura de calamidade, emergência e luto, o riso sinistro do presidente do governo ao fundo, enquanto o Presidente da República falava à imprensa no quartel dos Bombeiros Voluntários (não se lhe exige comportamento choroso ou lamuriento – também é de duvidar quando manifestamente excessivo ou desadequado – mas é necessária ponderação na demonstração pública de aparente e inusitada boa disposição); 
2) o manto encobridor da imprensa regional, que se tem vindo a acentuar em relação ao desempenho governativo, mas que no caso desta catástrofe adquire contornos de perigosidade em relação ao dever de informar com total isenção; 
3) numa altura em que estamos todos mais frágeis e suscetíveis e em que urge inculcar o espírito de união – uma matriz identitária que historicamente sempre nos distinguiu dos demais – a prioridade, proeminência e preocupação imediata no reavivar do sector turismo (indubitavelmente importante), quando ainda persistem situações calamitosas; 

4) reforçar, e como o Calisto refere, a necessidade imperiosa de se tirarem ilações políticas da forma como foi e está a ser gerida a crise (por parte do governo e por parte – sobretudo – do maior partido da oposição).

Uma vergonha! Um bem-haja a todos os profissionais envolvidos nas diversas frentes; à solidariedade dos madeirenses; e o meu pesar e consternação pelas perdas. 

2 comentários:

Luís Calisto disse...


Ao autor do post
Peço desculpa, mas recebi mensagem a pedir para retirar um artigo por ser repetido e fiz confusão com o seu. Já está tudo corrigido. Isto de ver estes dias os cabecilhas meterem tanta água também me influenciou...

Anónimo disse...

Não concordo em relação ao 3º ponto. Apesar da calamidade, o Funchal continua de pé. Há de facto muitas perdas e muito drama, mas nada que afecte o normal funcionamento da sociedade. Por outro lado, a Madeira não é apenas o Funchal ou a Calheta, como o caríssimo iria perceber se tirasse a cabeça do seu umbigo, ou deixasse de andar numa caça às bruxas. Tudo falhou! Houve erros gravíssimos, e de facto, devemos apurar responsabilidades.
Mas não podemos parar a mão que nos alimenta. Nós dependemos muito do turismo. E de facto, a imagem que temos de passar é a que houve danos, mas que a nossa bela ilha continua de pé e de braços abertos.