FESTA DO CHÃO DA LAGOA PREOCUPA E DEPRIME GRANDE CHEFE
O dinheiro que o governo espera de Lisboa será canalizado para as áreas que ajudem a conservar o poder, o que passa pela "melhor festa de sempre" na Herdade
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| O regedor de aldeia começa a sentir saudades da multidão e receia ficar este ano a falar para meia dúzia. |
O chefe do laranjal vive obcecado com o que possa acontecer na festa anual da Herdade 'Chão da Lagoa'. Não foi só uma vez, nos tempos mais recentes, que avisou os homens da máquina PPD e até elementos notáveis da Comissão Política: 'Ou a festa deste ano é a maior de sempre ou caminharemos depressa para o fim!'
A lógica está na cara.
A Fundação Social Democrata encontra-se falida. Jaime Ramos, que sempre conseguiu dar prosperidade ao partido pelo seu poder de persuasão junto dos empreiteiros e empresários em geral, sente-se agora de mãos atadas. Com balúrdios de dinheiro do governo por receber, os patrões da construção não dispõem de verbas para sobreviver, quanto mais para ajudar a Fundação!
Do mesmo mal se queixa o irrequieto Jaime Ramos. Como todos os outros empresários, também ele atravessa as suas dificuldades e tem dinheiro por receber. Do bom. Ele próprio terá dito por aí que até perdoa os juros, quer é receber o que o governo lhe deve... que só numa empresa anda nos 10 milhões de euros.
Admirável quantia! Bom proveito lhe faça (se este episódio for verdade e ele receber o que é seu).
O facto é que, para já, o barão unionista do PPD-M deixou de poder satisfazer, através dos fundos financeiros da Fundação, todos os caprichos eleiçoeiros do chefe das Angústias.
Dinheiro, precisa-se!
O aparelho do regime precisa de dinheiro como 'de pão para a boca'. Urge reiniciar o circuito da prosperidade partidária que sempre garantiu a Jardim brilhar em cima dos palcos das campanhas.
Ficou para trás o tempo em que o rei mandava trazer um circo inteiro para o acompanhar na via sacra pela Região durante duas semanas ou mais. Montado num elefante, lá ia sua majestade prometer mundos e fundos aos imbecis. Mas... adeus leões, adeus palhaços, adeus Gal Costa, adeus vedetas de projecção nacional e internacional contratadas para as rambóias social-democratas do Planalto.
Desta vez, a questão é muito directa: como convencer um eleitorado que se desmobiliza crescentemente a ir lá acima contribuir para mais uma manifestação de força? Só com o pimba Quim Barreiros em cima do palco a cantar o Bacalhau?
Há que montar um programa apelativo. O que exige dinheiro.
E onde arranjará Jaime Ramos dinheiro para isso?
Junto dos empreiteiros cooperadores do laranjal.
E onde arranjarão os empreiteiros verba para cooperar?
Recebendo o que o desgoverno regional lhes deve.
E como poderá o desgoverno pagar-lhes os calotes a fim de que eles ajudem o partido e este garanta festa em cheio lá em cima?
Recebendo o 1,5 mil milhões que Gaspar tem no cofre.
Pois.
Resta saber se, mesmo com tais expedientes, o povo ainda tem o despudor de oferecer ao rei das Angústias a maior festa de sempre que ele anda exigindo a Jaime Ramos e demais aparelho dos Netos.
As preocupações nas Angústias deprimem toda a gente. Por alguma razão, grande chefe interpreta comício laranja nas inaugurações, investido de funções governativas - como aconteceu esta segunda-feira na Ponta do Pargo. É para incentivar a população a viajar até à Herdade no dia 22 de Julho.
"Vão ver o que é acelerar quando a gente chegar lá acima", procura dar ânimo sua excelência.
E muito poderá acelerar lá em cima quem lá for, prevemos nós, porque haverá clareiras de sobra para isso.


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